sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013


CODEVA

Osvaldinho recebendo, em sua casa (1969) o Bispo da Diocese de Santa Luzia de Mossoró. Em primeiro plano da esquerda para a direita: Adonias Bezerra, Osvaldo Amorim, Dom Eliseu e Tarcísio Amorim. 
Foto: blog de Fernando Caldas.


Vamos conhecer, um pouquinho da história do Plano de Desenvolvimento do Vale do Assu? Tudo começou em Campina Grande em maio de 1956 no Encontro dos Bispos do Nordeste com a presença do Presidente Juscelino Kubitschek. Lá nasceu a SUDENE, com Celso Furtado.
O Bispo da Diocese de Mossoró Dom Eliseu e Osvaldo Amorim – aqui do Assu, participaram do Encontro. Resultado: no mês seguinte era aprovado pelo Governo Federal o “Plano Integrado de Desenvolvimento dos Vales do Assu e do Apodi”.
Em janeiro de 1957, os prefeitos do Vale do Assu e Apodi, bem como, representantes de todo Oeste se reuniram para um programa global de desenvolvimento rural.
Dezenas de projetos. Nenhum setor escapou à visão do trabalho, soprado pelo espirito desenvolvimentista do Governo JK. Núcleos de irrigação; Missão rural; Semanas rurais; Plano de eletrificação; Portos de Macau e Areia Branca; Cooperativas; Casas populares; Hospitais e Maternidades; Estradas; Centro de treinamento de líderes; Escolas normais.
Tudo isto possuía um novo dimensionamento cristão, através dos núcleos de Ação Católica. Na arquidiocese de Natal, liderava padre José Luiz. Na Diocese de Santa Luzia, de Mossoró, padre Américo Simonetti. Itajá foi o polo iniciador deste trabalho, sob a responsabilidade da educadora Libânia Pessoa.
Nesse período, o Vale do Assu tinha 05 deputados estaduais: Edgard Borges Montenegro, Olavo Lacerda Montenegro, Gerôncio Queiroz, Ângelo Varela e Floriano Bezerra.
Mais tarde, sob a liderança de Osvaldo Amorim – o popular Osvaldinho, foi organizada a CODEVA – Comissão de Desenvolvimento do Vale do Assu. Veio o ano de 1964. Com ele, o sonho foi se acabando. Os líderes foram sufocados. Dom Eliseu transferido. Osvaldo Amorim, tempos depois veio a falecer... Tudo começou a ser desmoronado e o Vale nunca mais encontrou união política nem parcerias dos agropecuaristas, empresários e governos para retomada do desenvolvimento vislumbrado por aqueles que montaram, com responsabilidade e esperança, o Plano Integrado de Desenvolvimento dos Vales do Assu e Apodi. Lamentavelmente.
Hoje, apesar da inegável potencialidade, o Vale do Assu enfrenta diversos problemas: Inserção dos produtos no mercado para comercialização; degradação ambiental; falta de incentivos; capacitação específica; irregularidade climática; posse das terras; entre outras dificuldades que tem deixado a região a mercê do desenvolvimento sustentável. Infelizmente.

‎"O partido-rede".


  • Fonte: blog do Noblat - O Globo
    "O partido-rede". Por Merval Pereira

O partido que a ex-senadora Marina Silva começa a revelar amanhã na reunião plenária que marcará seu lançamento oficial pretende ser um instrumento para desmontar as velhas estruturas partidárias e estabelecer uma rede de relacionamento entre diversos políticos, pertencentes ou não à nova sigla, unidos em torno de princípios éticos e programáticos.                                    

Seus fundadores veem essa “rede” como um instrumento estratégico para “dessacralizar” a imagem do partido tradicional, promovendo a ajuda a quadros em uma pluralidade de partidos e na sociedade civil que queiram trabalhar na mesma direção. A ideia de que o “partido” concentra o jogo político, enquanto a “rede” o dispersa acompanha a formação da nova agremiação, que nasce com a intenção de “virar pelo avesso, o avesso em que vivemos”, na definição do deputado federal Alfredo Sirkis, que será um dos fundadores da rede, que ele sugere estar ligada à questão central do meio ambiente, algo como “Rede Eco” ou “Eco Brasil”.

Junto com ele devem ser fundadores os deputados Walter Feldman (PSDB-SP), Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Domingos Dutra (PT-MA) e Reguffe (PDT-DF). Marina está conversando com o deputado federal petista Molon, que vai ajudar, mas ainda não decidiu se oficialmente participa da fundação ou se vai esperar para inaugurar o tipo de aliança informal que está prevista na própria formação do novo partido-rede.

Seus organizadores têm a esperança que outros deputados que estão conversando se definam até amanhã, para que a “rede” comece com entre cinco e dez deputados federais. Os “sonháticos", como se definem, esperam aproveitar a votação de quase 20% que a ex-senadora Marina Silva obteve em 2010 para, com quase três anos de atraso, tentar interferir na correlação de forças políticas existentes.

O entendimento é que, embora Marina não tenha aproveitado seu cacife eleitoral para obter acordos políticos relevantes com os dois finalistas daquela campanha, os eleitores que a viram como uma alternativa àquela época continuam sem perspectiva política e podem ser atraídos outra vez pela nova tentativa de mobilização de jovens e outras gentes ainda esperançosas de mudar o Brasil na direção da sustentabilidade. Em vez de “pretensiosa e inútil ingenuidade”, os “sonháticos” acham que a melhor opção é ainda sonhar com novas correlações de força, já que a alternativa seria deixar tudo como está e entrar no jogo da maneira que ele está estabelecido, não abrindo “um canal de participação política novo para esses integrantes de nossa sociedade que anseiam por algo diferente”, como diz Sirkis.

É dentro desse conceito novo de fazer política que o partido-rede pretende aprovar na plenária de amanhã estatuto com diversas novidades: o limite de 16 anos no mesmo cargo eletivo, o que equivale a dois mandatos de senador (justamente o tempo que Marina permaneceu como senadora em Brasília) ou quatro mandatos de deputado federal, deputado estadual ou vereador. Para contrastar, por exemplo, com os 11 mandatos de deputado federal do novo presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves. A ideia é evitar a criação de “parlamentares profissionais”.

Outro ponto destoante será a proibição de doações de campanha oriundas dos setores de bebida alcoólica, cigarro, arma e agrotóxicos. Estranhamente não há restrições ao financiamento de empreiteiras e bancos, setores muito mais envolvidos em polêmicas de financiamento do que as escolhidas. Essas limitações têm a vantagem de diferenciar o novo partido-rede dos demais em atuação, mesmo com suas inconsistências internas.

O que não está claro é como esse partido-rede atuará, por exemplo, na formação de coligações partidárias para a disputa presidencial de 2014, quando a ex-senadora concorrerá novamente à Presidência da República. Esses acordos “virtuais” podem até mesmo funcionar em votações suprapartidárias no Congresso, mas não funcionam quando objetivamente se tem que conseguir o maior tempo de propaganda no rádio e televisão numa campanha eleitoral.


    "O partido-rede". Por Merval Pereira

    O partido que a ex-senadora Marina Silva começa a revelar amanhã na reunião plenária que marcará seu lançamento oficial pretende ser um instrumento para desmontar as velhas estruturas partidárias e estabelecer uma rede de relacionamento entre diversos políticos, pertencentes ou não à nova sigla, unidos em torno de princípios éticos e programáticos. 

    Seus fundadores veem essa “rede” como um instrumento estratégico para “dessacralizar” a imagem do partido tradicional, promovendo a ajuda a quadros em uma pluralidade de partidos e na sociedade civil que queiram trabalhar na mesma direção. A ideia de que o “partido” concentra o jogo político, enquanto a “rede” o dispersa acompanha a formação da nova agremiação, que nasce com a intenção de “virar pelo avesso, o avesso em que vivemos”, na definição do deputado federal Alfredo Sirkis, que será um dos fundadores da rede, que ele sugere estar ligada à questão central do meio ambiente, algo como “Rede Eco” ou “Eco Brasil”.

    Junto com ele devem ser fundadores os deputados Walter Feldman (PSDB-SP), Ricardo Tripoli (PSDB-SP), Domingos Dutra (PT-MA) e Reguffe (PDT-DF). Marina está conversando com o deputado federal petista Molon, que vai ajudar, mas ainda não decidiu se oficialmente participa da fundação ou se vai esperar para inaugurar o tipo de aliança informal que está prevista na própria formação do novo partido-rede.

    Seus organizadores têm a esperança que outros deputados que estão conversando se definam até amanhã, para que a “rede” comece com entre cinco e dez deputados federais. Os “sonháticos", como se definem, esperam aproveitar a votação de quase 20% que a ex-senadora Marina Silva obteve em 2010 para, com quase três anos de atraso, tentar interferir na correlação de forças políticas existentes.

    O entendimento é que, embora Marina não tenha aproveitado seu cacife eleitoral para obter acordos políticos relevantes com os dois finalistas daquela campanha, os eleitores que a viram como uma alternativa àquela época continuam sem perspectiva política e podem ser atraídos outra vez pela nova tentativa de mobilização de jovens e outras gentes ainda esperançosas de mudar o Brasil na direção da sustentabilidade. Em vez de “pretensiosa e inútil ingenuidade”, os “sonháticos” acham que a melhor opção é ainda sonhar com novas correlações de força, já que a alternativa seria deixar tudo como está e entrar no jogo da maneira que ele está estabelecido, não abrindo “um canal de participação política novo para esses integrantes de nossa sociedade que anseiam por algo diferente”, como diz Sirkis.

    É dentro desse conceito novo de fazer política que o partido-rede pretende aprovar na plenária de amanhã estatuto com diversas novidades: o limite de 16 anos no mesmo cargo eletivo, o que equivale a dois mandatos de senador (justamente o tempo que Marina permaneceu como senadora em Brasília) ou quatro mandatos de deputado federal, deputado estadual ou vereador. Para contrastar, por exemplo, com os 11 mandatos de deputado federal do novo presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves. A ideia é evitar a criação de “parlamentares profissionais”.

    Outro ponto destoante será a proibição de doações de campanha oriundas dos setores de bebida alcoólica, cigarro, arma e agrotóxicos. Estranhamente não há restrições ao financiamento de empreiteiras e bancos, setores muito mais envolvidos em polêmicas de financiamento do que as escolhidas. Essas limitações têm a vantagem de diferenciar o novo partido-rede dos demais em atuação, mesmo com suas inconsistências internas.

    O que não está claro é como esse partido-rede atuará, por exemplo, na formação de coligações partidárias para a disputa presidencial de 2014, quando a ex-senadora concorrerá novamente à Presidência da República. Esses acordos “virtuais” podem até mesmo funcionar em votações suprapartidárias no Congresso, mas não funcionam quando objetivamente se tem que conseguir o maior tempo de propaganda no rádio e televisão numa campanha eleitoral.


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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

"O xadrez de 2014".



Fonte: Blog do Noblat - O Globo

Por Murilo Aragão


A sucessão está em pleno curso, tendo o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o PMDB como vetores centrais no momento. E as atenções estão voltadas para os seus movimentos.

Tudo com vistas à composição da chapa de Dilma na disputa pela Presidência em 2014; ou de uma chapa “terceira via” liderada por Campos.

Para Lula, que é o guardião-mor de sua fórmula, o melhor dos mundos seria a repetição da chapa Dilma e Michel Temer concorrendo juntos em 2014 e Eduardo no governo, como ministro, sendo preparado para 2018. No entanto, existem obstáculos sérios a seus desejos.

O primeiro deles é o estrago que a campanha municipal de Recife – que rachou PT e PSB – fez nas relações entre ambos.

O segundo obstáculo é que Eduardo Campos deve achar que, para ser competitivo em 2018, já tem de sair em 2014 para construir uma imagem nacional.

O terceiro aspecto é que o PT, que sempre ficou a reboque dos desejos de Lula, quer fazer a sua chapa em 2018. Com alguém do partido, não importa quem, que seja expressão de suas forças.

O quarto aspecto é que o PMDB está solidamente plantado no governo e comanda o Congresso, de onde há de criar, ou não, problemas para o Executivo.

Assim, fica evidente que há duas dinâmicas. A primeira ocorre dentro do “lulismo” e envolve suas forças e seus aliados. A outra fica dentro do “petismo”, que anda enfraquecido com as punições resultantes do julgamento do mensalão.

A questão Campos termina refletindo sobre o PMDB. Para evitar que o PSB concorra com candidato próprio e atrapalhe a reeleição de Dilma, no PT existem aqueles que defendem a remoção de Michel Temer do lugar de vice e a inclusão de Eduardo na chapa de 2014.

De acordo com o que tem sido veiculado pela imprensa, Lula estaria trabalhando nesta direção. O PMDB já emitiu sinais de insatisfação quanto a este movimento.

A solução sugere que Temer concorreria, com o apoio de Lula, Dilma e Campos, ao governo de São Paulo contra um forte Geraldo Alckmin.

Em que pese não ser uma oferta desprezível, os riscos para Temer são grandes e somente justificaria corrê-los com uma ampla margem de segurança e compensações claras, caso a investida não dê certo.

De pronto, fica evidente que ao PMDB não interessa perder a vice-Presidência, mesmo que as compensações sejam amplas e generosas. O partido deve se utilizar de suas posições atuais para consolidar a aliança com o PT em 2014 e esperar 2018 com tranquilidade.

O fato é que a aparição de Eduardo Campos na mídia como virtual candidato em 2014 está incomodando a base governista e determinando reflexões sobre como lidar com ele. Será ele o fato novo para 2014?

Sim e não. Vai depender, pelo menos, do tamanho da coalizão que ele consiga construir para apoiar a sua candidatura e também do andamento do governo Dilma.

E, ainda, do estrago que a campanha da mídia contra Lula possa causar em Dilma. Aparentemente, o impacto é limitado. A presidente consolidou uma boa imagem junto ao eleitorado.

Entre os oposicionistas não partidários, Campos é visto como alguém que pode ganhar de Dilma. Em especial, pelo fato de poder dividir o uso do legado de Lula com Dilma. Afinal, Campos e o PSB estão mais do que intimamente ligados aos sucessos de Lula.

Com a economia em compasso de espera, a política adquire peso e complexidade para 2014. As movimentações de PSB, PMDB e PT devem ser acompanhadas com lupa e prometem muitas emoções.

Ainda que o favoritismo de Dilma para 2014 continue sendo a tendência vigente, tanto pelo que ela representa como gestora do “lulismo” quanto pelo que pessoalmente conquistou junto à opinião pública.

Murillo de Aragão é cientista político.

Quando você encontrar a outra metade da sua alma, você vai entender porque todos os outros amores deixaram você ir. 
Quando você encontrar a pessoa que REALMENTE merece o seu coração, você vai entender porque as coisas não funcionaram com todos os outros...

Rubem Alves

Imagem da Web
Quando você encontrar a outra metade da sua alma, você vai entender porque todos os outros amores deixaram você ir. 
Quando você encontrar a pessoa que REALMENTE merece o seu coração, você vai entender porque as coisas não funcionaram com todos os outros...

[Rubem Alves]

UMA BOA IDEIA

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

UMA TROVINHA IRREVERENTE DE RENATO CALDAS



As fotografia acima, do blog paginarsait.blogspot, andorinhas sobre as torres da igreja de São João Batista de Assu, me faz lembrar uma velha trovinha do consagrado poeta Renato Caldas que um dia, para participar de um Concurso Nacional de Trovas, remeteu a irreverente trova para sua desclassificação, conforme transcrito adiante:

Uma andorinha assustada
Por cima dos capitéis
Pensa em dar uma cagada
Na cabeça dos fieis.





ASSU NA PRIMEIRA EDIÇÃO DO DIÁRIO DE PERNAMBUCO

Primeira edição do jornal "Diário de Pernambuco" (fotografia acima), data de 1 de novembro de 1885. Naquela edição daquele importante jornal da terra pernambucana [o mais mais antigo jornal da América do Sul], que começou publicando anúncios, vendas de escravos, entradas e saídas de embarcações no porto do Recife, está publicado a matéria:  

("...") "A SUMACA CHICA para o ASSU, Mestre Izidoro da Silva, dono Bento Joze da Costa, tripulação 12 pessoas, carga diversos gêneros, e 15 passageiros".

UM ASSUENSE QUE BRILHOU NO LEGISLATIVO BRASILEIRO



Naquele edifício (fotografia acima), da cidade do Rio de Janeiro, no tempo do Brasil Império, era instalado a casa legislativa dos deputados gerais, onde legislou em 1852 na qualidade de deputado geral, o assuense João Carlos Wanderley. 

Pelos seus brilhantes pronunciamentos no plenário daquela casa legislativa, o deputado Wanderley recebeu do Imperador Dom Pedro II, as seguintes palavras de elogios: "Matuto da língua de prata.".

João Carlos foi o primeiro filho do Assu-RN, a exercer tão alto cargo.  

A minha cidade


*Por Francisco Amorim

Quando comecei a ter o uso da razão, isto é, a ser capaz de dar recado, levar bilhete, fazer mandados, a minha cidade, a nossa cidade tinha escassos limites que iam do bairro Macapá - com uma rua só de casas quase que todas elas da taipa cobertas com palha de carnaúba - até à rua São Paulo, com vários espaços vazios entre esses extremos de Norte e Sul.

As ruas chamadas principais eram localizadas na praça da Matriz - era o quadro da Rua, onde ficavam a Rua Casa Grande (norte), do Mercado (sul), São João (nascente) e coronel Souto (poente).

Era aí que moravam as pessoas importantes e famílias endinheiradas. Moravam o Juiz de Direito, o Promotor, o Vigário, o Médico e o Farmacêutico, o patriarca da família Casa Grande - jornalista Antônio Soares de Macedo - e o da família Piató - Zumba Marreiro.

Existiam, como ainda hoje existe, o sobrado da Baronesa de Serra Branca e o velho José Gomes de Amorim, este construído em 1845. A praça da Matriz vem de longa data. Já Koster, historiador inglês, que pór aqui passou no dia 1. de dezembro de 1810 fez referência a ela, destacando a Matriz e o historiador Manoel Ferreira Nobre, em seu livro "Breve Noticias Sobre a Província do Rio Grande do Norte", impresso na Tipografia Espíritosantense, em Sergipe, no ano de 1877, destacava a casa residencia do dr. Luiz Carlos Lins Wanderley, localizada nesta mesma praça. Os sobrados de Minervino e o de Medeiros (Antônio Dantas Correia de Medeiros), despareceram pára darem lugar a outras edificações residenciais.

A antiga Cadeia Pública, a Intendência e a inacabada igreja do Rosário, também desapareceram. Estão hoje em seus lugares a Prefeitura e a Praça do Rosário, cuja imagem de N. Senhora é doação do dr. Pedro Amorim, médico e político da terra.
No "Quadro da Rua" ficava o comércio - a Casa Dantas - Nova Aurora do Dantas - A Casa Medeiros, firma sucessora; João Vicente da Fonseca. os armazéns de compra e venda de algodão e peles de "Seu" Nondas - Epaminondas - depois do coronel José Soares Filgueira Sobrinho, Ezequiel Fonseca, Osvaldo Oliveira e João Caldas.

Na rua São Paulo destacavam-se o prédio do Grupo Escolar Ten, Cel. José Correia e os armazéns do exportador Minervino Wanderley e do comprador de couros e peles Luiz Cabral, cujo estabelecimento exibia o pomposo título de "O Rei do Algodão".
Nessa época essas firmas exportavam diretamente algodão para Liverpool.

A primeira rua a receber iluminação a querosene foi a rua Coronel Souto, na praça da Matriz. A sua inauguração ocorreu em 24 de dezembro de 1908, na administração de Antônio Saboia. Coincidiu que nessa noite, depois da Missa do Galo, tinha lugar os festejos da Lapinha na residência do coronel Sá Leitão, à rua de Hortas, atual Moisés Soares. Lembro-me bem. Nós, meninos que tínhamos ido assistir aquela diversão, inclusive eu que nela tomei parte, nos intervalos íamos até ao beco da Botica, depois Farmácia Amorim, verificar se os lampiões ainda estavam acesos.

A luz elétrica só chegou ao Assu, em 13 de dezembro de 1925.

*Francisco Amorim era poeta e escritor assuense.

(transcrito do seu livro intitulado "Assu da Minha Meninice, 1982, Coleção Mossoroense).

O inteligente e o sabido


(Texto transcrito do livro Apesar de Tudo, 1987, de José Luiz Silva).

Há duas categorias de pessoas, que sobretudo no Rio Grande do Norte, merecem um debruçamento maior, uma atenção mais atenta, um enfoque mais aproximado: o inteligente e o sabido.
inteligente é como grão. Se não morrer, será infecundado. A fecundidade do sabido é feita de cotidianidade dos seus sonhos.
inteligente é aritimético. Consegue sobreviver. O sabido  é geométrico. Quase sempre vive sobre.
inteligente é polivalente na ordem do conhecimento. O Sabido, na ordem do aproveitamento.
inteligente é grosseiro às vezes, mais humano, profundamente humano. O sabido se irrita mas é sempre fino. Fino e aderente. Sobretudo ao poder. E quando eu falo em Poder, não me refiro pura e simplesmente ao sistema. Me refiro ao poder podendo. Feito de números. Sobretudo de números.
inteligente pode ser desligado. O sabido nunca.
inteligente gosta de se encontrar com velhos amigos. O sabido prefere localizar novos. Se vão lhe render dividendos.
inteligente é simples. O sabido é complexo. Chegar a ele, às vezes não é fácil.
O mundo é dos sabidos. A vida, dos inteligentes é complexo. Chegar a ele, às vezes não é fácil.
O mundo é dos sabidos. À vida, dos inteligentes. Na sua intensidade.
A ambição do inteligente é limitada. Porque limitada, nem consegue ser ambição.
sabido é sobretudo ambicioso, explicação maior do seu sucesso.
inteligente poderá ser sábio. O sabido, nunca.
A fé do inteligente é escatológica. Do sabido, circunstancial.
O inteligente não consegue ser audaz. A ousadia porém, é o oxigênio do sabido.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013


 Foto de CONTI outra, artes e afins.
"A natureza é sábia e justa. O vento sacode as árvores, move os galhos, para que todas as folhas tenham o seu momento de ver o sol."

Humberto de Campos
‎"













A natureza é sábia e justa. O vento sacode as árvores, move os galhos, para que todas as folhas tenham o seu momento de ver o sol."

Humberto de Campos
A NOSSA CASA 

A nossa casa, Amor, a nossa casa!
Onde está ela, Amor, que não a vejo?
Na minha doida fantasia em brasa
Constrói-a, num instante, o meu desejo!

Onde está ela, Amor, a nossa casa,
O bem que neste mundo mais invejo?
O brando ninho aonde o nosso beijo
Será mais puro e doce que uma asa?

Sonho...que eu e tu, dois pobrezinhos,
Andamos de mãos dadas, nos caminhos
Duma terra de rosas, num jardim,

Num país de ilusão que nunca vi...
E que eu moro -- tão bom! -- dentro de ti
E tu, ó meu Amor, dentro de mim...

Florbela Espanca

Imagem: Lauri Blank


Rende-te ao amor



Os raios de sol iluminam-te, dançando em teu redor
Tua face irradia uma beleza que invejaria os deuses
Todo o céu faz uma vénia e se arrasta a teus pés
Acariciando-te o rosto com subtileza e ternura

Sentas-te no teu púlpito de mar
Onde as ondas amansam banhando teus pés
Teus cantos de sereia nutrem as almas
Sedentas de amor, adormecendo … saciadas!

O próprio vento rende-se a ti
Sussurra-te ao ouvido palavras doces
Acariciando-te a alma com a sua brisa!

Apesar de venerada pelos elementos sentes tristeza
Sentes falta do amor (puro, verdadeiro e arrasador)
Rende-te a ele. Ali sentir-te-ás completa … e desejada!

João Salvador - 26/12/2012

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...