quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Associação de Desenvolvimento de Pataxó é reconhecida de utilidade pública estadual

A Associação de Desenvolvimento de Pataxó- ADEP-, fundada no município de Ipanguaçu, foi reconhecida pelo Governo como de utilidade pública estadual, por proposição apresentada pelo deputado estadual George Soares (PR) na Assembleia legislativa do RN.

A lei número 9.987 de 13 de outubro sancionou esta associação que tem como objetivos estudar e buscar soluções para os problemas socioeconômicos dos moradores da comunidade do Pataxó.

“Com esse reconhecimento há enormes possibilidades de que o trabalho desenvolvido pela ADEP possa crescer, beneficiando centenas de famílias que residem no Pataxó e no município de Ipanguaçu”. Afirmou o deputado George Soares.
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Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares.

CULTURA:

Fundação José Augusto prorroga edital de cordéis da Coleção Chico Traíra
 
A Fundação José Augusto publicou no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (21) portaria que prorroga as inscrições para o edital daColeção Chico Traíra. Os poetas populares poderão enviar seus cordéis até o dia 20 de novembro. 

O Governo do Estado do Rio Grande do Norte, por meio da Fundação José Augusto, abriu inscrições para o edital de cordéis da Coleção Chico Traíra de 2015, na terça-feira (6). Cada autor pode participar com apenas uma proposta. Os poemas devem ser entregues na FJA (Rua Jundiaí, 641 - Tirol, em Natal) até o dia 20 de outubro, de segunda a sexta-feira, exceto feriados, das 7h às 13h.

O texto deve estar em cópia impressa e em um CD ou pendrive com o nome do autor, mais uma pequena biografia (com no máximo 10 linhas), além dos anexos preenchidos e termo de entrega e compromisso.

Doze títulos serão escolhidos. Destes, pelo menos três serão de mulheres cordelistas. Em caso de a cota não ser atingida, a comissão de análise selecionará outros trabalhos, preenchendo o que prevê o edital. Métrica, rima, coerência do texto e ritmo serão analisados pela comissão avaliadora, que é formada por Jorge Rodrigues da Silva, Aucides Bezerra de Sales e Paulo Varela.

A ideia é estimular e apoiar a produção potiguar desse gênero literário, bem como divulgar e valorizar o trabalho dos poetas populares norte-rio-grandenses. Cada cordel premiado terá uma tiragem de mil exemplares (30% fica na Fundação José Augusto, 10% são para o xilogravador e 60% para o escritor).
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Fundação José Augusto

CULTURA:

 
Estão abertas as inscrições para o IX Prêmio Cosern Literatura de Cordel. Com o tema “Consuma energia de forma segura e consciente, não desperdice e preserve o meio ambiente”, o concurso recebe inscrições para as categorias Estudante e Livre até o dia 08/01/2016. Os vencedores recebem troféus e mais de 4 mil reais em prêmios.

Além da premiação, os três melhores trabalhos de cada categoria serão reunidos em um livro.

Para participar, acesse: www.premiocordel.com.br/inscricao

CULTURA:

 
Estão abertas as inscrições para o IX Prêmio Cosern Literatura de Cordel. Com o tema “Consuma energia de forma segura e consciente, não desperdice e preserve o meio ambiente”, o concurso recebe inscrições para as categorias Estudante e Livre até o dia 08/01/2016. Os vencedores recebem troféus e mais de 4 mil reais em prêmios.

Além da premiação, os três melhores trabalhos de cada categoria serão reunidos em um livro.

Para participar, acesse: www.premiocordel.com.br/inscricao

MEMÓRIA:

O município de São Rafael perdeu o seu maior símbolo turístico na passagem de quinta, 16, para sexta-feira, 17, de dezembro de 2010. A torre da igreja da cidade antiga, inundada pelas águas da barragem Engenheiro Armando Ribeiro na década de 80, ruiu, fazendo desaparecer 60 anos de história e 27 anos de símbolo visual. Depois da inundação da cidade antiga, desocupada pelo Governo, a torre da Igreja de Nossa Senhora da Conceição se transformou na única construção à vista do município. A Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de São Rafael completou 90 anos de existência naquele ano de 2010, mas fontes não oficiais alegam que o prédio da igreja devia ter entre 100 e 102 anos. Com a seca que assola a região, levando a diminuição do volume de água da barragem, deixando à mostra as ruínas da antiga cidade, inclusive da igreja, a cúpula, que estava submersa desde a queda da torre, reapareceu e tem sido alvo da visitação popular as ruínas da antiga cidade. Na manhã do último domingo (18/10), o prefeito de São Rafael José de Arimatéia Braz e o padre da cidade Antônio Gomes, estiveram reunidos para falar sobre o resgate da cúpula. Como as ruínas estão em terras da união, no encontro, ficou definido que as partes buscarão uma audiência com o DNOCS, para conseguir autorização para o resgate da cúpula, que seria levada para um local ainda a ser definido. 
Postado por Adailton Amorim.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

PARABÉNS POETAS:

POESIA
 
A linguagem poética
Não tem sotaque,
Ocupa lugar de destaque
Nos estudos da fonética.
A boa poesia, com ética,
Vai ao casebre do pobre,
Ao palacete do nobre,
Aos recantos da cidade,
A qualquer universidade
Sem encontrar quem a dobre.

A poesia não sai de moda
Não envelhece nem morre.
Cria-se lúcido e de porre (?!).
Ao ego agrada, acomoda...
Mas, vez por outra, incomoda,
Bate forte no coração
Como se fosse um ferrão...
Um tiro de bacamarte.
Aí, o poeta buscando a arte,
Encontra a bonança... A emoção.

Autor: Ivan Pinheiro
A mulher pobre reclama
Da sorte o negro capricho,
Pois vive assim como bicho,
O casal que não tem cama
O homem é sempre quem chama...
Tudo é renovação!
Porque no tempo de Adão,
Quando Eva resolvia
Ela mesmo é quem dizia:
Não tendo rede é no chão.


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A mesa diretora do Poder Legislativo municipal do Assú trouxe a público a relação de pessoas que receberão o título honorífico de cidadão assuense por ocasião da Sessão Solene agendada para esta quinta-feira (15). 
A Sessão, a partir de 18h, ocorrerá na sede da Câmara Municipal, e insere-se dentro da programação do aniversário de 170 anos de emancipação política, social e administrativa do município. 
Ao todo serão 38 contemplados com a concessão simbólica. 
O quadro abaixo lista os homenageados e os respectivos vereadores proponentes da comenda. (Postado por Pauta Aberta).
HOMENAGEADO
VEREADOR
João Praxedes Alves
Waldson Bezerra (PROS)
Juliano dos Santos Lima
Flávio Cruz (PROS)
Morgânia Cristina de M. Soares
Breno Lopes (PROS)
Dayse Karla de Oliveira Martins
Elizangela Albano (PSD)
Fernando Rocha Albano
Elizangela Albano (PSD)
Leonardo da Vinci de Lima Nogueira
Sérgio Rocha (PSL)
Francisco de Assis F. dos Santos
Arnóbio Júnior (PMDB)
Valderi Dantas Filho
Arnóbio Júnior (PMDB)
José Martins de Morais Filho
Heliomar Alves (PMDB)
Ernane Araújo de Souza
Wedson Nazareno (PROS)
Francisco Pereira dos Santos
João Paulo (SDD)
Cláudio Fabiano Domingos Martins
Everaldo Marques (PROS)
Carlos Alberto de Medeiros
Francisco Souto (SDD)
Antônia Alves Félix Ferreira
Elizangela Albano (PSD)
Maria Helena Fernandes D. Bezerra
Arnóbio Júnior (PMDB)
Suzana Paula de Araújo D. Corrêa
Sônia França (PP)
Aline Daniele Belém Cordeiro Lucas
Sônia França (PP)
Maria Tereza Melo dos Santos
Júnior Lourenço (DEM)
João Gustavo Luz Caldas
Sérgio Rocha (PSL)
Inácio Fernando da Silva
João Paulo (SDD)
Kerginaldo Soares da Silva
Everaldo Marques (PROS)
Maria Francicleide da S. Bezerra
João Paulo (SDD)
Gilberto Dantas Batista
Francisco Xavier (PROS)
Iêda Neves Carvalho Batista
Francisco Xavier (PROS)
Domerinda Fernandes Dantas
Francisco Xavier (PROS)
Tailone de Medeiros Guimarães
Wedson Nazareno (PROS)
Cristiano Nogueira da Costa
Francisco Souto (SDD)
Maria Solange Hemetério F. Costa
Francisco Souto (SDD)
Hugo Nobre Cabral
Breno Lopes (PROS)
Antonio Rafael Rodrigues Filho
Heliomar Alves (PMDB)
Hellyson David Gurgel Costa
Wedson Nazareno (PROS)
Deoclides dos Santos Barros
Breno Lopes (PROS)
Vanessa Pinto Brasileiro Lopes
Leosvaldo Paiva (PDT)
Nélson Inácio dos Santos Júnior
Wedson Nazareno (PROS)
Renatha Monalyza de Góis
Sérgio Rocha (PSL)
Francisco Robson de S. Medeiros
Leosvaldo Paiva (PDT)
José Maria da Silva
Leosvaldo Paiva (PDT)
Ary Gomes do Nascimento
Heliomar Alves (PMDB)

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

ENSAIO FOTOGRÁFICO DE JEAN LOPES É VENCEDOR DE CONCURSO INTERNACIONAL
O renomado fotógrafo assuense Jean Lopes teve seus trabalhos premiados, mais uma vez, em nível internacional. Desta feita foi o belíssimo ensaio BRAVOS cujas imagens foram colhidas nos carnaubais do Vale do Assu. 

As fotos vencedoras na categoria HOMENS TRABALHADORESparticipam de uma exposição que abre dia 16 de outubro e vai até 15 de novembro na praça de La Alpujarra, Centro Administrativo de Medellin.

Antes dessa premiação, o ensaio BRAVOS foi premiado como trabalho solo no concurso Leica-Fotografe e finalista no concurso internacional Hipa, dos Emirados Arabes Unidos. 

Depois virou um especial multimídia do Coletivo Repórter de Rua. Acabou finalista em duas premiações nacionais de jornalismo, o Premio do Ministério Público do Trabalho - MPT e o Prêmio Massey Ferguson.

Nada para um profissional da estirpe de Jean Lopes é novidade. Quem acompanha sua trajetória sabe que ele consegue estar entre os primeiros em qualquer parte do mundo.

Em entrevista concedida ao repórter Alex Gurgel, do Portal no Ar, Jean disse que começou a se interessar por fotografia no final dos anos 80, quando folhava as páginas da Revista Veja. “Eu recordo o impacto que causou a primeira vez que vi uma foto do mestre Sebastião Salgado, numa edição especial da revista. Descobri ali que uma fotografia podia ser tocante, expressando uma emoção”, disse.

Jean começou a fotografar no início dos anos 90. Rapidamente percebeu que podia fazer muito mais do que ganhar dinheiro e ao longo da carreira tem investido em ensaios fotográficos da cultura regional.“Nunca quis limitar meu trabalho à fotografia comercial, o que me mantém. Queria ir mais além e desenvolver um trabalho documental, que é o que me dá prazer”, ressaltou Jean.

Esse prêmio de Jean Lopes é, também, um presente ao Assu que completa seus 170 anos de história política e administrativa, já que o nome desse importante município Potiguar figurou ao lado de grandes metrópoles como berço pátrio do grande fotógrafo Jean Lopes. 

Parabéns Jean! Como não poderia ser diferente, nós assuenses ficamos felizes e orgulhosos pelo grande conterrâneo que temos. Sucesso!!! 

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

João  Batista Amorim ou "Cabeludo" como era chamado na intimidade, era o tesoureiro da Prefeitura Municipal do Assu, na administração de Walter de Sá Leitão ou de Sebastião Alves Martins. João Marcolino de Vasconcelos mais conhecido como "Seu" Lô, era o assessor jurídico daquela munipalidade, ao tomar conhecimento que Cabeludo passaria a morar em Natal, escreveu a decima trancrita abaixo, para o nosso deleite:

Não sei se leva dinheiro
Dos cofres da prefeitura
Para uma nova aventura
Vai embora o tesoureiro
Este fato é verdadeiro
Na cidade é comentado
Disse-me hoje alarmado
O homem que sabe de tudo
Vai embora o cabeludo
Deixando muita saudade

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

ASSU NA PONTA DA LÍNGUA: REMINISCÊNCIAS:: RENATO CALDAS 113 ANOS DE POESIA    RENATO CALDAS - (* 08/10/1902 / 26/10/1991). Renato Caldas nasceu há exatos 113 anos. Poeta cons...

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

POESIA HILARIANTE:

“Vendedora de Tabaco” 
Eu me casei com Janoca
Mas tô muito arrependido
Pois ela quando se invoca
Quer dá no meu pé do ouvido
Nem morre, nem se ajeita,
Nem me quer, nem me respeita
Nem me tem como marido.

O diabo da minha esposa
Me atazana toda hora
Pois bebe que só raposa
E fuma que só caipora
E ontem eu fiquei sabendo
Que os vizinhos tão dizendo
Que a condenada namora.

E eu tenho a obrigação
De dá o fumo pra ela
Ela tem um cachimbão
Do tamanho duma panela
E eu to ficando louco
Porque o meu fumo é pouco
Não enche o cachimbo dela.

Quando ela quer fumar
É a maior confusão,
Já faz eu me levantar
Já vou com o fumo na mão
Dou o fumo à infeliz
E a condenada diz:
Seu fumo não presta, não.

O fumo bom que eu acho
É o fumo de Zé da Moto,
É fumo de cabra macho
Que só de cheirar eu noto,
Mas o seu já se venceu,
Um fumo como esse seu
No meu cachimbo eu não boto.

Se eu vou pescar mais Janoca
Já se dá outra novela,
Só quer isca de minhoca
Pra botar no anzol dela
Eu já to me encabulando
Passei a noite caçando
Minhoca pra dá a ela.

Quando Noca era solteira
Ela andava com um bisaco
Vendo no meio da feira
Alho, pimenta e tabaco
Botão, fumo, agulha e linha
E mais uma cachacinha
Tudo no fundo do saco.

Ela vendia tabaco
Na feira de Itapipoca
E quando ela abria o saco
Gritava: “Tem venda e troca!”
E eu tremendo de medo
Com os homens melando o dedo
No tabaco de Janoca.
  
Hoje como ganho pouco
E ela tem profissão
É fazer sabão de coco
Mais a filha de Tião
Pra nós sair do buraco
De dia vende tabaco,
De noite faz o sabão.

Gritava aqui e ali:
“O meu tabaco é gostoso,
Quer ver, passe o dedo aqui
Pra ver como ele é cheiroso.”
Os cabras passavam o dedo
Ela dizia: “O segredo
É o fumo do meu esposo.

Eu fiquei quase sem rumo
Porém quando eu era moço
Eu também vendia fumo
Eu e Noca era um alvoroço.
Ela abria o bisaco
Oferecia o tabaco
E eu mostrava o fumo grosso.

Um dia, sem permissão,
Um cabra foi beijar ela,
Mas Noca passou-lhe a mão
Chega entrançou a canela
Porém o cabra era macho
Era Janoca por baixo
E o cabra por cima dela.

De tanto quebrar cabeça
Eu já vivo encabulado
To doido que apareça
Um cabra desmantelado
Desses da rede rasgada
Que não tem medo de nada
Embora eu fique chifrudo
Mas dava tudo de troca
Pra ele levar Janoca
Com fumo, tabaco e tudo.

Autor: Poeta Luiz Campos. 
Foto ilustrativa:www.robsonpiresxerife.com 

A SECA É A CAUSA DA POBREZA RURAL NO NORDESTE?




Joacir Rufino de Aquino
 (Economista, professore pesquisador da UERN)

A longa e severa estiagem ocorrida de 2012 a 2015 causou prejuízos significativos às lavouras de sequeiro e, especialmente, a pecuária bovina dos vários estados nordestinos. As perdas de patrimônio genético e a descapitalização dos estabelecimentos agropecuários provocados pelo estio podem ter comprometido os esforços de apoio à agricultura familiar dos últimos 10 anos, lançando milhares de produtores em uma situação de endividamento aliviada parcialmente pelas políticas de transferência de renda e outras ações emergenciais do governo federal e dos estados que quase sempre não chegam na hora certa e nem na quantidade necessária.
A dramaticidade do quadro apresentado tem ensejado um caloroso debate sobre o futuro do rural nordestino, mas também tem servido de base para trazer à tona velhos mitos e ideias conservadoras que teimam em persistir através do tempo. Entre elas, talvez a pior de todas é aquela disseminada pela grande mídia nacional que procura associar a pobreza rural nordestina unicamente a escassez de chuvas recorrente no contexto regional. Ora, se a culpa do problema é de um fenômeno natural inevitável, resta então “combater” os seus efeitos e pedir a São Pedro para mandar bons invernos que o reino da paz voltará a prevalecer.Entretanto, é correto afirmar que a seca consiste na única causa da pobreza que assola as famílias que habitam o meio rural nordestino? Definitivamente, não! As evidências disponíveis sinalizam que o fenômeno climático é apenas um dos fatores da equação. Essa é a conclusão básica do terceiro capítulo do livro “Aspectos Multidimensionais da Agricultura Brasileira”, lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2014 (http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros//livro_aspectos_multidimensi onais.pdf).
Segundo os autores da obra citada, elaborada a partir de tabulações especiais do último Censo Agropecuário realizado pelo IBGE, mesmo em 2006, um ano de bom inverno, a situação da esmagadora maioria dos produtores rurais nordestinos era extremamente precária.
Para se ter uma ideia, o valor médio da produção anual gerada por 72% dos agricultores familiares da região foi de apenas R$ 1.118,00.
Na base desse cenário de pobreza retratado pelas estatísticas oficiais está um ambiente de “múltiplas carências produtivas” que só foi descoberto há pouco tempo graças à estratificação da agricultura familiar em diversos segmentos de renda. Ainda conforme o estudo do IPEA, a maior parte das famílias pesquisadas, algo em torno de 60%, tinha áreas de terras inferiores a 5 hectares, quando especialistas estimam que o tamanho ideal de uma propriedade rural no semiárido deve variar de 50 a 100 hectares. Quanto aos indicadores educacionais e organizativos, apenas 8% dos chefes de estabelecimentos possuíam formação acima do Ensino Fundamental Completo e somente 1% era filiado a alguma cooperativa.
Além disso, o Censo Agropecuário revelou que os estabelecimentos de baixa renda, onde estavam abrigados mais de 4,2 milhões de pessoas, eram geridos praticamente sem qualquer assistência técnica, já que 96% das unidades não receberam a visita de um agrônomo ou extensionista rural uma única vez no ano. Por outro lado, ficou evidente que as atividades agropecuárias de tal grupo de produtores estavam totalmente vulneráveis às oscilações climáticas, haja vista que aproximadamente 3% dos estabelecimentos contava com irrigação e 99% não dispunha sequer de silos para armazenar ração e forragem para seus pequenos rebanhos de animais.
Esses dados gerais põem em xeque a validade da tese que atribui à natureza toda a responsabilidade pelas mazelas sociais registradas na região Nordeste. Isso porque o ciclo de anos seguidos de seca, quando teve início, já encontrou a maioria absoluta dos produtores rurais da região em um cenário de grande precariedade e vulnerabilidade, como foi bem demonstrado pela publicação recente do IPEA. Assim sendo, é importante esclarecer que a escassez e a irregularidade das chuvas apenas aprofundou um quadro de pobreza pré-existente, provocado historicamente por fatores políticos relacionados ao descaso governamental com a problemática da miséria e das desigualdades prevalecentes na estrutura agrária herdada da época da colonização.
Portanto, a pobreza nordestina tem um determinante natural, mas ela é decorrente, acima de tudo, de fatores sociopolíticos. O fato é que, apesar de alguns avanços, pouco foi feito para dotar os agricultores da região dos meios necessários para conviver de forma sustentável com as características ambientais específicas do território onde estão inseridos. Logo, não é pecado continuar apelando à proteção divina, uma vez que a água que vem do céu é gratuita e não cobra votos para saciar a sede do povo. Contudo, é urgente arregaçar as mangas e pressionar a classe política por mudanças profundas na realidade social do sertão. Nessa agenda de lutas, afora as questões urgentes relacionadas ao abastecimento d’água para o consumo humano, devem ser incorporadas outras bandeiras, como, por exemplo, a democratização da terra, a educação de qualidade e demais aspectos atinentes ao fortalecimento das pequenas e médias propriedades familiares que clamam por apoio no meio rural.

1 Artigo publicado no Jornal De Fato, Mossoró/RN, 02/10/2015, p. 2. Disponível em:
Foto: Otávio Nogueira / www.ecodesenvolvimento.org 

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Museu »Instituto Ricardo Brennand é eleito o melhor museu da América do SulCentro Cultural, localizado na Várzea, Zona Oeste do Recife, foi reconhecido pelo Travelers' Choice Museums 2015

Viver/Diario - Diario de Pernambuco
Publicação: 30/09/2015 15:00 Atualização: 30/09/2015 15:00

O Instituto Ricardo Brennand também foi eleito o melhor museu da América do Sul no ano passado. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA Press
O Instituto Ricardo Brennand também foi eleito o melhor museu da América do Sul no ano passado. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA Press

Pelo segundo ano consecutivo, o Instituto Ricardo Brennand foi eleito o melhor museu da América Latina e o 19° melhor museu do mundo, pelo Traveler’s Choice Museums, do TripAdvisor, considerado o maior site de viagens do mundo. 

Tomando por base a opinião dos usuários mensais do site, foram eleitos 591 ganhadores, distribuídos em listas destinadas à Ásia, à Europa, à América do Sul e a alguns países como Canadá, Inglaterra e Estados Unidos. A entrega do título coincide com o mês de aniversário do IRB, que em 2015 completa 13 anos de funcionamento. Para Ricardo Brennand, idealizador do espaço, a inclusão de um museu do Nordeste do país em patamar internacional é um dos pontos mais importantes da conquista. “Esse sonho foi possível pelo apoio que obtive de minha família, meus amigos, minha equipe e minha gente”, afirmou Brennand.

O espaço reúne biblioteca, pinacoteca, galeria, capela e parque de esculturas. Fotos: Arquivos DP
O espaço reúne biblioteca, pinacoteca, galeria, capela e parque de esculturas. Fotos: Arquivos DP

O INSTITUTO
O IRB foi inaugurado em 2002, na Várzea, Zona Oeste do Recife, idealizado pelo colecionador e empresário Ricardo Brennand, que instalou pinacoteca no local. Além dela, o complexo cultural abrange o Castelo São João, uma galeria, uma biblioteca, o Parque de Esculturas dos Jardins e a Capela Nossa Senhora das Graças, onde são realizados casamentos de famílias tradicionais da sociedade pernambucana. Mais de 2,2 milhões de visitantes já visitaram o espaço nos últimos 13 anos. As visitas são gratuitas uma vez por semana, às terças-feiras. Nos outros dias, custam R$ 20 (inteira).

São quatro exposições permanentes no Instituto Ricardo Brennand, além de mostras eventuais. Na biblioteca, são 60 mil títulos, entre partituras, documentos, dicos e mapas, além de folhetos do Brasil Holandês. Atualmente, está em cartaz a exposição Paisagens Brasileiras, com cerca de 200 obras de artistas como Debret, Castagneto e Calixto, com paisagens de capitais brasileiras do início do século 20.

SERVIÇO:
Instituto Ricardo Brennand

Onde: Engenho São João, s/n, na Várzea (Alameda Antônio Brennand)
Funcionamento: De terça a domingo, das 13h às 17h.
Quanto: R$20 (inteira) e R$10 (meia) 
Informações:  2121-0352 ou 2121-0365
www.institutoricardobrennand.org.br

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...