No século
XVII criavam-se no Rio Grande dez Freguesias. A de São João
Batista da Ribeira do Assu, no ano de 1726. Era vigário Manuel de Mesquita e Silva.
O povo criava gado, cultivava a lavoura e instalavam as Oficinas de
Carne de Charque que, por sinal, foi ali, na Ribeira do Assu, produzida as
primeiras charqueadas no Brasil.
No
desenvolvimento da pecuária, foi pioneiro Manuel Filgueiras, nomeado capitão da
Ribeira do Assu, chegando à região com um pequeno rebanho, tornando um fator
comercial de muita importância.
Aquela freguesia “possuía em 1775, 90 fazendas de gado, 3 capelas, 571 fogos e 2.864 pessoas de desobriga”.
Em fins de
1775 para 1776, a freguesia segundo Nestor Lima: “Por esse tempo a freguesia
tinha quarenta léguas de comprimento por vinte de largura e o seu padroeiro já
era o glorioso São João Batista.”
“O movimento de carnes e couramas atraia as Oficinas três a quatro barcos, todos os anos, trazendo mercadorias”. (A República, n. 160, de 9 de abril de 1892).
João Inácio
Pereira Neto depõe que “a região do Assu era extensa, abrangendo um terço do
território da Capitania do então chamado Rio Grande, desde as terras de Santana
para o norte, até Macau, e para o sul, às confinanças com o Seridó, para o
poente, ao encontro com as terras do então chamado Ceará Grande, da Capitania
do Ceará, e para o nascente, além do chamado Rio Grande do Assu, até onde o
próprio índio houvera atingido.”
De freguesia
elevou-se a município com a denominação de Vila Nova da Princesa, conforme
Ordem Régia de 22 de julho de 1776, deu-se instalado a vila precisamente a 3 de
julho de 1788. Foram, portanto, 57 anos de vila que tinha o seu próprio
patrimônio: terrenos e fazendas, doados segundo Celso da Silveira em depoimento
a Ferreira Nobre, no seu livro intitulado Breve Notícia Sobre a Província do
Rio Grande do Norte que “o patrimônio de São João Batista foi feito de três vezes:
A primeira em 1712, por Sebastião de Souza Jorge, que deu o terreno
estritamente necessário a construção da Matriz e da Paróquia; a segunda, em 12
de outubro de 1774, por dona Clara de Macêdo, que doou 75 braças menos dois
palmos. A terceira, finalmente, pela mesma dona Clara de Macêdo, que doou a
maior parte dos terrenos ao patrimônio no dia 6 de outubro de 1777.”
Por fim,
aquela região teve também as denominações de Julgado de São João Batista, Povoação
de São João Batista da Ribeira do Assu e Vila Nova do Príncipe em homenagem a
D. João VI, primeiro e último Rei do Brasil.
Criou-se
então em 1786, a Câmara Municipal, primeira organização de um governo local instalada a 11 de agosto de 1788, cuja data
denomina-se uma das ruas do Centro da cidade de Assu, sob a presidência do Juiz
Ouvidor e Corregedor da Paraíba, Antônio Phillipe de Andrade Brederodes. Foram
membros daquela cama da recém criada Vila Nova da Princesa, os senhores
Francisco Da Silva Bastos, Francisco Dantas Barcelar, João Mendes Monteiro e
Antônio Correia de Araújo Furtado.
Fernando
Caldas
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