terça-feira, 8 de abril de 2014

CONTO

O PULO DO GATO
 Ivan Pinheiro Bezerra*

A PORTA se abriu rangendo as dobradiças. Um gato que estava descansando sobre uma mureta deu um salto caindo em pé num amontoado de folhas secas
sobre o chão.

Leôncio, um rapaz de quase 23 anos, que estava próximo sentado sobre um enorme tronco de oiticica, a pastorear um rebanho de ovelhas, assustou-se. 

Rapidamente girou o corpo em direção ao barulho. E, por instantes, não acreditou no que viu... Acabara de surgir à porta, enrolada numa toalha lilás, contrastando com a meia-luz crepuscular, Madalena - a mulher mais cobiçada da fazenda Juazeiro e de toda a redondeza. Madalena havia chegado à localidade há pouco menos de um ano.  Tinha casado com Thomaz, um dos moradores da fazenda. Homem temido por todos, dado ao seu poder na função de capataz da fazenda do Coronel Ludovico. 

Ela, apesar de viver o ardor dos seus vinte anos, não costumava sair de casa, a não ser a ida para as missas que ocorriam uma vez por mês na capela da fazenda. Nestes momentos litúrgicos Thomaz fazia questão de adentrar na igrejinha, todo posudo, de braços dados com a sua Madalena. Para ele era como se estivesse mostrando à população o seu troféu... A sua pérola preciosa.

Leôncio não retirou os olhos da porta. Seus olhares se cruzaram. Ele baixou a cabeça desviando o olhar para evitar qualquer mal entendido e, depois de alguns segundos, quando voltou a vista ela permanecia o encarando. Ele ficou nervoso, aquela reação não era esperada. Voltou a baixar a cabeça. Olhou mais uma vez. Ela acenou com a mão. Leôncio levantou-se para observar melhor o que estava vendo. Em fração de segundos seu órgão sexual ficou excitado. Madalena, apesar de distante cerca de cinquenta metros, pôde observar, de soslaio, a excitação do rapaz.

A lubricidade a contagiou. Não pensou duas vezes. Automaticamente suas mãos seguraram as pontas da toalha e, em seguida, abriu os braços tais quais as asas de um filhote de pássaro preparando seu primeiro voo. Estava ali uma cena que todos gostariam de ver: Madalena totalmente nua. O rapaz ficou pasmo... Imóvel... Quase petrificado. Aquele corpo branco, escultural, de seios rígidos e de sexo negro... Tudo o atraía. Não se conteve em contemplar ao longe, aquela “imagem” que o encantava e ao mesmo tempo o amedrontava. Correu em sua direção.

Quando Madalena se deu por si, Leôncio já havia pulado a mureta que protegia o quintal da casa e se aproximava velozmente. Ela fechou a toalha e entrou rápido batendo a porta num segundo. O rapaz parou bruscamente colocando as mãos na porta para não se machucar... Estava ofegante pela rapidez em que se dirigiu para chegar junto daquele “monumento”.

Por alguns segundos Leôncio ficou parado, colado à porta, sem entender sua reação. Era como se tivesse sido atraído por uma descarga elétrica. Seu coração batia forte, parecia que ia saltar pela boca.  Retornando a si, voltou a pastorear suas ovelhas. Sentou-se no velho tronco da oiticica a raciocinar.

A capela da fazenda estava praticamente lotada para a missa do domingo à tarde. Leôncio, estrategicamente, se posicionou na ponta do banco da segunda fila. Thomaz e Madalena entraram. Como de costume, de braços dados pela porta principal. No trajeto ela olhou, disfarçadamente, nos olhos de Leôncio com um brilho aliciador. Sentaram-se na primeira fila.

Por um instante, trocaram apertos de mão no momento da saudação. Quando as mãos se tocaram seus corpos tremeram. Ao saírem seus olhares se cruzaram mais uma vez como se estivessem lamentando o término da celebração.

Naquela noite de domingo Leôncio não conseguiu ter um sono tranquilo. Madalena esteve presente em seus pensamentos todo o tempo.

Nos dois dias seguintes, durante a permanência de Leôncio no tronco da oiticica pastoreando as ovelhas, Madalena não deu sinal de vida. Ele estava convicto de que tudo aquilo havia sido uma ilusão. Sua reação não poderia ser diferente: “como uma linda jovem, esposa do capataz, principal funcionário da fazenda, iria dar atenção a mim, um simples peão?” - A esperança que o alimentava era a diferença de 26 anos de idade entre o casal.

Estava envolvido em seus pensamentos quando a porta da casa se abriu rangendo as dobradiças. O velho gato que mais uma vez estava descansando sobre a mureta, saltou. As folhas secas sobre o chão emitiram um som funesto.

Leôncio não chegou a pensar, quando deu por si estava na porta, frente a frente com a mulher dos seus sonhos. Os dois ficaram paralisados. Trêmulos... Brancos como a toalha que cobria parte do corpo de Madalena.

Como que atraídos por imas seus corpos se aconchegaram num frenesi lúbrico. Beijaram-se desejosos que os corpos se unissem em um só corpo. Leôncio retirou-lhe a toalha e levantou-a num abraço. A silhueta trêmula das duas estruturas físicas entrelaçadas refletia aos últimos raios de sol sobre a parede enegrecida da cozinha.

Na linha do horizonte já não se via o clarear do dia quando o carcará de unhas afiadas conseguiu sua presa, um indefeso filhote de ovelha. O rebanho amedrontado pelo grito guerreiro do pássaro começou a se movimentar e a berrar... Lá ao longe, tropeçando, tentando vestir a calça, levantando as mãos, correndo e gritando, demonstrando cansaço, surgiu Leôncio na diligência de afugentar outro carcará que já tinha sua presa definida.  

*Ivan Pinheiro Bezerra - Licenciado em História. 
Autor do Livro: Dez Contos & Cem Causos.
Foto ilustrativa.

ÁRVORES DA CIDADE - I - O BAOBÁ DO POETA - NATAL-RN

http://papjerimum.blogspot.com.br/ÁRVORES 
                                                     

Sempre fiquei extasiada diante de um baobá, essa árvore imensa, majestosa, imoponente. O primeiro baobá que conheci, ainda criança, foi o de Nísia Floresta. Lembro que fiquei muito impressionada com o porte daquela árvore  e de tudo que falaram a respeito dela. Anos mais tarde, já adolescente, voltei a me interessar por baobás, depois que li o "Pequeno Príncipe" -  "O solo do planeta estava infestado, e um baobá, se a gente custa a descobri-lo, nunca mais se livra dele"... escrevia Antoine de Saint- Exupéry. E enquanto lia lembrava daquela árvore enorme, cercada de mistérios e lendas que tanto me impressionou na infância.                                              
 



                                                                                    
Para minha satisfação descobri que existia um exemplar de baobá em Natal bem pertinho de mim, ali na rua São José, no Bairro de Lagoa Seca, e que o meu mui querido Professor Diógenes da Cunha Lima  havia comprado o terreno onde estava localizado o baobá, a fim de preservar a árvore que estava pretes a ser derrubada. Baobá deve ser mesmo uma árvore muito especial! Mas, mais especial ainda é a sensibilidade desse poeta maior, que num gesto de amor a natureza presentiou a cidade e a todos nós.

O Poeta Diógenes da Cunha Lima e seu Baobá 
                                                          Natal -RN
                                                                                                                        

Existe uma relação entre o Baobá de Natal e a obra literária de Antoine de Sant-Exupéry, diz o professor Diógenes: "No Rio Grande do Norte, credita-se a esse baobá a inspiração de Saint-Exupéry ao criar desenhos de “O Pequeno Príncipe”,  livro com mais de 230 traduções m todo mundo. Algumas “coincidências” tornam a hipótese verossímil. O baobá exilado em Natal foi visitado pelo autor, quando aqui esteve, nas décadas de 20 e 30 e era hóspede da proprietária do terreno. Os desenhos por ele feitos em seu livro, como o elefante, a estrela, o vulcão, as dunas e falésias lembram o mapa e outros símbolos do Rio Grande do Norte".


     François D'Agray - Sobrinho-Neto de Exupéry
                     no Baobá do Poeta                                  

Em 6 de maio de 2009 o baobá recebeu a visita do sobrinho-neto de Saint-Exupéry, o engenheio François D'Agray, que esteve em Natal, à convite da Prefeitura Municipal.O sobrinho de Exupéry veio ao Brasil para o lançamento dos livros "O Pequeno Príncipe me disse" e "Antoine de Saint-Exupéry - A História de uma História" da escritora paulista Sheila Dryzun.



OS BAOBÁS DO RIO GRANDE DO NORTE


O Baobá do Poeta - Natal - RN


Há um consenso entre os pesquisadores de que sementes de baobá chegaram ao Brasil pelas mãos dos escravos e plantadas para atender seus rituais religiosos.
No Brasil existem poucos baobás catalogados oficialmente. Mas já está comprovado que o número é muito maior do que o que consta nos livros e enciclopédias de pesquisas. No Rio Grande  do Norte, por exemplo, temos catalogados três baobás: O Baobá do Poeta em Natal, um em Nísia Floresta, e o outro em Jundiaí-Macaíba. Mas só na cidade de Assu existem 12  exemplares, sendo que 11 com idade de 300 a 400 anos,localizados na Fazenda Curralinho às margens da lagoa de Piató, e 1 no centro da cidade, com pouco mais de 3 anos.



Baobá de Macaíba - RN
Baobá de Nísia Floresta - RN
                                                                   Baobás de Assu - RN 



SOBRE BAOBÁS

Baobá é um nome comum do gênero Adansônia Digitata, compreendeno oito espécies diferentes de árvores. Em Angola e Moçambique  é conhecido como " Imbondeiro ou Embondeiro". É a árvore Nacional de Madasgascar e o Emblema Nacional do Senegal. Para um africano um imbondeiro nunca deve ser cortado nem arrancado por que é considerado a "árvore da vida".




Baobás tem uma importância muito grande para a África, tornando-se um dos ícones de sua paisagemPara muitos é uma árvore sagrada, ligada a sentimentos religiosos e seu interior abriga espíritos. Em algumas regiões,é considerada um intermediário entre Deus e os homens e são veneradas como representação de entidades humanas. Diante delas são realizadas práticas ritualista.
                                               
                                                                                          

A quem afirme que um baobá pode viver até 6000 anos, mas não há comprovação científica sobre isso , pelo simples fato de que sendo oco interiormente, ele não forma anéis  recurso que a ciência usa  para medir a idade das árvores. Mas sem dúvida é  a árvore mais longeva do planeta.
Pode atingir uma altura de mais de 25m e seu tronco medir 20m de diâmetro. Quando jovem apresenta folhagem diferente daquelas presente na vida adulta. Quando velho adquire uma aparência fossilizada, mas está vivíssimo.



                                                                               
O Baobá floresce apenas uma vez por ano e suas belas flores  sempre de cabeça para baixo, exala um cheiro forte e fétido. Suas flores em forma de sino e têm apenas 24 horas de vida, mas, nesse tempo, mudam de cor, passam do branco para o creme, castanho, vinho, marrom e terminam em violeta.
Seu fruto contém no seu interior um miolo com sementes agridoces.Podem ser comidas verdes ou sob a forma de suco; também podem ser secadas e armazenadas para épocas de necessidade. São ricas em vitaminas e sais minerais. Suas folhas cozidas são comidas como verduras; trituradas com as raízes tem diversas aplicações medicinais.





                                                                             

    FONTES:

                       "Natal - Uma Nova Biografia - Diõgenes da Cunha Lima
                       Jornal Tribuna do Norte - Natal-RN
                       Pesquisas Google -Wikipédia
                       "O Pequeno Príncipe" - Antoine de Saint-Exupéry

        FOTOS:    Imagens Google

    VAQUEJADA DO ASSU

    Antiga vaquejada de São João Batista - Assu-RN. Fotografia tirada, salvo engano, em fins de 1960. (Foto da linha do tempo de Lucílio Filho).



    segunda-feira, 7 de abril de 2014



    De Clenio Caldas
    A LETRA "P"

    Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas, paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder progredir.

    Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando, prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar promessas.
    Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal para pedir permissão para Papai para permanecer praticando pinturas, preferindo, portanto, Paris. Partindo para Paris, passou pelos Pirineus, pois pretendia pintá-los.

    Pareciam plácidos, porém, pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los parcialmente, pois perigosas pedras pareciam precipitar-se principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas picadas para pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois, pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas. Pisando Paris, permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo precaver-se.
    Profundas privações passou Pedro Paulo. Pensava poder prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento, provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir prontamente para Portugal. Povo previdente! Pensava Pedro Paulo... Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar patrícios, pintando principais portos portugueses. Paris! Paris! Proferiu Pedro Paulo.

    Parto, porém penso pintá-la permanentemente, pois pretendo progredir. Pisando Portugal, Pedro Paulo procurou pelos pais, porém, Papai Procópio partira para Província. Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas.
    Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo permissão, penetrou pelo portão principal. Porém, Papai Procópio puxando-o pelo pescoço proferiu: Pediste permissão para praticar pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias? Papai proferiu Pedro Paulo, pinto porque permitiste, porém, preferindo, poderei procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois pretendo permanecer por Portugal.

    Pegando Pedro Paulo pelo pulso, penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu prontamente, pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão perfeita: pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem prosseguir peregrinando.
    Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém, passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Partindo pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito.

    Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para Péricles profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro Paulo pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois precisava pagar pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois precipitou-se pelas paredes pintadas. Pobre Pedro Paulo Pereceu pintando... '
    Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois pretendo parar para pensar... Para parar preciso pensar. Pensei. Portanto, pronto pararei.

    E você ainda se acha o máximo quando consegue dizer :
    ' O Rato Roeu a Rica Roupa do Rei Rômulo de Roma .' ?

    NOTA: A língua portuguesa, junto com a francesa, são as ÚNICAS línguas neolatinas na face da Terra que são completas em todos os sentidos. Quem fala português ou francês é capaz de fazer proezas como esse texto com a letra "P", pois só elas permitem isso.
    O Partido Social Cristão realizará evento no próximo dia 8 de abril, terça-feira, em Brasília, para o lançamento oficial da pré-candidatura do vice-presidente nacional do partido, Pastor Everaldo Pereira, para a Presidência da República. Na ocasião, a Executiva Nacional ainda apresentará as diretrizes e metas do partido para as Eleições de 2014.
    O evento acontecerá no auditório Minas Gerais, do hotel Kubitschek Plaza, a partir das 14 horas. Ao final, o pré-candidato do PSC, Pastor Everaldo, estará disponível para entrevistas à imprensa.


    Empresas oferecem até 80% de desconto em feirão para limpar nome

    Feirão permite que devedor entre em contato direto com as empresas.

    Veja como participar.

    Pagar as contas em dia está sendo um problema para muita gente. Só no ano passado, de acordo com a Serasa Experian, 23,5 milhões de brasileiros não quitaram as dívidas no prazo certo. A boa notícia é que, mesmo com algum atraso, a maioria acabou acertando as contas.
    Entretanto, seis milhões desses devedores não conseguiram sair do cadastro de inadimplentes. Para tentar renegociar a dívida, o consumidor pode participar do Feirão Limpa Nome Online, da Serasa, que acontece de hoje (7) até o dia 17 de abril.
    Quem estiver interessado tem que entrar na página da Serasa na internet** e se cadastrar. Lá, fica sabendo se deve, para quem deve e quanto deve. O melhor? Pode negociar diretamente com as empresas. Das 90 participantes, 36 toparam dar condições especiais.
    “Nós estamos falando de descontos sobre abatimento total da dívida e parcelamento dessa dívida com mais meses pro consumidor consiga pagar. Observamos que existem dívidas que o credor chega a dar 70%, 80% de desconto”, conta Vander Nagata, superintendente de Serviços ao Consumidor da Serasa.
    ** Caso não consiga acessar o site, tente novamente mais tarde, pois a página pode estar congestionada.
    você já se encontra na Vida Maior, havendo atravessado a porta da imortalidade. Agora, Bezerra, desperte feliz. Chegaram os meus familiares, os companheiros que­ridos das hostes espíritas que me vinham saudar. Mas, eu ouvia um murmúrio, que me parecia vir de fora. Então, Celina, me disse: — Venha ver, Bezerra. Ajudando-me a erguer-me do leito, amparou-me até uma sacada, e eu vi, meu filho, uma multidão que me acenava, com ternura e lágrimas nos olhos. — Quem são, Celina? — perguntei-lhe — não conheço a ninguém. Quem são? — São aqueles a quem você consolou, sem nunca perguntar-lhes o nome. São aqueles Espíritos atormentados, que chegaram às sessões mediúnicas e a sua palavra caiu sobre eles como um bálsamo numa ferida em chaga viva; são os esquecidos da terra, os destroçados do mundo, a quem você estimulou e guiou. São eles, que o vêm saudar no pórtico da eternidade… E o Dr. Bezerra concluiu: — A felicidade sem lindes existe, meu filho, como decorrência do bem que fazemos, das lágrimas que enxuga­mos, das palavras que semeamos no caminho, para atapetar a senda que um dia percorreremos.

     Do livro intitulado de “O Semeador de Estrelas,” de Suely Caldas Schubert


    GENTILEZA GERA GENTILEZA!

    Dados do monitoramento da Barragem Armando Ribeiro

      POSTADO ON 07/04/2014

    Sem título
    O nível da barragem Armando Ribeiro Gonçalves foi elevado em aproximadamente 15 centímetros. E a cota atual do reservatório  é de 875,5 milhões de metros cúbicos, o que corresponde a 36,48% de sua capacidade volumétrica. Segundo previsões meteorológicas da Empresa de Pesquisa Agropecuária do estado – Emparn, há previsão de chuvas para esta semana em diversos pontos do Rio Grande do Norte. Porém, as precipitações estão sendo consideradas em níveis de intensidade normal.
    Fonte: Câmera do Vale
    ISSO VALE PRA TUDO EM NOSSAS VIDAS!
    "Nunca se desespere antes.
    Nunca comemore antes.
    Nunca abandone o seu posto antes do final da batalha."

    Fezes humanas já alimentam boa parte do mundo; E podem alimentar bem mais

    De quebra, elas também são uma alternativa de energia (hum...) limpa. E se prepare: ainda existe um verdadeiro pré-sal de cocô a ser explorado!

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    “Merda de Artista. Contém 30 gramas”, dizia o rótulo das 90 latinhas nas quais o dadaísta Piero Manzoni embalou o próprio cocô em 1961. Quatro décadas depois, as latas estão expostas em alguns dos mais importantes museus do mundo – da Tate Modern, de Londres, ao Centro Georges Pompidou, em Paris – e são disputada nos leilões da Sothesby’s por lances de até 124 mil euros – R$ 10 mil o grama. Mas não precisa ser de artista para o cocô humano valer dinheiro.
    De toda a comida do mundo, 10% são produzidos pelos 200 milhões de camponeses que usam esgoto cru para irrigar e fertilizar suas plantações, principalmente na Ásia, segundo estudo do Instituto Internacional de Gerenciamento de Água (IWMI, na sigla em inglês).
    Não fosse pelo esgoto, o preço de vegetais em países pobres aumentaria tremendamente. Cada tonelada de fezes humanas tem até 6 quilos de nitrogênio, 2,5 quilos de fósforo e 4,2 quilos de potássio, e cada 1 000 litros de urina, até 70 quilos de nitrogênio, 9 quilos de potássio e 400 gramas de fósforo. “Com essa constituição, fica claro o valor fertilizante dos dejetos humanos tanto para uso em pequena como em grande escala”, diz o engenheiro agrícola Antonio Teixeira de Matos, da Universidade Federal de Viçosa.
    Claro que nem ele nem ninguém defende que comer um legume cultivado nas fezes de desconhecidos é uma boa ideia. Um grama de cocô é uma bomba com 10 milhões de vírus, 1 milhão de bactérias, 1 000 cistos de parasitas e 100 ovos de vermes. É a água contaminada por esses organismos que causa 80% das doenças relacionadas à diarreia, que matam uma criança a cada 15 segundos. Ou seja: comer desses cultivos é quase tão perigoso quanto não comer nada.
    O potencial de verdade, então, está no esgoto tratado contra micro-organismos nocivos. “A tecnologia para limpá-lo [como tanques de estabilização de dejetos e outras técnicas de baixo custo] já é bem pesquisada e documentada. A questão é apenas aplicá-la onde for necessário”, diz a engenheira ambiental Liqa Raschid, do IWMI.
    Os países desenvolvidos já fazem isso, inclusive. Eles processam grande parte dos dejetos, produzindo de um lado água potável e, de outro, o lodo de esgoto – tratado contra bactérias e parasitas. E esse lodo é a base de muitos cultivos. No Reino Unido, por exemplo, 70% do lodo vai para a agricultura, e, nos EUA, só a empresa Synagro fatura US$ 320 milhões coletando lodo de esgoto para vender a fazendeiros do país todo. Só não dá para substituir todo o fertilizante artificial por cocô porque não o produzimos o suficiente.
    O tratamento é fundamental para usar esgoto como adubo, mas não é tão necessário se os dejetos forem aplicados em culturas não comestíveis, como fibras, madeira e combustíveis, segundo Matos. “Se a aplicação for feita em doses adequadas, para não contaminar o solo nem as águas subterrâneas, o risco é mínimo. E o aproveitamento deve ser incentivado”, conclui. Resultado: o produto interno bruto do seu inyestino vai direto para o do país! Você estará contribuindo para o crescimento econômico cada vez que sentar no trono. Mas isso é só o começo.
    Problema de gases
    Outro fim economicamente interessante pode ser dado ao cocô: produzir energia. Afinal, as fezes têm gás combustível de montão. Some a criação de animais domesticados do mundo – 1,34 bilhão de vacas, 1,8 bilhão de cabras e ovelhas, 941 milhões de porcos e 18 bilhões de galinhas. Se você pegar só a metade do que essa bicharada solta em um ano, poderá produzir em gás o equivalente a 2,28 bilhões de barris de petróleo por ano, ou 8% do que o mundo consome. Juntando isso à produção intestinal dos 6,9 bilhões de seres humanos… bem, as chances energéticas parecem ilimitadas.
    Ainda assim, a produção de gás de origem biológica (o biogás) está engatinhando. É que um biodigestor comum precisa de em média 30 litros de matéria orgânica por dia para se tornar viável, enquanto uma pessoa faz cerca de 250 gramas de cocô e 1 litro de urina nesse período. Não dá grande coisa em biogás. Para manter acesa uma única lâmpada de 100 W, por exemplo, só com a produção diária de 10 pessoas.
    Mas com uma forcinha dos animais a coisa funciona. Uma vaca produz 30 quilos de estrume por dia. Juntando isso com a porção humana, já dá para conversar. Tanto que, hoje, 15 milhões de lares na China rural conectam suas privadas a um biodigestor – e, poucas horas depois de terem dado a descarga, podem acender o fogão e cozinhar o almoço. Com 1,6 bilhão de pessoas, o país conseguiu então estampar mais um título autoatribuído de grandeza: o de país que aproveita mais energia do cocô. Num vilarejo-modelo na província de Shaanxi, todo cocô, humano ou animal, é aproveitado para produzir energia. A Índia segue o mesmo caminho, com seus 283 milhões de vacas. Mas é o Nepal o país com mais biodigestores per capita. Com 83% da população no campo e constante falta de combustível, 4% dos nepaleses usam o biodigestor a cocô de vaca. O Brasil vai devagar, mas São Paulo e Mato Grosso já têm fazendas com biodigestores de fezes de porcos.
    Esse tipo de iniciativa pode fazer toda a diferença para o bolso dos criadores de animais. E para o seu. Por exemplo: se todas as criações de frango aproveitassem a quantidade mastodôntica de titica que produzem, a carne poderia ficar 4% mais barata no supermercado, segundo um estudo de Julio César Palhares, pesquisador da Embrapa. Isso corresponde ao custo do aquecimento elétrico, uma necessidade dos criadouros. E a energia da titica, sozinha, daria conta de eliminá-lo.
    Mas nem sempre é necessário criar animais para que os biodigestores sejam viáveis. Em lugares de população grande e concentrada o sistema pode vingar. Foi o que aconteceu nas prisões Ruanda. O genocídio de 1994 inflou a população carcerária do país, bombando tanto os gastos com lenha para cozinha quanto a produção de fezes, que acabava nos rios. O cocô dos presos tinha virado um problema nacional! A solução? Cozinhar a comida deles com biogás feito de suas próprias fezes. Pronto. Desde então, esse combustível humano permite uma economia de 60% nos gastos com lenha – gastos que chegariam a US$ 1 milhão por ano.
    Os europeus também já podem entrar no banheiro e sair com a consciência ambiental mais limpa. A Alemanha transforma 60% de suas fezes em energia, e a Inglaterra deve fechar 2010 passando a marca de 75%. Na Suécia já há carros funcionando, indiretamente, à base de cocô. A cidade de Linköping transforma todo o esgoto de seus habitantes (e mais o cocô de porcos e bois) no biogás usado nos 64 ônibus do lugar e no primeiro trem movido a cocô do mundo, que tem autonomia para percorrer 600 quilômetros. Enquanto isso, 12 postos abastecem os carros locais, economizando 5,5 milhões de litros de gasolina. Com isso, 9 toneladas de CO2 deixam de ser lançadas no ar por ano.
    Mesmo assim, ainda existe um pré-sal de cocô a ser explorado. Simplesmente porque quase todo ano ele é desperdiçado por falta de saneamento básico. No mundo, 2,5 bilhões de pessoas não contam com esse luxo. Não é que não tenham acesso ao esgoto. Eles não possuem sequer uma fossa: vão para campos abertos de defecação, linhas de trem, florestas… E em algumas favelas, partem para o toalete-helicóptero: fazem num saquinho e jogam no telhado do vizinho.
    Inspirador, não? Bom, para o empresário sueco Andrés Wihelmson foi. Primeiro ele viu saquinhos de cocô voando em favelas do Quênia. Depois, constatou que esses lugares tinham bastante espaço livre que poderia ser usado para plantar. Aí ele juntou as duas coisas numa ideia só: fazer saquinhos-privada biodegradáveis e com produtos químicos que matam os germes do cocô. Depois de se aliviar, você enterra a caca e ela vira adubo. Andrés já testou a coisa na África e deve começar a produção neste ano. A intenção não é fazer caridade, mas vender os saquinhos pelo equivalente a R$ 0,05. Com lucro. Pois é: com cocô não se brinca.

    Fonte: Revista Superinteressante

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