sábado, 28 de janeiro de 2012

HISTÓRIA DA SEGUNDA GUERRA

Tádzio França - repórter

A história de Natal na Segunda Guerra Mundial é relativamente recente, mas ainda permanece como algo nublado e distante na memória da maioria das pessoas. A época em que a capital potiguar quebrou sua longa monotonia pós-colonial e entrou de vez - via mar e principalmente ar - no embalo do século XX, conta com poucas iniciativas para ser devidamente rememorada. Uma delas será realizada neste sábado, a 4ª edição da Conferência do Potengi,  uma encenação em movimento do encontro histórico entre os presidentes Franklin Delano Roosevelt e Getúlio Vargas há 69 anos em Natal. A produção é da Fundação Rampa (Frampa), entidade cultural que difunde e preservar a história da aviação no Estado. 
DivulgaçãoComboio da Fundação Rampa comemora os 69 anos da Conferência do PotengiComboio da Fundação Rampa comemora os 69 anos da Conferência do Potengi

"A relevância política e histórica do encontro de presidentes não foi só local, mas nacional. Isso nos motivou a recriar aquele momento", conta Leonardo Dantas, jornalista e diretor de comunicação da Frampa. Aquela que foi a maior decisão política internacional realizada no Brasil aconteceu em 28 de janeiro de 1943. O presidente norte-americano Franklin Roosevelt voltava de Casablanca, na África, enquanto Vargas vinha do Rio de Janeiro.

O presidente brasileiro foi orientado a oferecer o envio de tropas para o conflito armado na Europa - a partir daí o Brasil entrou efetivamente na guerra. Ambos ficaram hospedados em navios no rio Potengi. Almoçaram no fim da manhã, e depois seguiram em inspeção pelas bases americanas na cidade. O momento foi imortalizado num foto com os presidentes sorridentes em um jeep. 

A ocasião histórica foi batizada de Conferência do Potengi, e há quatro anos é revivida pela Frampa. O ponto de partida é a Rampa, o conjunto de edificações construído entre as décadas de 30 e 40 em Santos Reis, às margens do rio Potengi. O comboio, com alguns automóveis de época, se concentra na Rampa às 9h. No local estarão atores encenando os presidentes e militares da época, além de veteranos originais. A saída se dará às 10h, passando pelo 17º Grupamento de Artilharia de Campanha (GAC), ao lado do Iate Clube, passando por Santos Reis, Ribeira, avenidas do centro (Junqueira Ayres, Deodoro da Fonseca, Potengi, Hermes da Fonseca e Salgado Filho), tomando a BR-101 rumo à Base Aérea de Natal, pela via do portão secundário (em Emaús). 

O comboio será recebido na Base Aérea em Parnamirim pelo comandante, como na época. Na volta para Natal, o grupo fará uma parada simbólica no trecho da BR-101 onde estão resquícios da pista feita pelos americanos em 1942. "Neste local será erguido um monumento em lembrança à primeira pista asfaltada do Estado, ligando Natal à Base Aérea", explica Leonardo Dantas. Na ocasião será colocada a pedra fundamental da obra. Ele ressalta que jornalistas e pesquisadores de outras partes do país virão para essa edição. "A Conferência do Potengi repercutiu no Brasil 69 anos atrás, e continua como objeto histórico de estudo", diz.

Documentário sobre a Aeropostali 

Natal mudou profundamente desde a época em que os norte-americanos passeavam por aqui espalhando seu inglês e seus costumes. Devido a ausência de um museu, identificar visualmente aquele período histórico exige pesquisa. A Base Aérea de Natal - BANT - que já foi a maior base americana fora dos Estados Unidos, é tombada pela Aeronáutica e apesar de não ser mais a mesma dos anos 40, guarda várias preciosidades do período. 

Entre os marcos da era 'Parnamirim Field' estão, bem conservados, o chamado Trampolim, um gramado com palco ao estilo de uma concha acústica onde havia festas, projeção de filmes, e apresentações como as das históricas big bands de Glen Miller e Tommy Dorsey; a capela; o cine Navy, galpão só para assistir filmes; alguns hangares, e os aviões bombardeiros B-25 e B-26, duas vistosas relíquias da época. "Estamos improvisando por aqui um pequeno museu com imagens da época e alguns materiais, como macacões e capacetes. Há curiosidade das pessoas por saber mais", diz o Cabo Gomes, assessor de imprensa da Base. 

Gomes informa que uma equipe francesa já programou uma vinda à Base para gravar documentário sobre a Aeropostali, uma emprese francesa que esteve na Base antes dos americanos. O local sempre recebe visitas de escolas, historiadores e pesquisadores em geral. Para agendar visitas, exige-se antecedência. O contato pode ser feito pelo 3644-7114. 

Memorial da Rampa

Entre os projetos de revitalização para a Rampa, o belo prédio branco às margens do Potengi, está a construção de um memorial. Este contará com recepção, bilheteria, auditório para 126 pessoas, e espaços para eventos culturais, e um museu com áreas de exposições permanentes e temporárias. Em março, haverá a abertura do processo licitatório para a construção do memorial. 

Consulado espera museu

O elegante casarão número 184 da Rua Câmara Cascudo foi um cenário marcante da Natal entre guerras. Sua história poderia ter rendido um filme hollywoodiano em preto e branco. Hoje onde funciona o bar e restaurante Consulado, viveu o comerciante italiano Guglielmo Lettieri. Foi cônsul da Itália no RN, e sua simpatia pelo fascismo lhe causou a prisão em 1942, acusado de espionagem para o inimigo. Uma sala da casa possui ladrilhos com a cruz suástica nazista. As acusações foram comprovadas. 
Emanuel AmaralLeonardo Barata: Fui o primeiro a comprar um imóvel na Ribeira para preservar.Leonardo Barata: Fui o primeiro a comprar um imóvel na Ribeira para preservar.

Foi ao descobrir o curioso fato em suas pesquisas, que Leonardo Barata desejou adquirir o casarão. "Fui o primeiro a comprar um imóvel na Ribeira para preservar", afirma. No local funcionava um depósito de placas, e foram precisos 10 caminhões de lixo só para limpar a sujeira. A casa, construída por volta de 1912, tem arquitetura refinada, com arcos, lambris, portas e janelas artisticamente trabalhados. As paredes foram feitas de tijolos e trilhos de trem. Leonardo reformou tudo meticulosamente. Ele planeja em breve  fazer do segundo andar da casa um museu. Por lá o pesquisador conserva uma biblioteca com 15 mil volumes e milhares de documentos da época.  Assunto para pesquisas, livros e filmes - como o "For All - O Trampolim da Vitória", de 1997, não falta. 

OUTROS MARCOS

Para Leonardo Dantas, o próprio área entre a Ribeira e Santos Reis são marcos visuais dos anos 40. São o caso da Base Naval de Natal, do 17º GAC e do Iate Clube, todos às margens do Potengi, integrantes da histórica Rampa. O Grande Hotel, hoje um órgão da Justiça, era epicentro glamouroso da Ribeira onde estiveram o ator Tyrone Power e a escritora Clarice Lispector. Na rua Chile funcionou o Wander Bar, point alegre da boemia com festas "for all", é a atual EDTAM. Outro lugar onde os dólares rolavam, o cabaré de Maria Boa, hoje conta apenas com um trecho conservado do muro, na Cidade Alta. Resta a história.  

Serviço: IV Convenção do Potengi. Sábado, a partir das 9h, na Rampa, em Santos Reis. Acesso livre. 

Saiba mais: Bar Consulado, Rua Câmara Cascudo, 184 - Ribeira.
Fonte: Tribuna do Norte

ESCOLHA DA RAINHA DO CARNAVAL DE ASSU

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Galinhas invadem a Fiart

Fotos de Canindé Soares

São Bento do Una galinaceia à Fiart
Por Flávio Rezende
Um stand do município de São Bento do Una (PE) está chamando atenção na Fiart por seu colorido e, pela variedade com que expõe as famosas galinhas. Muito utilizada por artistas e artesãos, as galinhas são o destaque do stand, que as vendem através de cabaças caprichosamente pintadas.
O uso de galinhas em São Bento do Una não é novidade, é lá que acontece a famosa Corrida de Galinha, que o site da prefeitura local ( www.saobentodouna.pe.gov.br) assim descreve:  ”iniciada como uma brincadeira entre três amigos na década de 90, a Corrida da Galinha hoje faz parte do calendário turístico local e cada vez mais chama a atenção de todos. Durante  os três dias de festa, aproximadamente 20 mil pessoas, entre moradores e turistas, freqüentam  os pólos de animação da cidade. Além da divertida e inusitada disputa entre as aves, os visitantes podem conferir atrações como oficinas de culinária, exposição de artesanato, apresentações musicais e até um concurso de beleza para galos e galinhas. Antes de correrem atrás dos prêmios, os competidores passam por provas classificatórias que definem os galos e galinhas mais velozes que irão disputar o torneio principal, percorrendo 120 metros, o equivalente a duas voltas no galinhódromo. O sucesso da Corrida é tão grande que próximo ao galinhódromo existe até um stand, batizado com o pomposo nome em inglês de Rent a Chicken (alugue uma galinha) para os turistas de ultima hora que pretendem participar de uma forma mais direta da festa”.

A INFLUÊNCIA DAS CORES

(Título do blog)


Vamos começar pela cor para deixar seu quarto bem decorado?

Sempre ouvimos falar que as cores dos ambientes influenciam nas pessoas que nele convivem, por isso a Mobly vai te dar dicas para deixar seu quarto com a cor ideal.

-A cor rosa, transmite alegria e energia positiva, por isso uma excelente opção.
-O azul transmite calma e tranquilidade, sendo para o quarto a melhor opção de cor.
- O verde transmite energia.

Não gostou de nenhuma? Não sabe qual usar? Vamos lá:
Para as pessoas que são elétricas, ansiosas, agitadas ou possuem dificuldades para dormir, o ideal é que utilize cores frias, azul, verde, lilás, etc.
Porém se você for uma pessoa preguiçosa, desanimada, triste ou isolada, a sua opção deve ser cores quentes como Pink, vermelho, laranja, amarelo, etc.

Ah.. você pode fazer listras nas paredes, ou escolher uma parede só e utilizar a outra cor na decoração deste ambiente, esta jogada de cores também influenciará na energia.

Gostou? Compartilhe, e fale pra gente qual cor você colocaria no seu quarto!

SER FELIZ




Ser feliz é encontrar força no perdão;
Esperanças nas batalhas;
Segurança no palco do medo;
Amor nos desencontros.
É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida.

Fernando Pessoa

CUIDADO1 NATA AZEDANDO!


                                                                                                                      Públio José – jornalista
                                                                           (publiojose@gmail.com)

Quando o leite ferve, o resultado da elevação da temperatura impulsiona para cima a parte mais gorda, mais substanciosa do leite – conhecida como nata. Segundo os estudiosos, é a separação do melhor que o leite tem para oferecer. De tão rica, de tão encorpada de nutrientes, a nata se desdobra numa infinidade de benefícios para quem a consome, além de maravilhar gregos e troianos com os inúmeros produtos a serem extraídos de sua diversidade. Antigamente, a nata era um dos principais elementos na mesa dos nossos antepassados. Isso em razão da atividade braçal que desenvolviam. Hoje, com a atividade física restrita a algumas horas semanais na academia (muitos nem a isso se submetem), a nata entrou em rota de colisão com os manuais da moda, da estética, circunstância que vem tornando-a um indesejado membro da mesa contemporânea, algo a se evitar com unhas e dentes.

Entretanto, independente dessas questões, a nata representa o mais nobre da rica composição do leite, a seleção dos melhores elementos que dão estrutura à sua constituição. Com o tempo, o termo passou a designar o melhor de um contexto, a nomeação dos melhores componentes de um universo que se quer determinar. Daí que hoje se fala da nata dos músicos, dos médicos, dos cientistas, dos artistas, dos... Enfim, do melhor que se quer designar em um extrato social específico. Nesse contexto, seria natural que tivéssemos a nata das lideranças, a nata dos políticos, a nata dos homens públicos. Porém, sejamos sinceros: podemos designar como nata a liderança que hoje ocupa espaços públicos no Brasil? Voltemos à nata – a do leite. Pois esta, com toda excelência de sua composição, se não for bem cuidada, bem conservada, estraga, azeda, vencida por bactérias, fungos, vírus e germes de toda ordem.

Alguma semelhança com o ambiente político do qual fazemos parte? Os saudosistas, com alguma razão, afirmam que não se faz mais lideranças como as de antigamente. E apregoam os nomes de Bonifácio, Mauá, Rio Banco, Prudente, Getúlio, Prestes, Juscelino, Aranha... Segundo os tais, que lideranças! Desonestidade nelas não havia; corrução nem pensar; tibieza, frouxidão de caráter também estavam fora do agir de então. Firmes, honestas, patriotas, assim eram nossas lideranças. Ou, por outra, assim eram os que compunham a nata de nossas instituições. Hoje, o verme da corrução, a bactéria da desonestidade, o germe da insensibilidade, da insensatez, do desatino são os elementos que, preferencialmente, entram no perfil do que se convencionou chamar de líder. Costumes em frangalhos; hábitos em decomposição; escândalos infecciosos, tecido azedo pelo quadro patogênico que se estabeleceu.

Os entendidos em nata dizem que para salvá-la das impurezas tem solução. Lavá-la na água é uma. Outros, de mais rigor no diagnóstico, recomendam levá-la ao fogo. Agravante: após o fogo ela perde a qualidade de nata e, entre outros produtos, vira manteiga. Já no tocante às lideranças, a receita da água e do fogo deve ser bem analisada. Submeter, por exemplo, o político corruto à lavagem em água não é recomendável. Pois, dela, o gajo sai mais refrescado, mais asseado, porém com o interior sujo do mesmo jeito. Já o fogo deve se levar em conta. O fogo do voto, bem entendido. Esse sim, o remédio eficaz para a parte infectada do tecido. O fogo do voto depura, promove mudanças... Além de poder ser utilizado vezes sem conta. Com ele não se faz manteiga. Mas as instituições melhoram bastante. E, afinal, o que fazer se da nata das nossas lideranças não se consegue manteiga? Ah, quanta nata azeda...         
   

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A caminhada da vida é assim mesmo,
com escolhas e decisões difíceis, 
momentos em que temos de seguir um caminho.
O que faz a diferença, 
são as decisões tomadas durante o percurso.
Alguns dizem que há o destino
acomodam-se a ele, mas para mim,
é o caminho que escolhemos
que nos leva onde queremos.
A caminhada é longa,
cheia de raposas matreiras à espreita,
e noites traiçoeiras.

Por outro lado,
há a beleza dos campos silvestres,
a doce melodia do canto dos pássaros,
o encanto do voo das borboletas.
A caminha é muitas vezes árdua,
e cheia de armadilhas.
Estamos sujeitos, quase como regra,
a cair nelas. A errar.
Mas é errando e caindo
que se aprende a caminhar.
Os erros servem, para prendermos com eles.
Se erramos na caminhada,
não quer dizer que tenhamos que parar e voltar.
De forma alguma.Significa sim,
que temos que seguir em frente,
sem receio. Com garra!

O mais importante,
não são as vezes que erramos,
mas o que aprendemos com os erros,
e que tivemos escolhas.
Vivemos, e apreendemos com essas escolhas.
A consequência, é quase secundária.
Não importa, se o caminho percorrido
for feio e árduo.
O que importa, é nunca perdermos
os nossos valores, a nossa dignidade.
O que irá contar, quando a nossa caminhada
chegar ao fim,
é podermos dizer a nós mesmos,
que valeu a pena!



CC
A caminhada da vida é assim mesmo,
com escolhas e decisões difíceis, 
momentos em que temos de seguir um caminho.
O que faz a diferença, 
são as decisões tomadas durante o percurso.
Alguns dizem que há o destino
acomodam-se a ele, mas para mim,
é o caminho que escolhemos
que nos leva onde queremos.
A caminhada é longa,
cheia de raposas matreiras à espreita,
e noites traiçoeiras.

Por outro lado,
há a beleza dos campos silvestres,
a doce melodia do canto dos pássaros,
o encanto do voo das borboletas.
A caminha é muitas vezes árdua,
e cheia de armadilhas.
Estamos sujeitos, quase como regra,
a cair nelas. A errar.
Mas é errando e caindo
que se aprende a caminhar.
Os erros servem, para prendermos com eles.
Se erramos na caminhada,
não quer dizer que tenhamos que parar e voltar.
De forma alguma.Significa sim,
que temos que seguir em frente,
sem receio. Com garra!

O mais importante,
não são as vezes que erramos,
mas o que aprendemos com os erros,
e que tivemos escolhas.
Vivemos, e apreendemos com essas escolhas.
A consequência, é quase secundária.
Não importa, se o caminho percorrido
for feio e árduo.
O que importa, é nunca perdermos
os nossos valores, a nossa dignidade.
O que irá contar, quando a nossa caminhada
chegar ao fim,
é podermos dizer a nós mesmos,
que valeu a pena!

CC

CARNAVAL VALE DO AÇU 2012


 Do: Facebook Vale do Açu

CORRIGINDO DITADOS POPULARES



Postado por Fernando Caldas

POEMA DE DIVA CUNHA

Temos um encontro marcado
há dois ou três séculos num café
ou não sabemos quem antecipou a chegada
ou quem perdeu o ônibus, a hora
que uma nova chance
... nos seja dada
no lance dos dados

Diva Cunha

Duas joias do sítio histórico ganham revitalização


Yuno Silva e Tádzio França - repórteres
Patrimônio histórico significa memória e identidade cultural, e o casario da Cidade Alta e da Ribeira é testemunha de um passado recente preservado (na medida do possível) pelo tombamento proposto pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do RN (IPHAN-RN). Desde 2010 Natal passou a ser a primeira, e até agora única, cidade do Estado que tem seu centro urbano devidamente reconhecido como patrimônio, e em breve duas construções com mais de 100 anos cada estarão em plena atividade.
Frankie MarconeDe traços arrojados, o prédio da av. Duque de Caxias começou a ser restaurado e será o novo IphanDe traços arrojados, o prédio da av. Duque de Caxias começou a ser restaurado e será o novo Iphan


A primeira é o edifício onde funcionou a antiga estação ferroviária federal Sampaio Correia e foi utilizado como escola pública, nas Rocas, hoje sob a guarda do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), está praticamente pronto para abrir as portas como nova sede da instituição; já a segunda edificação, um casarão situado no número 159 da avenida Duque de Caxias, quase esquina com a Tavares de Lira na Ribeira, o antigo Instituto do Açúcar e do Álcool, começou a ser restaurada pelo IPHAN-RN agora em janeiro e até o início de 2013 deverá abrigar a administração e a divisão técnica do Instituto. As obras não tem nada a ver com a propalada revitalização da Ribeira, trata-se tão somente de iniciativas isoladas protagonizadas por órgãos públicos federais.


Sobre o casarão na Duque de Caxias, Heliana Carvalho, arquiteta, chefe da divisão técnica e superintendente substituta do IPHAN-RN, informou que a primeira etapa (orçada em R$ 350 mil) já foi iniciada e a previsão para conclusão das obras de restauração da estrutura física é de seis meses. "Os recursos são próprios do IPHAN/Ministério da Cultura, e nossa intenção é que a obra não seja paralisada em nenhum momento para cumprirmos a meta de transferir o setor administrativo e técnico até o início de 2013." O valor para executar a segunda etapa, inclui instalações elétrica e hidráulica e compra de mobiliário, ainda não foi definido pois "depende da publicação do orçamento federal."


A guarda provisória do casarão foi concedida ao IPHAN-RN pelo Patrimônio da União, mas o "processo para doação e transferência definitiva já está tramitando" pois foi há recursos garantidos para executar o projeto.


Construída no início do século 20 (a data correta ainda não foi confirmada), o imóvel pertenceu à família Fortunato Aranha até meados da década de 1940. De acordo com informações apuradas pela do Instituto, em 1947 foi objeto do processo de herança da família, em 1953 o local abrigou a Importadora Severino Alves Bila e em 1968 passou a ser propriedade da União. A partir de então sediou o Instituto do Açúcar e do Álcool até 1990 e, entre 1994 e 1997 a Fundação de Apoio ao Estudante. Nessa década, o prédio - já em decadência - ainda serviu como depósito utilizado pelo Poder Judiciário.


Por sua vez, a sede do IPHAN-RN na rua da Conceição, na Cidade Alta, servirá para atendimento ao público e interação com a comunidade através de exposições.


Em 2011, os dois principais trabalhos do IPHAN-RN foram a restauração do Sobradinho onde funciona o Museu Café Filho (reabertura agendada para o mês de março) e a casa onde funciona o Memorial Oriano de Almeida, anexo do Instituto Histórico e Geográfico do RN também na rua da Conceição. "As duas únicas obras recentes do IPHAN aqui no RN são a restauração (já concluída) desta casa, na Cidade Alta, que serve como sede da instituição; e a recuperação do prédio na avenida Duque de Caxias, na Ribeira."


No interior, o processo em andamento de maior destaque é o de tombamento da segunda imagem de Sant'ana, em Caicó, justamente a que percorre a cidade no andor durante a festa da padroeira - vale ressaltar que o evento religioso acontece há 263 anos naquela cidade e foi reconhecido em julho de 2011 como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Quanto a imagem primitiva, a original, já estava tombada. 


ESTAÇÃO SAMPAIO CORREIA INAUGURA EM MARÇO


Após dois anos de meticulosos trabalhos de restauração, um dos prédios históricos mais bonitos de Natal está prestes a voltar à ativa. A antiga Estação Ferroviária Federal Sampaio Correia -  palacete neoclássico de 1906 instalado nos limites da Ribeira - está na reta final de recuperação para abrigar a sede estadual do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DNOCS. A previsão é de que entre março e abril deste ano o prédio já esteja em funcionamento.  O imóvel localizado na Esplanada Silva Jardim foi tombado pelo IPHAN-RN em 1987, e cedido ao DNOCS pelo Patrimônio da União através de Contrato de Concessão de Uso, com a finalidade de ser adequado para funcionar como sede da coordenadoria do departamento,  preservando todas as características originais do prédio. Foi pré-requisito do edital de licitação que a obra deveria ser conduzida por um engenheiro qualificado na área de restauração. O trabalho foi orçado em 1,5 milhão de reais.   

rodrigo senaCom a obra quase pronta, Palacete da Estação Sampaio Correia reabre en março e será o DnocsCom a obra quase pronta, Palacete da Estação Sampaio Correia reabre en março e será o Dnocs
"A preservação dos itens remanescentes do prédio foi a parte mais importante do trabalho", afirma Alcio Pereira, o engenheiro responsável pela obra. Ele define o serviço basicamente como "artesanal", mesmo com todas as adaptações de instalações elétricas e hidráulicas necessárias para que o imóvel possa funcionar com sua nova função. "Os materiais novos que utilizamos foram escolhidos de modo a respeitar a integridade e a autenticidade da edificação. A intenção foi integrar o novo ao antigo", explica. 


PEÇAS ENCONTRADAS EM OLINDA


O serviço de recomposição foi bastante detalhista, segundo Alcio Pereira. Incluiu ladrilhos hidráulicos policromados;  azulejos portugueses com trabalhos em alto-relevo; as esquadrias das portas e janelas do prédio, que por serem feitas de pinho de riga - madeira nobre não existente mais hoje em dia - tiveram que ser restauradas. A bela escadaria de ferro exigiu um trabalho extra: algumas peças foram garimpadas em lojas de demolição em Olinda, como partes de ferro fundido, parafusos decorativos e peças de fixação. A calçada do edifício também foi toda refeita. "Evitamos a imitação a imitação do antigo, preferimos recompor", completa. 


Segundo o coordenador estadual do DNOCS, José Eduardo Wanderley, as obras foram atrasadas não só pelo serviço detalhista da restauração, mas também por entraves burocráticos da prefeitura. "Exigiram que pagássemos até uma 'taxa do lixo', atrasada por 15 anos, além de várias licenças", diz. José Eduardo conta que a velha estação estava em completo abandono, depredada, sem 


manutenção e insegura. "Tivemos que contratar segurança, pois os marginais tomavam conta do local". Foram comprados novos móveis e refeitas as instalações. "Complementamos muita coisa fora do orçamento", diz. 


O prédio de arquitetura neoclássica foi inaugurado no dia 13 de junho de 1906, com a função de ser o escritório da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte. Projetado pelo engenheiro Sampaio Correia, possui uma larga extensão horizontal, tendo a grande torre quadrada ao centro. No dia de sua abertura, recebeu a presença ilustre do presidente da república Afonso Pena. 


Durante a solenidade aconteceu a primeira viagem partindo de sua plataforma, rumo a Ceará-Mirim, tendo como passageiros figuras como Tavares de Lyra, Carneiro Costa, e o próprio presidente. A estação só recebeu o nome de seu criador na década de 50. À medida que os serviços ferroviários foram se tornado secundários, a velha estação foi sendo esquecida. O prédio foi transformado numa escola pública que funcionou até a década de 90. A pacata área residencial em sua volta tornou o prédio quase invisível. Apesar de imponente, as pessoas mal notam sua existência. Espera-se que com a revitalização, a velha estação possa ser vista e admirada como antigamente. 


Boa parte dos imóveis tombados é de particulares


Natal é a primeira cidade do RN que teve seu Centro Histórico tombado. Ao todo são cerca de 550 imóveis localizados na área chamada Poligonal de Tombamento (Ribeira e Cidade Alta), onde "a fiscalização é bem mais rígida que na 'Área de Entorno', onde avaliamos flexibilidade no perfil de ocupação", disse Heliana Carvalho, arquiteta e superintendente substituta do Instituto. A grande maioria dos imóveis, segundo Heliana, é de particulares e "a responsabilidade de conservação e restauração é deles. Ser tombado pelo IPHAN não significa dizer que iremos cuidar dos imóveis." 


Há cerca de uma década, os tombamentos eram voltados mais para sítios históricos homogêneos, e a justificativa para tombar parte dos bairros da Cidade Alta e Ribeira foi embasada em três frentes: a preservação do traçado urbano, a existência de diferentes estilos arquitetônicos (colonial, barroco, neoclássico, moderno) e a relação com o rio Potengi. Questionada sobre essa relação da cidade com o rio e o fato das construções estarem todas de costas para ele, a arquiteta informou que "a característica da cidade é essa desde o início da ocupação urbana. O rio era muito mais ligado à questões comerciais do que de lazer."

frankie marconeEdifício de três andares, o antigo Arpege, terá novo proprietáriosEdifício de três andares, o antigo Arpege, terá novo proprietários
Concedido provisoriamente em julho de 2010, e aprovado pelo conselho do IPHAN em Brasília no mês de dezembro do mesmo ano, Natal agora aguarda trâmite burocrático no MinC para ser registrada definitivamente no livro de tombamentos com perfil Histórico, Etnográfico e Paisagístico. "São várias as categorias de tombamento, Olinda (PE) e Ouro Preto (MG) por exemplo, estão no livro de tombamento arquitetônico de Belas Artes", explicou Heliana. Na região do Seridó, ela ressalta a existência de cidades que merecem um olhar cuidadoso do IPHAN-RN. "Mas neste momento não temos nenhum processo (de tombamento de centros urbanos) tramitando. Temos que verificar que a equipe da divisão é pequena: somos duas arquitetas, um engenheiro e um arqueólogo."


Segundo Heliana, proprietários de imóveis tombados pelo Patrimônio Histórico podem pleitear incentivos fiscais para restaurar as edificações. "Há uma lei no município que normatiza os incentivos fiscais, e os trâmites precisam correr com supervisão da Semurb - o IPHAN, nesses casos, avalia se o projeto preserva o patrimônio." Outro incentivo apontado pelo IPHAN é a facilidade para se conseguir recursos através de uma linha crédito especial a juros baixos e prestações a perder de vista. "O Nordeste é uma região privilegiada nesse sentido, pois o Banco do Nordeste (BNB) é o agente financeiro. Mas, apesar da verba existir no IPHAN federal, a Prefeitura tem que ter uma equipe qualificada para gerenciar esses recursos."


Arpege poderá ser um prédio residencial 


O Clube da Arperge, que já foi destino certeiro àqueles que buscavam um pouco de diversão e prazer no coração do histórico bairro da Ribeira até os anos sessenta, está em pé por um mero capricho da engenharia. Tombado pelo Patrimônio Histórico, o prédio é uma das maiores construções da rua Chile, com três pavimentos, e há quatro anos quase veio abaixo devido o desmoronamento de um galpão vizinho. 


O Clube, ou Boate, como prefere chamar Francisco Pereira, 70, não funciona há mais de uma década (o Arpege fechou oficialmente no final dos anos 90, com direito a festa de despedida). "Quando fiz 18 anos, antes de me apresentar no exército vim tomar minha primeira cerveja. Morava aqui nas Rocas e vim com meu amigo Braz da Padaria", disse.


NEGOCIAÇÕES


Mesmo em condições lastimáveis de conservação, o prédio está sendo negociado pelo empresário José Roberto, sócio em uma peixaria. "Dona Lúcia (que mora no Rio de Janeiro) ficou de vir a Natal agora depois do Carnaval para resolvermos isso. Minha intenção é recuperar o prédio, de acordo com as normas determinadas pelo IPHAN-RN, e ocupar", disse Roberto. Na parte de cima ele pretende criar apartamentos (kitnets) para aluguel, e no térreo ocupar com alguma atividade comercial.


Porém, antes de qualquer movimentação de cimento e tijolo no local, será preciso destravar o processo que corre na justiça responsabilizando o proprietário do galpão vizinho que desmoronou e afetou as estruturas da Arpege e de outro edifício. 


Há quatro anos seu Chico Pereira toma conta do espaço e vê com tristeza a deterioração do prédio. "Aqui no térreo", disse à reportagem do VIVER olhando ao redor, "funcionava a tipografia de Nestor Galhardo, e nos dois andares de cima era a Arpege. Era uma Boate que tinha até mulher morando. Foi um cabaré famoso!", confessa. Atualmente não mora ninguém no local, afinal a estrutura precisa ser totalmente restaurada para reerguer o prédio - os problemas físicos são visíveis: no térreo, o teto corre risco de desabar com o peso de uma caixa d'água que caiu do segundo andar na época do desmoronamento; e parede do lado direito está demolida.
Fonte: Tribuna do Norte
Postado por Fernando Caldas

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