sábado, 10 de agosto de 2013

Casa de Caridade, uma Instituição do Assu



Casa de caridade, fundada pelo padre José Antônio de Maria Ibiapina. Aquele missionário era  formado pela Faculdade de Direito de Pernambuco, foi Juiz de direito, deputado geral pelo Ceará. “Decepcionado abandonou a vida civil para seguir o catolicismo. Aos 47 anos iniciou uma obra missionária visitando várias regiões do nordeste.”  

Gilberto Freire de Melo depõe que Ibiapina era a maior figura na igreja católica no Brasil.”  A Casa de Caridade, se não foi a primeira, pelo menos foi uma das primeiras instituições da terra assuense que para Câmara cascudo aquela casa fazia inveja a Natal porque não tinha uma igual. Foii instalada onde hoje funciona o Instituto que leva o nome daquele  missionário.

Conta-se que "Ibiapina foi chamado para pregar na cidade de Assu onde fez grande colheita com proveitos  maravilhosos (...) Achando o lugar próprio e conveniente, instituiu uma casa de caridade, que deixou em boa posição e bem dirigida. 

Sinhazinha Wanderley em depoimento a Walter Wandereley depõe (está transcrito no livro intitulado “Família Wanderley, 1965, que “no local do instituto existiu uma casa já muito antiga e que foi mandada edificar pelo padre Ibiapina. Contava-se deste padre que estivera a morrer num naufrágio e ao passar por Macau fizera voto de fundar uma Casa de Caridade no primeiro lugar a que chegasse. E foi o Assu Justamente esse lugar. Dita Casa de Caridade tinha como superiora Irmã Tereza e as Irmãs Leonarda, Dionízia, Felipa, etc. A casa recebia mocinhas pobres, órfãs, que ali ficavam até a idade do casamento. Ao atingirem a essa idade, o Procurador da Casa escolhia um rapaz honesto , bom cristão e trabalhador. Eram os dois levados à sala nas presenças do Procurador e da Superiora e, se os dois se agradavam, o casamento era feito às expensas da Casa... A Casa recebia doentes, cadáveres, que amortalhavam, deixando-os à noite na Capela, velados por duas recolhidas que o faziam com muito medo. A casa dava ensinamentos de flores, labirintos e bordados...”

(Ibiapina morreu no dia 19 de fevereiro de 1884 na cidade de Araras, Paraíba, onde está enterrado).

Fernando Caldas




Museu Café Filho - Rua da Conceiçaõ, Natal-RN

Imagem da Web.
Portalegre-RN
Imagem da Web.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Assu - De Freguesia a Vila Nova da Princesa



No século XVII criavam-se no Rio Grande dez Freguesias. A de São João Batista da Ribeira do Assu, no ano de 1726. Era vigário Manuel de Mesquita e Silva.

O povo criava gado, cultivava a lavoura e instalavam as Oficinas de Carne de Charque que, por sinal, foi ali, na Ribeira do Assu, produzida as primeiras charqueadas no Brasil.

No desenvolvimento da pecuária, foi pioneiro Manuel Filgueiras, nomeado capitão da Ribeira do Assu, chegando à região com um pequeno rebanho, tornando um fator comercial de muita importância.

Aquela freguesia “possuía em 1775, 90 fazendas de gado, 3 capelas, 571 fogos e 2.864 pessoas de desobriga”.

Em fins de 1775 para 1776, a freguesia segundo Nestor Lima: “Por esse tempo a freguesia tinha quarenta léguas de comprimento por vinte de largura e o seu padroeiro já era o glorioso São João Batista.”

“O movimento de carnes e couramas atraia as Oficinas três a quatro barcos, todos os anos, trazendo mercadorias”. (A República, n. 160, de 9 de abril de 1892).

João Inácio Pereira Neto depõe que “a região do Assu era extensa, abrangendo um terço do território da Capitania do então chamado Rio Grande, desde as terras de Santana para o norte, até Macau, e para o sul, às confinanças com o Seridó, para o poente, ao encontro com as terras do então chamado Ceará Grande, da Capitania do Ceará, e para o nascente, além do chamado Rio Grande do Assu, até onde o próprio índio houvera atingido.”

De freguesia elevou-se a município com a denominação de Vila Nova da Princesa, conforme Ordem Régia de 22 de julho de 1776, deu-se instalado a vila precisamente a 3 de julho de 1788. Foram, portanto, 57 anos de vila que tinha o seu próprio patrimônio: terrenos e fazendas, doados segundo Celso da Silveira em depoimento a Ferreira Nobre, no seu livro intitulado Breve Notícia Sobre a Província do Rio Grande do Norte que “o patrimônio de São João Batista foi feito de três vezes: A primeira em 1712, por Sebastião de Souza Jorge, que deu o terreno estritamente necessário a construção da Matriz e da Paróquia; a segunda, em 12 de outubro de 1774, por dona Clara de Macêdo, que doou 75 braças menos dois palmos. A terceira, finalmente, pela mesma dona Clara de Macêdo, que doou a maior parte dos terrenos ao patrimônio no dia 6 de outubro de 1777.”

Por fim, aquela região teve também as denominações de Julgado de São João Batista, Povoação de São João Batista da Ribeira do Assu e Vila Nova do Príncipe em homenagem a D. João VI, primeiro e último Rei do Brasil.

Criou-se então em 1786, a Câmara Municipal, primeira organização de um governo local instalada a 11 de agosto de 1788, cuja data denomina-se uma das ruas do Centro da cidade de Assu, sob a presidência do Juiz Ouvidor e Corregedor da Paraíba, Antônio Phillipe de Andrade Brederodes. Foram membros daquela cama da recém criada Vila Nova da Princesa, os senhores Francisco Da Silva Bastos, Francisco Dantas Barcelar, João Mendes Monteiro e Antônio Correia de Araújo Furtado.

Fernando Caldas








Ao companheiro Fernando "Fanfa" Caldas

 Por Aluízio Lacerda, professor, jornalista, blogueiro

Amanheci sentindo saudades das coisas do Assu, infância boa, bem vivida, ladeado de uma turma inesquecível  alguns vivinhos da silva pra acompanhar essas saudáveis recordações, outros já dormem na cidade de pés juntos, cumprindo a sina da vida, levado pela morte.

Pra começar devo lembrar ao amigo Fanfa algumas esquisitices da sua amada urbe: O homem mais pesado de Assu era chamado de "Maneiro" (saudosa memória), no finalzinho da cidade, periferia, havia uma padaria com o nome de Central, isso sem se falar em algumas preciosidades poéticas feita pelo consagrado bardo, Renato Caldas.


Certa vez um feirante com sua mercadoria encalhada, o bamburro de batatas era grande pediu ao poeta uma luz, um comercial rimado, afim de chamar atenção da freguesia: O poeta deu de garra de uma enorme batata e tascou essa de improviso: Batata, batata doce, batata que o povo gosta, um quilo dessa batata, dá mais de 10 quilos de bosta!

Seu Amaro Sena, em 1945, com o incêndio havido na usina fornecedora de energia da cidade (Intendência), ficando o Assu às escuras por um certo tempo, comprou ao poeta uma "Lâmpada Cóleman" para pagamento posterior, tinha uma bodega nas 4 bocas, passado algum tempo, esquecido de saldar o débito, pediu ao poeta uma rima em tom de cobrança para o fiado bastante acumulado em suas cadernetas - Renato não se fez de rogado, fez o seguinte verso: Amigo Amaro Sena. vejo e tenho pena, da sua situação, você é amigo raro, fiz você ficar no claro e fiquei na escuridão. Moral da história a cobrança foi eminente, Amaro meteu a mão no bolso e liquidou a conta com o poeta... 
 
Certa vez, campanha eleitoral, bastante acirrada em Assu, disputavam a prefeitura Edgard Montenegro e Costa Leitão, estando o poeta de cara cheia, como gostava de viver seu cotidiano, ouviu num comício, Costa Leitão pronunciar uma palavra de cunho erudito de forma literalmente errada, bateu palmas ao orador, nisso o palanque inteiro viu que as palmas tinha sido do poeta, convidaram pra subir ao púlpito de seu Costa, deram-lhe o microfone e acharam que o poeta iria anunciar sua adesão, veja no que deu: Somente sendo o maldito que mandou você falar, aqui na praça bradar, São João Batista o inclíto, um erro desse admito , no orador Abraão, mais você "Costa Leitão" orador de nomeada, dá semelhante cagada, na praça da redenção!
 
Sendo Renato um Edgarzista apaixonado, acabou a noitada de seu rival... Depois conto mais... 
Segue essa singela contribuição para o seu imenso repertório de causos varzeanos... Um abraço e até mais vê!!!

Assu

"Herois, poetas, escritores,
Boêmios e trovadores
Ilustrarão tradições
Que não serão sepultadas
Para serem proclamadas
Pelas novas gerações."
 
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Literatura feminina na Casa de Maria Caffé em Petrópolis


Foto: Aldair Dantas
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“Cascudo, em 1940, falava da ausência de um livro sobre as escritoras norte-riograndenses e afirmava que ele se faria ‘mais dia, menos dia’. As palavras de Cascudo não encontraram, no entanto eco entre seus contemporâneos, pois passaram-se mais de 60 anos para que tal desafio fosse cumprido por Diva Cunha e Constância Lima Duarte”, lembra a professora Conceição Flores no prefácio do livro “Antologia – Escritoras do Rio Grande do Norte”, que Diva e Constância lançam no sábado, a partir das 10h, na Casa de Maria Caffé em Petrópolis.

A obra é uma reedição revista e ampliada do título publicado em 2001, que na época trazia o subtítulo “de Nísia Floresta a Zila Mamede”. Nessa nova versão, que sai com o aval do selo Bons Costumes/Jovens Escribas, o livro traz dez nomes a mais (que os 25 originais) e alcança autoras contemporâneas como Marize Castro e Iracema Macedo. A própria Diva Cunha e Clotilde Tavares também são novidades na lista, que chega até 1999.

“Na primeira edição, há tempos esgotada, as autoras citadas eram todas falecidas”, informou a poeta Diva Cunha, ocupante da cadeira número 30 da Academia Norte-riograndense de Letras. “Chegamos até 1999, Iracema é a mais nova da lista e a última a publicar no século passado, depois disso vemos o surgimento de várias escritoras, principalmente pela facilidade de se publicar. Vejo trabalhos bem interessantes de 2000 para cá, mas é prudente acompanharmos a evolução dessas autoras pois muita gente fica em um livro só. Então preferimos deixar esse material para um outro volume”, adiantou Diva.

Ela reconhece a finalidade do título como obra de referência e pesquisa, e ressalta a inclusão das escritoras Hilda Araujo, 90, e Zenaide Almeida Costa, também com 90 anos. “São as duas da geração anterior que ficaram de fora da primeira lista”, acrescenta. Além do histórico de cada uma das 35 escritoras elencadas, e da bibliografia, as pesquisadoras destacam poemas e trechos de romances para mostrar o melhor da obra consultada.

A pesquisa para formatar a antologia começou na década de 1990, quando Constância ainda morava em Natal (hoje a professora reside em Minas Gerais) e mantinha uma base de pesquisa na UFRN. “Buscamos familiares, entrevistamos parentes, pesquisamos em arquivos de Pernambuco e na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro para remontar alguns perfis”, recorda.

Diva não garantiu a presença da colega Constância no lançamento: “A passagem está comprada, mas talvez ela não venha devido problema sério de saúde na família”, lamentou. Como a primeira edição saiu com 300 exemplares pelo Sebo Vermelho e está esgotada há anos, esta nova edição deverá ser bem disputada.
Serviço: Lançamento do livro “Antologia – Escritoras do Rio Grande do Norte” (Jovens Escribas, 393 páginas, R$ 40), organizado por Diva Cunha e Constância Lima Duarte. Sábado (10), às 10h, na Casa de Maria Caffé em Petrópolis.

Fonte: TNONLINE

De: Natalpress - Mural/face de Minervino Wanderley
O português e a letra "F"

Um homem chega ao restaurante, senta-se e, acenando com o braço, diz:
- Faz favor: frango frito, favas, farinheira.. .
- Acompanhado com quê?
- Feijão.
- Deseja beber alguma coisa?
- Fanta fresca.
- Um pãozinho antes da refeição?
- Fatias fininhas.
O empregado anota o pedido, já meio intrigado: "o tipo fala tudo com F's!"
Depois do homem terminar a refeição, o empregado pergunta-lhe:
- Vai querer sobremesa?
- Fruta.
- Tem alguma preferência?
- Figos.
Depois da sobremesa, o empregado:
- Deseja um café?
- Forte. Fervendo.
Quando o cliente termina o café:
- Então, como estava o cafézinho?
- Frio, fraco. Faltou filtrar formiguinha flutuando.
Aí o empregado pensa: "Vamos ver até aonde é que ele vai".
- Como é que o senhor se chama?
- Fernando Fagundes Faria Filho.
- De onde vem?
- Faro.
- Trabalha?
- Fui ferreiro.
- Deixou o emprego?
- Fui forçado.
- Por quê?
- Faltou ferro.
- E o que é que fazia?
- Ferrolhos, ferraduras, facas... ferragens.
- Tem um clube favorito?
- Fui Famalicense.
- E deixou de ser porquê?
- Futebol feio, farta.
- Qual é o seu clube, agora?
- Farense.
- O senhor é casado?
- Fui.
- E sua esposa?
- Faleceu.
- De quê?
- Foram furúnculos, frieiras... ficou fraquinha... finou-se.
O empregado de mesa perde a calma:
- Olhe! Se você disser mais 10 palavras começadas com a letra F... não paga a conta. Pronto!!!
- Formidável, fantástico. Foi fácil ficar freguês falando frases fixes.
O homem levanta-se e dirige-se para a saída, enquanto o empregado ainda lança:
- Espere aí! Ainda falta uma!
O homem responde, sem se virar:
- Faltava!!!
 
Do Mural/face de Minervino Wanderley

UERN

CURSO DE DIREITO APROVADO PELO CONSAD 
O Conselho Administrativo do Campus Avançado Prefeito Walter de Sá Leitão - CONSAD, da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte - UERN, esteve reunido na última quarta-feira (07/08), no aludido campus, momento em que ficou definido, conforme aprovação dos membros, a inclusão do curso de Direito no plano de expansão do Campus do Assu. 
O deputado George Soares está eufórico com a decisão porque virá atender a um pleito de sua autoria apresentado e aprovado pela assembleia Legislativa, em junho de 2011 (conforme cópia abaixo), onde reivindicou além do curso de Direito os de Enfermagem e Medicina para contemplar as regiões Central, Salineira e Vale do Açu. 
A concretização deste sonho da população da região poderá ser vista como ponto chave para justificar a implantação de outros cursos, estudados e avaliados pela Comissão de Expansão, tais como: Gestão Pública, Engenharia Ambiental, Matemática e Engenharia de Petróleo e Gás além de Enfermagem e Medicina pleiteados pelo Parlamentar  assuense.

O Padre revolucionário e os Montenegros de Assú (I)

O Padre revolucionário e os  Montenegros de Assú (I)
João Felipe da Trindade (jfhipotenusa@gmail.com)
Professor da UFRN, sócio do INRG e do IHGRN
Pe. Francisco Sadoc de Araújo escreveu na Revista do Instituto do Ceará, em 1983, que Pe. João Ribeiro Pessoa de Mello Montenegro, o líder e principal mentor da Revolução Pernambucana de 1817, deve ter nascido em Sobral, contrariando outros autores que dizem ter ele nascido em Tracunhaém, aos 28 de fevereiro de 1766.
Diz mais Pe. Sadoc: sabemos hoje, com absoluta certeza, a naturalidade de seus ascendentes mais próximos.  Manuel de Mello Montenegro, seu pai, é natural de Itamaracá e sua mãe, Genebra Francisca Pessoa, de Igarassu. O avô paterno, capitão Domingos de Melo Montenegro, nasceu em Tracunhaém e a avó, Maria Teresa de Melo, em Itamaracá. O avô materno, capitão-mor João Ribeiro Pessoa, é natural de Igarassú, e a avó, Genebra de Vasconcelos Castro, de Goiana.
Nos apontamentos do Major Salvador Drumond encontrei que: Em 21 de novembro de 1731, pelas quatro horas da tarde na Capela de S. Luzia, desta Freguesia de Igarassu, em cuja Matriz donde os contraentes são moradores, e na Capela de Inhaman, donde o contraente é aplicado e na dita Capela de Santa Luzia, onde a contraente é aplicada, e na Matriz da Igreja de Tracunhaém, onde o contraente foi morador, e na Matriz da Vila de Goiana donde a contraente é natural, feitas as denunciações em todas as sobreditas partes sem se descobrir impedimento, como me constou por certidão dos banhos que ficam em meu poder, com licença minha em presença do Rev. Pe. Bernardo de Miranda e Vasconcelos e das testemunhas Pe. Manoel Pessoa, o capitão Luiz da Veiga Pessoa, o capitão-mor João Carneiro da Cunha, o Rev. João Damasceno Soares, e outras, todos desta freguesia, se casaram solenemente por palavras de presente João Ribeiro Pessoa, natural desta Freguesia de Igarassu, filho do capitão João Ribeiro Pessoa, já defunto, e de sua mulher Ignez da Veiga de Brito, com D. Genebra de Vasconcellos e Castro, filha do tenente Francisco de Brito Lira, já defunto, e de sua mulher D. Juliana de Drumond e receberam logo as bênçãos com os ritos da Santa Madre Igreja. Em fé do que se fez este termo que assinei com as testemunhas. Paulo Teixeira, Vigário, Bernardo de Miranda e Vasconcellos, Luiz da Veiga Pessoa, Manoel Pessoa.
Pe. Sadoc pesquisou nos livros originais de batismo e casamentos da Freguesia de Sobral, e, por isso, afirma: as ligações do Pe. João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro com Sobral se devem ao fato de ser sobrinho materno de seu homônimo Padre João Ribeiro Pessoa que foi vigário da freguesia sobralense durante 25 anos, ou mais precisamente, de 20 de dezembro de 1762 a 16 de maio de 1787, dia em que faleceu com 58 anos de idade, sendo sepultado na Matriz. Por essa idade deve ser sido o primeiro filho de João Ribeiro e Genebra de Vasconcelos. Diz ainda Pe. Sadoc, a partir das suas pesquisas, que: para viver em companhia do Paróco, vieram residir em Sobral os seus irmãos José Tavares Pessoa, Gonçalo Novo de Lira e Genebra Francisca Pessoa, esta mãe do Pe. João Ribeiro de Mello Montenegro.
Quanto aos filhos de Genebra Francisca descobriu os termos de batismo de quatro deles, não encontrando o do líder revolucionário. Batizados em Sobral foram: Manuel, em 26/02/1780; José, em 9/09/1784; Brás, em 22/01/1786; e Teresa, em 9/04/1787. Exemplifica através de um deles: Manuel, filho legítimo de Manuel de Mello Montenegro, natural da Freguesia de Itamaracá, e de sua mulher, D. Genebra Francisca Pessoa, natural de Igarassu, e moradores nesta de Nossa Senhora da Conceição da Vila de Sobral, neto paterno do capitão Domingos de Mello Montenegro, natural da Freguesia de Tracunhaém, e de sua mulher Dona Tereza Maria de Melo, natural de Itamaracá, e materno do capitão João Ribeiro Pessoa, natural de Igarassu, e sua mulher dona Genebra de Vasconcelos e Castro, natural de Goiana, nasceu a doze de junho de mil setecentos e oitenta e foi batizado, com os santos óleos a vinte e cinco do mesmo mês e ano, nesta Matriz, por mim cura João Ribeiro Pessoa. Foram padrinhos José Tavares Pessoa, casado, e D. Felicia Teodora d'Ornelas Pessoa, mulher do Gonçalo Novo de Lira, moradores nesta Freguesia. Do que fiz este termo que para constar assinei, João Ribeiro Pessoa. Cura e Vigário da Vila de Sobral.
Nos registros de Assú encontrei: Aos oito dias do mês de janeiro de mil oitocentos e vinte e quatro pelas oito horas da tarde nesta Matriz de São João Batista do Assu, em minha presença e das testemunhas abaixo nomeadas, se receberam por esposos presentes Domingos de Mello Montenegro e Dona Antonia Francisca Correa de Araújo, meus fregueses: o esposo de idade de quarenta e seis anos, filho legítimo do capitão Manuel de Mello Montenegro e Dona Genebra Francisca de Vasconcellos Pessoa, já falecidos, natural de Tejucupapo de donde apresentou seus papéis desimpedidos; e de Goianinha, onde morou: a esposa de idade de quarenta e dois anos, filha legitima do capitão-mor Antonio Correa de Araújo Furtado, já falecido, e Dona Maria Francisca da Trindade, natural deste Assú, e moradores onde se fizeram as denunciações, duas em dois dias feriais, e uma em um domingo por despacho do Ilustríssimo e Reverendíssimo Senhor Cabido, sem impedimento, e logo lhes dei as bênçãos matrimoniais, sendo primeiramente confessados e examinados na Doutrina Cristã, presentes por testemunhas João da Fonseca Silva, e Mathias Antonio de Oliveira Cabral, solteiros, todos deste Assú. E para constar fiz este assento em que me assinei. Joaquim José de Santa Anna, Paróco do Assú.
No próximo artigo faremos considerações sobre as implicações desse último casamento.

Amor pela terra

 

Corre nas minhas veias
O coração do norte
Corre nas minhas veias
O berço do meu nascimento
Corre nas minhas veias
O aroma do campo
Cultivo em mim o amor pela terra
O amor pelas minhas gentes
A cultura da humildade
Os laços inquebráveis
Dos rostos daqueles
Que me fizeram o que sou hoje
Corre nas minhas veias
o orgulho do meu berço!
Sinto em mim as tradições
Que resgato nas memórias vividas
Ó terra minha
Que te amem suas gentes
Como eu te amo incondicionalmente
Com o sangue que me habita nas veias!
  
João Salvador – 24/07/2013

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

COLONIZAÇÃO DO ASSU


Registra a História do Rio Grande do Norte que por volta de 1650 habitavam a região do Assu, os indígenas que deram a denominação daquele lugar de Taba-açu, que na linguagem Tupi-Guarani quer dizer Aldeia Grande. Aqueles nativos eram guerreiros, selvagens, ferozes, supersticiosos e viviam quase nus. Usavam apenas uma pequena saia feita de palha de carnaubeira (árvore nativa então abundante naquela região). Mantinham-se da caça, da pesca, de frutas, mel e raízes. Na caça matavam os veados e comiam apenas as suas tripas cruas. Na pesca tinham preferência pelas traíras (peixe carnívoro de água doce muito comum nos rios, açudes e lagoas). Eram notabilizados de Janduí (nome do chefe), que até a década de 1686-1696, punham em pânico as hostes portuguesas, atacando-a até as proximidades da Capitania do Rio Grande. Na chegada dos homens brancos, foram eles dominados e eliminados quase por completo numa guerra sanguinária que a história denominou de Guerra dos Bárbaros ou Guerra do Açu.

O capitão-mor da Capitania Agostinho César de Andrade sem poder cumprir a Ordem Régia, deu lugar a Bernardo Vieira de Melo capitão de ordenança do Rio Grande, que veio a Ribeira do Assu comandando “uma expedição que lutou contra os índios e estabeleceu os colonos.”

Fundou-se então o Arraial de Santa Margarida, de 20 de julho de 1687, Arraial de Nossa Senhora dos Prazeres, fundado a 24 de abril de 1696 por Bernardo Vieira de Melo (sendo o dia 24 de abril consagrado a Nossa Senhora dos Prazeres, é natural que fosse o da fundação do Arraial. Porque costumam os portugueses assinalar os seus feitos com o nome do santo do dia). Capitães Mores.

Depõe Nestor Lima que “a colonização da Ribeira do Assu teve, porém, enormes dificuldades opostas pelos naturais da terra, numerosa tribo Tapuia, que declarou guerra de morte aos colonizadores, a quem causava toda sorte de danos em medonhas investidas”, não aceitando juntamente com a tribo Janduí, a serem subordinados e subjugados pelos portugueses e colonos, em defesa de suas terras.

Fernando Caldas



LANÇAMENTO DE LIVRO

Convite

Nesta sexta feira a Azymuth convida você para o lançamento do livro VERBENAS da autora assuense Anna Lima (1882-1918). Publicado originalmente em 1901 com prefácio de Pedro Avelino. Trata-se de uma edição fac-similar; com introdução de Santa Guerra.

Um sucesso editorial com mais de 300 exemplares vendidos.

Local e data do Lançamento

Dia 09/08/2013 das 17hs às 20hs. Cooperativa Cultural UFRN – Centro de Convivência.
Av. Sen. Salgado Filho, 3000, Lagoa Nova - Natal - RN, 59078-900.
Telefone: (84) 3211-9230

Valor e formas de Pagamento

R$ 30,00 – Pagamento em dinheiro ou Cartões de Crédito e Débito.

Parte das vendas ajudará o Hospital Infantil Varela Santiago.

Contato

editoraazymuth@yahoo.com.br

CAUSO

Por que eu?

 
N
UMA ÉPOCA áurea do Porto Piató (Assu), funcionava um grande bar pertencente a Zé de Nicolau. Maria de Lino, logo cedo, iniciava vendendo aos pescadores: chá, café, pão, bolo, bolacha e outras guloseimas. 
Certo dia estava ela quebrando a lenha para fazer o fogo, enquanto isso, seu pai Lucílio Oliveira tinha acabado de sair de um jogo e participava de uma prosa muito animada, fumando aquele brejeiro e, vez por outra dando aquela cuspida. De imediato, Maria chamou: 
- Papai, venha cá!
- Vou já! – respondeu LucílioNo entanto, Maria muito apressada para começar suas atividades, voltou a chamar: 
- Papai, venha cá!  
E Lucílio:
- Vou já!
Depois de Maria chamar umas quatro ou cinco vezes apelou: 
- Papai! Home diga logo se vem ou não vem... 
Lucílio pediu aos companheiros para aguardarem um pouco que voltaria logo.
- Qui diabo de vexame é esse, Maria? O que é que tu queis comigo?
Maria já cansada, passando a mão na testa respondeu: 
- Home, pelo amor de Deus, quebre aqui esse pau qui num tem quem quebre. 
Lucílio dando meia volta respondeu sem pestanejar: 
- Se num tem quem quebre pra que você me chama? 
 
Fonte: Dez Contos & Cem Causos - Ivan Pinheiro

LUIZ CARLOS LINS WANDERLEY – 1831/1990, foi um dos primeiros poetas do Assu, primeiro médico e romancista do Rio Grande do Norte. Foi também...