sábado, 22 de novembro de 2008

POESIAS DE MARIA EUGÊNIA


AS ASAS DAS HORAS

São asas que marcam as horas
ou as flores nas sementes.
ou as crianças crescidas nos
cabelos brancos?
Quem marca caindo no canteiro?
Os ponteiros do relógio?
A lua que anda o tempo inteiro
ou a velhinha que cansou de andar e jaz sob o mármore
branco?
Quem marca as asas
horas?

INSÔNIA

O meu lençol está gelado.
Não tenho pouso para o meu corpo cansado.
Quem triuxe o gelo
para o meu quarto?
.
FANTASMA

Deito-me nas quatro paredes.
Meu corpo quadrado de
branco,
rola na varanda das redes.
Fantasmas brincam com o cal,
segredam-me rudes segredos.
De seus mundos arrenegados.
Sorriem do be, e do mal.

MINHAS MÂOS

Minhas mãos são
asas,
traças
preces:
Quando tenho sede de amor,
quando minha alma se transforma em dor.

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