terça-feira, 6 de outubro de 2009

POESIA MATUTA


VAQUEIRO - Arte de Lúcia Caldas. Lúcia é da família Caldas do Assu, residente no Rio de Janeiro, sua terra natal.

VAQUEIROS

Por Renato Caldas

Vaqueiros da minha terra!!
Subindo e descendo serra,
Muntado em seu alazão...
Num intrincheirado de espinho,
sem verêda e sem caminho,
Cum os óios presos no chão!
Precura a rez tresviada...
Pra onde foi? In que aguáda
Terá ela ido bebê?...
- Grande mistério da vida!
Eu tenho uma rez perdida...
Qui nunca mais hei de vê...
Seu nome, era mocidade!
Deixô uma cria: - a Sodade,
No currá do coração...
Eu, muitas vezes campeio,
Num cavalo, magro e feio
Que eu chamo Rescordação.
- Nas noites inluaradas
Oiço rolá nas quebradas,
"O luar do meu sertão"...

É CATULO - véio de guerra!
Subindo e descendo serra
No seu cavalo alazão...

- Vaqueiros da minha terra!
Bandeiras do meu sertão.

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APARECIDA


Arte do artista plástico assuense Renato de Melo Medeiros.

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ASSU PARA CRISTO 2009


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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ESTÓRIA DA HISTÓRIA - SUCESSÃO GOVERNAMENTAIS TRAUMÁTICA A COMEÇAR DA PRIMEIRA: JOSÉ VARELA

Por Agnelo Alves

Acompanho, desde 1950, todas as sucessões governamentais do Rio Grande do Norte, mas não me habilito a fazer comparações entre elas, exceto, quanto a uma afirmação que faço com absoluta convicção: Todas elas foram traumáticas, a partir da primeira, a do governador José Valrela, do PSD.
UDN e Varela se namoravam. O PSD morria de ciúme. A UDN vinha de duas mal sucedidas campanhas eleitorias. A do brigadeiro Eduardo Gomes, em 1945 e a primeira governamental, quando perdera para o próprio José Varela, do PSD, ocasião em que os udenistas fizeram acordo com Café Filho e apoiaram, em 1947, a candidatura do "cafeísta" Floriano Cavalvalcante, contra Varela.
Como ir para a terceira campanha sem perspectivas? No plano nacional, a campanha do brigadeiro Eduardo Gomes, visando à candidatura presidencial, não atraía. E em Natal, sofria uma regeição injusta. Era preciso uma aprossimação com o PSD, pois "ninguém é de ferro". Mas o PSD não queria. Por que repartir o bolo que não dava para todos? Não, em termos, porque o governador topava o acordo. E de conversa em conversa, chegou-se ao nome de Manoel Varela de Albuquerque, líder do primo e do governador José Varela, na Assembléia Legislativa. O PSD reagia sob o comando do senador Georgino Avelino, apoiado pela maioria do partido. João Câmara, industrial, que uniria sem questionamento, morrera. O nome teria que ser, com todos os traumas, o de Manoel Varela de Albuquerque, primo-irmão do governador.
Mas, na UDN, uma voz ponderável, surgia entre silêncios que apoiavam a voz autorizada do ex-prefeito de Mossoró, Dix-sep Rosado. Aceitava qualquer nome do PSD. Menos o de Manoel Varela de Albuquerque. Aceitava, inclusive, o nome do outro primo do governador José Varela, também Manoel Varela, mas, em vez de ser de Albuquerque, era Santiago.
Nesse sentido, Dix-sept Rosado foi na nossa casa, na Deodora da Fonseca, conversar com Aluízio Alves. Antes a perpectiva de chegar outra pessoa. os dois, saíram para conversar na rua. A Deoadora não era pavimentada no trecho de nossa casa. Acompanhei as idas e vindas, entre buracos, dos dois. Dix-sept, de calça de mescla e camisa cáqui. Aluízio de calça branca e camisa de mangas cumpridas, também branca.
Na volta da conversa, Dix-sept Rosado entrou no seu carro, acenou para mim e Aluízio e dali mesmo seguiu para Mossoró, segundo anunciou. Aluízio estava vesivelmente feliz. Gostava e admirava Dix-sept. Botou a gravata e o paletó e foi conversar com José Varela que aceitou, de imediato, a troca entre os dois primos, de Albuquerque pelo Santiago.
O deputado mossoroense, Walter Fonseca, "pemedebista", entretanto, era contra a troca. Foi para o rádio da polícia no Palácio Potengi, mandou chamar Gabriel Varela em Mossoró, irmão do governador, dizendo que "a solução proposta por Dix-sept através de Aluíxio, era o fim do PSD". A vitória seria da UDN mossoroense. Gabriel mandou chamar o irmão governador e disse que os udenistas mossoroenses estavam fazendo a festa. José Varela, então, reagiu. O nome seria Manoel Varela de Albuquerque mesmo e não Santiago.
Gergino mandou a reação no PSD. O senador, hospedava-se na própria Vila Potiguar, residência oficial do governador, na praça Pesdro Velho, retirou-se da sala junto com a maioria do PSD. Apanhei a sua mala no quarto e atravessou a praça. Na casa de Gentil Ferreira de Souza, no terraço que os udenistas chamavam de "placa", todos acompanhavam o movimento na Vila Potiguar, em frente. Vibraram e comemoraram, quando viram Georgino fazendo a travessia da praça a pé.
Os candidatos foram Manoel Varela de Albuquerque e Dix-sept Rosado. Ganhou Dix-sept Rosado que catalisou, ainda, o apoio de Getúlio Vargas e de Café Filho. Mas, Dix-sept morreu meses depois, em desastre aéreo. Assumiu Sílvio Pedrosa, do PSD, cuja sucessão teve lances traumáticos, com rompimentos lado a lado.

(Transcrito do jornal Tribuna do Norte, de Natal, edição de 4.10.2009)

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sexta-feira, 2 de outubro de 2009

BANCO DO BRASIL DE ASSU-RN

A inauguração da agência do Banco do Brasil  de Assu, salvo engano, é data de 1948. Aquela casa bancária antes tinha apenas um representante (agente recebedor) chamado Francisco Martins Fernandes (Chico Martins). Eis, portanto, duas fotografias da antiga (segundo prédio do BB) agência que funcionou até o começo da década de setenta no prédio (foto acima), esquina da rua Frei Miguelinho com a praça Getúlio Vargas, onde foi instalado a Coletoria Estadual o escritório da Secretária de Tributação. Na foto, podemos conferir os senhores funcionários, algus deles ainda estão vivos e conhecidos do povo assuense. Aquelas fotografias foram tiradas no começo da década de sessenta. Na fotografia acima podemos conferir as figuras de Leleto, Mazinho, Abelardo Maia. Na linha de frente vejamos Aderbal Wanderley, Geraldo Dantas, dentre outros.

 Fernando Caldas
 

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

ARTE PLÁSTICA


Tela do pintor assuense Wagner


CABÔCA

Eu conheço uma cabôca,
Que é, naturá do sertão.
Tem uma fulô na bôca
E nos óios dois ladrão.
Aqueles óios danisco,
Duas péda de curisco,
Num são óios de muié!...
E aquela bôca imcarnada,
Bonita cuma a arvorada,
É pió qui cascavé.

Seus óios são dois ladrão,
Dois gatume arrefeinado!
Qui, basta oiá pr1um cristão,
Pra ele ficá rôbado.
Ficá sem vida, sem arma,
Sem esperança, sem carma,
Sem tudo qui Deus lhe deu,
Mas, mesmo assim ele qué,
Qui os óio, dessa muié
Rôbe tudo qui fô seu.

A sua bôca incarnada,
Quiando começa a falá,
São duas pétia orvaiáda,
Da fulô do camará.
E, se um dia essa cabôca,
Deixasse qui a minha bôca,
Na sua bôca incostasse...
Nós tinha qui morrê junto,
E adespois de nós difunto,
vez num desapregasse.

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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

LAGOA DO PIATÓ




LAGOA DO PIATÓ NA ARTE FOTOGRÁFICA DE LUIZ NETO. VEJA MAIS O SEU BELO TRABALHO FOTOGRÁFICO NO ENDEREÇO: FLICKR.COM/PHOTOS/SICALIS/ - VALE APENA COBFERIR.

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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

UM POUCO DE ALZIRA SORIANO


Alzira Soriano (centro) no instante da posse como prefeita de Lages (RN), 1928.

Luiza Alzira Soriano Teixeira (1897-1963) com o apoio de seu pai coronel Miguel Teixeira e do governandor Juvenal Lamartine se elegeu através do voto popular, prefeita do município de Lages, interior do sertão potiguar, distante 120 quilometros de Natal, nas eleições de 1928. Foi a primeira (mulher) prefeita do Brasil e da América Latina. Alzira era natural de Jardim de Angicos (RN). Naquele tempo, a mulher era proibida de votar e se envolver em política e, coube a ela receber muitas ofensa pelo seu emvolvimento na política. Para assumir o mandato que o povo lhe deu, Alzira teve de recorrer a Justiça. Aquela eleição ela disputou contra Peres Neto Galvão que se sentindo desmoralizado, envergonhado por ter perdido o pleito para uma mulher, teve então por decisão própria e voluntária, de ir embora daquela cidade. Aquele fato rompeu fronteiras, tendo sido noticia no importante jornal New York Time, edicão de 28.9.1928. Com a revolução de 30 não concordando com a política ditatorial do presidente Getúlio Vargas, Alzira foi deposta. Coube a Juvenal Lamartine no entender da jornalista Anna Jailma, "o coroamento da luta pela emancipação femenina".
O nome de Alzira que a História Oficial esqueceu estampa em letras vivas em e avenidas de algumas cidades do Rio Grande do Norte, como em Lages, Natal e da sua terra natal, bem como numa fundação de Jardim de Angicos e na Casa de Cultura do município lagense. A sua saga está transcrita em importantes jornais, revistas e livros como o dicionário enciclopédico intitulado Qicionário Mulheres Brasileiras", organizado por Shuma Shumarer e Érico Vital Brasil.
Eis, portanto, um pouco da trajetória dessa grande mulher que engrandece a terra norte-rio-grandense chamada Alzira Soriano.

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terça-feira, 22 de setembro de 2009

POUCAS E BOAS

*Por Valério Mesquita

1 - Zé buchudo era um comerciante, proprietário de um pequeno açougue, nos fundos do mercado. Certa feita numa dessas manhãs chatas da cidade, foi convidado pelo farmacêutico Manoel Guedes e patota, a empreenderem uma viagem de circunavegação pelos bares da cidade. Guedes, capitão de longo curso, dirigiu logo a nau dos insensatos à cidade de Parnamirim, onde ancoraram no famoso cabaré de Tibinha. Desnecessário dizer das abluções profundas e repetidas até a hora vespertina, quando pressentiram que o náufrago Zé Buchudo havia mergulhado a estibordo, em abismal sono etílico. Retornaram a Macaíba e entregaram a domicílio o invólucro corpóreo do que restou do nosso heroi. Estirado no sofá da sala, Zé Buchudo sobreviveu a todos os exercícios de ressureição ministrados pela esposa inclinada sobre si, soltou a catastrófica exclamação denunciadora: "Mas, fia, que é que você está fazendo aqui no cabaré de Tibinha?" Depois dessa, Zé Buchudo era a imagem do próprio cristão trucidado.

2 - José Jeep era uma das mais populares figuras de Macaíba. Chamado assim pela sua baixa estatura, ele foi engraxate, palhaço de pastoril e trombonista. No carnaval de 1962, José Jeep foi contratado por um bloco de elite da cidade. Num dos "assaltos", ocorreu uma trajédia com o seu famoso instrumento na residência do comerciante Edmilson Dias, na hora dos "comes e bebes", José Jeep deixara o trombone sobre o sofá e nisso, o Bridenor Costa Jr., vulgo Costinha, sempre obeso e rotundo, passou mal com um porre de lança-perfume e desandando foi despencar os seus "quadris de jamanta" em cima do pobre trombone. Para consolar José Jeep e continuarmos a "jornada carnavalesca", o amassado instrumento foi amarrado de esparadrapo, o que obrigou a soprá-lo com muito mais força. Na visita seguinte, na casa de Seu Mesquita, o nosso José Jeep querendo impressionar o chefe político, soprou o trombone com tanta veemência que liberou um irreprimível e estrondoso peido. Comovido com o desempenho heróico do seu correligionário assustado, o velho Mesquita, ao seu lado comentou placidamente: "José, o trombone está soltando notas demais. Mas pra carnaval tá bom demais!!!".

*Valério Mesquita é escritor potiguar de Macaíba e membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras.



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domingo, 20 de setembro de 2009

POESIA

Uma voz eu ouvi, vinda não sei de onde,
Dizendo-me que, algum dia,
Eu faria uma viagem para muito longe.

Uma voz eu ouvi, vinda das pequenas ondas do mar,
Dizendo-me que, eu deixaria este mundo por outro,
Esta vida, por uma vida melhor,
Esta estranha voz, agora eu sei, veio da noite,
Veio do rio, ou então, daquele sombrio cipreste, que,
Como a minha solidão, ofereço a Deus.

Walflan de Queiroz
(Livro de Tânia, 1963)

sábado, 19 de setembro de 2009

POESIA


LAGOA DAS MOÇAS

- Vancê tá vendo esse lago,
Pequeno, desse tamanho?
Apois bem é a lagoinha
Onde as moças tomam banho,
Quage toda manhanzinha.

- Eu num sei pruque razão
Essa água cheira tanto?
Num sei mesmo pruque é...
Mas, desconfio e agaranto:
Sê dos suó das muié.

- Mas, se eu fosse essa lagoa
Se ela eu pudesse sê!
Se quando as moças chegasse,
Eu pudesse as moças Vê...
Aí, os óios eu feixasse...

- Quando nágua elas caísse
Eu pegava, abria os óios.
Uns óios desse tamanho!!!
Só pra vê aqueles móios,
De moça tomando banho.

Renato Caldas

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

DE ROGACIANO LEITE E CEGO ADERALDO

O poeta-repentista cearense Chamado Cego Aderaldo era quem andava pelas feiras livres do Nordeste, acompanhando o também poeta-repentista  que chegou a morar no Rio Grande do Norte, Rogaciano Leite, autor da famosa canção "Cabelos Cor de Prata". Rogaciano era também advogado, jornalista, morou na paraíba e no Ceará. Pois bem, certa vez, numa certa feira livre de uma cidade nordestina, cercado por estusiastas dele e de Aderaldo, Rogaciano  saiu com essa: "Tô cantando com esse velho, esse velho que não serve pra mais nada, que tá todo enferrujado e já devia´estar na cama cercado de aplausos." Cego Aderaldo puxou da viola e cantou:

Andei procurando um besta
Um besta que fosse capaz
E de tanto procurar um besta
Encontrei esse rapaz
Que não serve pra ser besta
Porque é besta demais.

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quinta-feira, 17 de setembro de 2009

HINO OFICIAL DO ASSÚ


A letra e música do Hino do Assú é de autoria da educadora, poetisa e também musicóloga assuense Maria Carolina Caldas Wanderley que na intimidade era chamada de Sinhazinha Wanderley. O Projeto de Lei é de n. 6/69, de 11 de setembro de 1969. Era prefeito do município do Assu João Batista Lacerda Montenegro. Vejamos o referido hino transcrito abaixo:

Qual um canto harmonioso
Das aves, pelo ramado
A minh'alma te festeja
Meu Assu, idolatrado.

Estribilho

Torrão bendito hei de amar-te
Dentro do meu coração
Salve, Assu estremecido.
Salve, salve o meu sertão

Palmeiral da minha terra
As várzeas cobrindo estás
Tu qu'és útil pelo inverno
E pela seca ainda mais

Valoroso, florecente,
Em face dos mais serões
Hão de erguer-te o nosso esforço
Nossos bravos corações.

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PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...