sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

7 QUESTIONAMENTOS SOBRE CORRIGIR O PORTUGUÊS ALHEIO EM PÚBLICO

 
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Fonte – http://www.s1noticias.com/
Sim, eu já corrigi Português dos outros, mas também já fiquei extremamente constrangido quando descobri tardiamente que “a gente” não era “agente” e eu morro de vontade de dizer isso para alguns amigos meus que estão por  escrevendo tal expressão de forma errada. Mas, no meio desse dilema, penso que embora eu queira que todos falem um Português correto, tenho algumas ressalvas quanto a sair por aí bancando um professor chato, e quero dividi-las com vocês:
1 – Perto do Google todo mundo é Pasquale
É muito raro alguém ter um Português irretocável. Na era digital temos o auxílio do companheiro Google, e jogar na caixa de pesquisa para que o sistema deduza a forma correta de escrever é algo tão comum, que às vezes as pessoas até se esquecem de que todo mundo em algum momento levanta dúvidas tidas como vergonhosas pelo senso comum, só que claro, sem ninguém saber – apenas o Google. Posso afirmar que já vi mais da metade das pessoas que eu vejo oprimindo de forma hipócrita quem erra Português cometendo também erros banais de Gramática.

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Fonte – http://lounge.obviousmag.org/
2 – É a língua portuguesa que nos serve, não ao contrário
As pessoas quando questionadas sobre o motivo de não aceitarem erros de Português atribuem tal fato a justificativa do bonito ou feio. Ora, sabemos bem que esse tipo de adjetivação é completamente subjetiva e relativa. Ao pensarmos que a Gramática sofre diversas transformações, e novas normas adentram ao padrão culto e outras são descartadas, concluímos que a mesma é apenas uma convenção, que a língua é dinâmica, justamente para atender a uma demanda de quem se comunica. Se o emissor consegue comunicar o que ele quer dizer mesmo errando algo e o receptor compreende a mensagem, não existe um motivo razoável para que se crie um reboliço em cima disso, uma vez que a ideia transmitida foi entendida corretamente.
3 – Achar que a forma de falar da sua cidade é a certa é preconceito linguístico
É muito comum os nativos de cidades grandes acharem que apenas o jeito de falar local, incluindo o sotaque, é o correto. O Brasil é um país cheio de pluralidades, grande em extensão, e se constitui por regiões que vivem de diferentes influências culturais. É completamente plausível que existam regionalismos e maneirismos na forma de comunicação que ultrapassam uma suposta obediência a qualquer que seja o padrão linguístico de determinada cidade mais influente. Nesse caso existe um predomínio de crença ao invés de conhecimento, e o preconceito acaba se revelando por parâmetros irracionais.

Mudanças na Lingua Portuguesa
Fonte – http://ewermalabru.blogspot.com.br/
4 – Existe muito de elitismo em julgar o Português dos outros
Mesmo sabendo que deficiências no Português não são uma exclusividade das camadas mais humildes, é importante considerar que muita gente não teve o mesmo acesso que você à Escola; que infelizmente não frequentou um Colégio porque tinha demandas mais urgentes a serem atendidas, ou simplesmente não teve um ensino de qualidade. Muitas das brincadeiras depreciativas em relação ao erro de Português são relacionadas às classes sociais. Se você notar, no discurso explicativo sobre o porquê da correção, sutilmente percebe-se que os patrulheiros gramaticais pensam o erro de Português como algo vergonhoso por ser “coisa de pobre”.  E mesmo aos que tiveram todas as oportunidades: quem disse que nossas gavetas cognitivas são iguais? As pessoas não possuem memórias equivalentes, elas não aprendem de forma igual, existem palavras tidas como bobas, que por algum motivo não são memorizadas por nós na época de Escola, e não existe nenhuma lei que obrigue ou convencione a idade certa para que você aprenda uma determinada palavra. Existem também as gírias, muitas vezes tidas como tóxicas à linguagem, quando na verdade são códigos de comunicação que servem como instrumentos de formação de identidade em um determinado grupo ou espaço comum, e mesmo que se trate de um coloquialismo, como dizer que essas palavras são erradas?

lingua-portuesa
Fonte – http://blog.ambracollege.com/a-lingua-portuguesa-no-mundo/
5 – Quando você corrige alguém a pessoa geralmente se sente mais constrangida do que ajudada
Eu imagino que alguns vão generalizar e achar que estou fazendo uma apologia ao erro de Português, quando na verdade estou apenas propondo uma reflexão sobre os efeitos causados por quem tripudia ou alardeia em público o erro alheio. Sempre que eu vejo gente corrigindo alguém na frente dos outros, ou postando terrorismos em relação aos erros de linguagem no “Facebook”, só consigo enxergar um opressor se autoafirmando e tentando diminuir o outro, apenas para ostentar uma suposta superioridade linguística. Isso acaba mostrando apenas um cidadão tentando provar que sabe mais, para talvez alimentar as carências do próprio ego, dentro daquela medíocre lógica comparativa que fortalece uma autoinsegurança em cima de uma insuficiência alheia.
6 – Você pode aprender muita coisa, inclusive com quem diz “nóis vai”
Estamos sempre em estado de vigília em relação ao paradoxo nos outros. Costumamos desconfiar de um “Personal trainer” que é gordo ou de um pneumologista que fuma, ou de um dentista com uma arcada desarmônica. Lembro-me de uma professora no meu curso de Pedagogia – em plena Universidade de São Paulo – que flexionava frases erradas na linha “nóis vai”, e eu me perguntava como aquela mulher estava ali me ensinando sobre como lecionar em uma Faculdade cheia de exigências no quesito “competência acadêmica”. A matéria era sobre “Políticas para portadores de necessidades especiais”, e o conteúdo me foi de extrema valia, elevou meu olhar, me fez desconstruir preconceitos, agregou-me novas perspectivas sobre a inclusão e no fim do semestre me dei conta de que independente do Português falho dessa docente eu havia aprendido muito sobre aquele tema. E mesmo se sairmos da esfera dos intelectuais e pensarmos em uma pessoa de situação humilde: você acha mesmo que só porque o seu Português é falho, não tem nada o que aprender com ela?
7 – Haters, quem são?
Existe uma patrulha, que costuma cultivar um tipo de hostilidade gratuita, que vai além da importância do objeto criticado. Um “Hater” é aquele tipo de pessoa que precisar vencer discussões, e que geralmente caça assuntos polêmicos e perde horas elaborando discursos embasados, apenas para provar que estácerto. Precisam chamar a atenção, mesmo que isso os transforme nos vilões da historia. Um Hater geralmente não odeia o Português dos outros, ele apenas ama odiar qualquer coisa.
Autor – Eduardo Benessi
Fonte – http://www.entendaoshomens.com.br/7-questionamentos-sobre-corrigir-o-portugues-alheio-em-publico/


P.S. – Fugindo um pouco de temas históricos e publicando um texto que achei interessante.

De: tokdehistoria.com.br



quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

FESTA DE SANTOS REIS UMA LINDA LEMBRANÇA



Dia de Santos Reis, de acordo com a tradição cristã, é aquele em que Jesus Cristo, recém nascido, recebeu a visita de alguns magos do Oriente, denominados de Três Reis Magos, guiados por uma estrela: Belchior, Gaspar e Baltazar.
Uma bonita lembrança: No início da década de 70, eu tinha doze anos, papai saiu comigo do interior para Natal e me levou para a festa de Santos Reis, no bairro do mesmo nome. Felicidade. Muitas guloseimas como pipoca, castanha, amendoim, bolo, barba de papai noel e algo mais.
Uma simples corrida no carrossel do parque e uma bela lembrança de um boneco de pau malabarista que a gente girava pra lá e pra cá. Só alegria.
Com essa modernização, além da violência, os tempos são outros. Mas a antiga tradição cultural não pode ser esquecida e lembro parte da letra da música de Tim Maia: '...andava meio esquecida, mas é a festa de Santos Reis'. Saudades.

Marcos Calaça

MONSENHOR AMÉRICO SIMONETTI

Por Gilberto Freire de Melo

Conhecemo-nos quando o Açu ainda tinha para exibir:

- A inteligência Excepcional de Osvaldo Amorim;
- Os manifestos radicais de João Lins Caldas;
- As crises boêmias de Renato Caldas;
- Os eventos saudados com versos e glosas dos poetas locais;
- A genialidade modesta de Demóstenes Amorim;
- A intelectualidade de Expedito Silveira;
- A saudade de Moysés Sesyom;
- A sede dos Escoteiros;
- O Plano de Valorização do Vale do Açu;
- Os argumentos jurídicos de Lou no Júri Popular;
- A gráfica medieval de Cabralzinho;
- A ética incontestável de Sandoval Martins;
- A ternura angelical de Cecéu Amorim;
- O charme perpetuado de Enói Amorim;
- A inteligência hibernada de A Vara;
- A integridade moral de Miga Fonseca;
- As bandas internacionais de Costa Leitão;
- O show de dança em boleros de Carlos Aladim;
- As aulas de Português de D. Glorinha;
- A surpresa antidemocrática do Golpe Militar;
- Os projetos de irrigação de D. Eliseu;
- Os bares de Lourival Duda, João Nogueira e Sebastião Alves;
- A candura da garçonete Cândida Nogueira;
- As cajazeiras de Rui Soares;
- Os tira-gostos de cabidela de Chiquito Macedo;
- A chegada da Fundação SESP;

Convivendo com todo esse manancial, éramos conduzido por Pe. Américo numa época de transição em que João XXIII embaralhava as cartas e D. Helder Câmara as distribuía
para D. Eliseu, Pe. Américo, Pe. Zé Luiz e Pe. João Penha, aqui na Várzea do Açu montarem o esquema preparatório para uma espécie ainda nanica de modernização. Assim, os fiéis religiosos da Várzea do Açu passaram a ser tratados com uma dose de humanização superior às da evangelização catequética que ainda não se projetara para além da Idade Média.
Em Mossoró, D. Eliseu carreava para o Vale do Açu, tudo quanto houvesse de projetos e de práticas de irrigação; Pe. Américo, no Açu, implantava a educação de base nas comunidades rurais, os serviços de comunicação através dos radinhos de pilha e de serviços telefônicos, quando, à época, só existia a precariedade dos Correios e Telégrafos; Pe. Zé Luiz, em Pendências,, humanizava mais que evangelizava, e já celebrava as missas em português e de frente para a platéia; Pe. João Penha, em Macau, preparava os operários da messe para o enfrentamento da mecanização das salinas e do Porto Ilha, criando o ensino de Segundo Grau.
Foi assim que nós, os beiradeiros do Vale do Açu, fomos preparados para ver o homem pousar na lua, para as novidades da chamada Nova Igreja, para a era do cinemas e da televisão, para a entrada triunfal do iê-iê-iê, e não sucumbimos com as angústias das torturas do Golpe Militar, para o advento do ano dois mil sem traumas maiores na transição universal.
Gilberto Freire de Melo




NOTICIAS

06 de Janeiro de 2016

Estudo revela que tomar taça de vinho tinto pode equivaler a treino na academia

Se você prometeu que em 2016 sua vida será mais saudável, com mais qualidade de vida, quem sabe uma taça de vinhopor dia poderá ajudá-lo a alcançar essa meta. De acordo com um estudo da Universidade de Alberta, no Canadá, o resveratrol existente em uma taça de vinho tinto pode ser o equivalente a uma hora de exercícios físicos. 

De acordo com o chefe da pesquisa, Jason Dyck, os resultados do estudo são particularmente importantes para aqueles que não podem fazer exercícios. O resveratrol foi apontado como uma substância capaz de melhorar o desempenho físico, a função cardíaca e a força muscular, da mesma forma como ocorre após uma sessão de ginástica.

A discussão sobre os benefícios à saúde do vinho tinto é bastante documentada. Estudos revelaram que um copo de vinho tinto por dia ajuda a diminuir os riscos do desenvolvimento de demência ou câncer, doenças cardíacas, ajuda a regular o açúcar no sangue e também atua como um agente anti-envelhecimento.

Porém, é necessário enfatizar que os benefícios do vinho tinto só ocorrem quando o seu consumo é moderado e que, por enquanto, os estudos foram realizados em ratos, não emhumanos.

Ainda assim você quer fazer a sua ingestão de resveratrol? Tente ingerir mirtilo, manteiga de amendoim, uvas escuras e chocolate amargo. Lembre-se que o mais importante antes de tudo é ter uma dieta equilibrada.

Imagem: Denis Vrublevski/Shutterstock.com 

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

A RESIDÊNCIA NA TERRA DE MARIA EUGÊNIA MONTENEGRO

Fotografia: Ilustração do blog.

Por Márcio de Lima Dantas, professor de Literatura Portuguesa do Departamento de Letras da UFRN

Vai ficar na eternidade,
Com seus livros, com seus quadros,
Intacto, suspenso no ar!


Manuel Bandeira


Diante da fachada, de um azul intenso, a memoração com sua vertigem soberana, solenemente aciona aquela sensação de quando nos defrontamos com um objeto estético ou agente impregnado com a pátina da História. A larga calçada clama a deferência, lançando-nos nos recônditos de um imaginário que diz para retirarmos as sandálias. É uma antiga casa. Sua simetria rigorosamente bilateral é composta de três grandes janelas, ladeadas por duas portas, todas rasgadas em arcos abaulados, sendo que um terço do comprimento é ocupado por uma semi-rosácea de vidro transparente, dividida em cinco segmentos. Lembra um pouco, pelos frisos, pelos contornos em alto-relevo, brancos, e pela predominância dos ângulos retos, as construções neoclássicas. Encimando o conjunto descrito, há uma estreita platibanda de despojado lavor, preenchida por azulejos com motivos geométricos. Todas as portas e janelas são divididas em duas abertas partes, denotando uma ausência de temeridade, convidando a brisa tépida, vinda dos carnaubais, a refrescar os dias ensolarados e quentes do Vale do Assu.

Situada entre a praça Getúlio Vargas e o antigo Beco do Padre, a casa fica no rez-de-chaussez., ou seja, existe apenas o pavimento térreo. Voltada para o sol nascente, limita-se a um comprido retângulo um pouco acima do nível da rua. Um batente dá acesso ao assoalho da sala. Não há sótão, tampouco porão, indiciando o pouco caso com o inconsciente ou uma busca de elevação espiritual. Há apenas o plano terrestre, no qual os cômodos representam as partes do corpo com suas demandas simbólicas. Residência ideal para os que se sentem intrinsecamente ligados à vida e ao que ela proporciona de beleza estética e prazer físico.

É aqui onde reside a escritora norte-rio-grandense Maria Eugênia Maceira Montenegro, nascida em 1915, e que no passado e cabalístico sete de outubro, fez oitenta e oito anos de existência. Advinda das Minas Gerais, casada com um Engenheiro Agrônomo que estudou em Lavras, veio morar numa fazenda do antigo arraial de N. Sra. dos Prazeres do Assu. A casa ostenta uma simplicidade que muito se assemelha às antigas residências senhoriais, quedada defronte à Igreja Matriz, um pouco mais à esquerda de quem fica de costas para a casa. Distância suficiente para ouvir o hinário e as rezas da igreja em louvor a São João Batista.

A porta principal não é trancada à chave, como se aguardasse permanentemente uma visita, que trouxesse alvíssaras ou simplesmente o agradável de uma presença, campeando sobre a solidão, espantando-a para as ermas estradas deixadas no passado. Ao ser anunciado por uma moça muito gentil, a velha senhora se faz demorar um pouco, suficiente para o advento no corpo de uma dignidade herdada das antigas famílias mineiras. Adentra na sala, qual rainha destronada e no exílio, derramando sorrisos e palavras de boas vindas. O corpo alquebrado pela velhice torna-se em festa. Parece vir de longe, arrastando consigo, num hieratismo franco e discreto, o cortejo de emblemas da sua estirpe. Os poucos momentos de uma agradável visita alicerçarão um ou dois dias de prazerosa lembrança, esgarçando-se com o passar dos dias. Os idosos, aqueles não amargos, sustentam-se nos exíguos fios das reminiscências geradas por algum fortuito evento sucedido num dia, como se fossem esmolas, - farelos de vida -, doados parcimoniosamente pela Fortuna.

Tudo resguarda uma história. A pátina de Cronos, qual esmalte transparente, recobre todos os pertences da antiga casa. Parece não haver arcanos de espécie alguma. Qualquer presença pode ser dita e explicada de onde veio. A transparência é tamanha que a luz esplende seus reflexos no assoalho recoberto por mosaicos, cuidadosamente limpo, denotando lugar no qual não transita muita gente, onde a solitude repousa, com a mesma paciência da dona.

A casa com seus objetos dispostos nos cômodos, submetida à cal viva do tempo, reveste-se de um caráter antípoda. Ao mesmo tempo que se funda numa necessidade da existência, pois é ela a outorgadora de uma identidade, subjetiva ou social; em contrapartida, está sempre na iminência de se extinguir, de sucumbir quando do desaparecimento do seu proprietário. Os herdeiros, mercenários, deterão apenas o que tiver valor financeiro. Quando do passar de poucos dias, os relógios farão escorrer seus ponteiros em direção às insossas efemérides e novidades da vida ordinária.

O cortejo de signos: telas, bibelôs, panos de renda, alfarrábios, indumentárias, móveis antigos, ensaia as pompas das exéquias, esboçando a dolente canção elegíaca do esquecimento atroz que cobrirá a Velha Dama, - malgrado as horas dedicadas à escritura de livros com forte conteúdo humanista, - sim, só os objetos serão gratos àquela que os animou e imprimiu sua consideração ao seu estado, indiferente, de mineral. Os tempos vindouros não prometem mais transcendência por meio da arte. A terra se encontra em transe. Não temos garantia de nada. Os objetos prantearão a menina feia, vinda de muito longe, de um lugar chamado Minas Gerais, lavrado entre montanhas recobertas de exuberante verde-lodo, chegada esposa e indo viver numa fazenda povoada de plantas e animais, de acidentes geográficos e paisagísticos, dos quais não sabia o nome nem a função, e cujo território passava metade do ano acinzentado. Nessa ambiência, as tramelas da memória foram arrebentadas pelas amoladas foices da solidão. Imagens mentais tiveram que ser confeccionadas em feixes de frases, engendrando livros nos quais os revérberos autobiográficos tonificaram obras que hoje irrigam o sistema literário do Rio Grande do Norte. Tudo me chama: a porta, a escada, os muros,/as lajes sobre mortos ainda vivos...(Cecília Meireles).

Agora a lonjura dos dias é preenchida por lembranças. Uma fadiga crônica se instalou – “estou morta de viver” – nos ossos. Nunca mais a deixará. O dízimo da velhice é alto. Labaredas consomem as derradeiras energias. Apóia-se nas paredes. Desculpa-se. Quedada sobre as cadeiras, agarra-se às autênticas amizades – ao telefone: “diga, meu querido” -. No limiar dos oitenta e nove anos de idade ainda está aberta ao cultivo de uma nova amizade. (Que alma!). Houve quem dissesse que muito ela havia se arrependido de não ter sido mais desprendida, de não ter aberto sua biblioteca a mais pessoas, de não ter amado mais. O balanço de uma vida é sempre um processo solitário e ímpar, pródigo de sentimentos dúbios ou culpas de desbotado matiz.

Da memória desprendem-se nomes, intactos, cada um com sua devida importância, com seu lugar numa história de vida: Nelson, Nieta, João Lins Caldas, Mário, Solon, Rita, Renato Caldas. Lembrar também cansa. Exercício que arrasta o inútil de abstrações que não levam a lugar nenhum. Vive-se de Vida. Nunca ouvi dizer o contrário. Recordações são cinza fria nos lábios, representações de somenos. Nonadas.

Na vasilha de ungüento restou um pouco de sal. Na despensa apenas um tanto de óleo sagrado, suficiente para untar o corpo baço, pleno de ranhuras, pontilhado de sardas e de outras manchas outorgadas pelo caminhar em agrestes rodagens. A sobrevivente antecipou o luto.

Resta o aguardo. Mulheres de pescadores, azuis, como na tela de Picasso, na praia, ansiando o nome dos desaparecidos. Os quadros, desbotados, quietos, na parede.

Alguém sabe de alguma profecia, que falasse, assim, de uma imperatriz exilada, vinda de um país distante onde as montanhas, no raiar do dia, espreguiçam-se entre a névoa e um exuberante verde? Alguém, ao dizê-la, estancaria a nascente viril de um desespero sem lágrimas: o meu. Alguém? Alguém....

Postado por Fernando Caldas

3 vinhos brasileiros de R$30 que estão entre os 100 melhores do mundo


15 de Julho de 2015


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Nelson Sheep
Escrito por Nelson Sheep
Saiba que três melhores rótulos do mundo são brasileiros e custam menos de 30 reais. To falando sério! Eles figuram na lista dos 100 melhores vinhos do mundo, segundo ranking realizado pela Associação Mundial de Jornalistas e Escritores de Vinhos e Licores (WAWWJ).
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Claro que existem casos em que vale o investimento, como o champanhe Charles Heidsieck Blanc des Millénaires, safra de 1995, que foi eleito o melhor do mundo pelo ranking e custa entre 250 reais e 350 reais, fora taxas de importação.
No entanto, esse não é o caso dos nacionais. As bebidas brasileiras ranqueadas custam menos de 30 reais e podem ser encontrados em supermercados e empórios especializados.
O Aurora Espumante Moscatel, que conquistou o 56º lugar, custa R$ 24. No 65º lugar, o rótulo Aurora Reserva Merlot 2011 sai por R$29 no Pão de Açúcar. Por fim, o Garibaldi Espumante Moscatel, que figura no 97º lugar do ranking, é produzido pela Cooperativa Vinícola Garibaldi e é encontrado por R$22. Que tal experimentar esses sabores?
Vale lembrar que o Ranking Mundial de Vinhos é elaborado com base nos resultados de concursos nacionais e analisa as Sociedades Vitivinícolas e os vinhos de cada país. Foram avaliadas 650 mil bebidas.

Fonte: http://www.superpride.com.br/

CAMPANHA, DOE VIDA A UM ANJINHO

Notícias no Face

Luiz Vinicius, de 10 anos que está a algum tempo lutando contra a leucemia, hoje pela madrugada teve uma baixa muito grande está entre a vida e a morte e não tem sangue em lugar nenhum. Por favor ele precisa muito da ajuda de vocês.
Para Doar, no Hemonorte
Hemovida:
Luis vinicius de azevedo
Hospital varela santiago leito 96
oncologia
Caso não possa ajudar, não tem Problema. Mas, repasse a grupos de Doadores.
Deus Abençoe Vocês.

Elenco do Camaleão treina forte no Edgarzão


Para compensar a pré-temporada muito curta, com apenas vinte dias de trabalho, a comissão técnica do ASSU sob o comando do treinador Reginaldo Sousa e do preparador físico, Diego Aluan está trabalhando exaustivamente em dois expediente e com exercícios intercalados, mas com a máxima preocupação de não estourar nenhum atleta, pois todos estão vindo de férias e o corpo neste momento não suporta uma carga pesada de trabalho, por isso a moderação. Por enquanto nenhuma atividade com bola foi realizada, o que deve acontecer tão somente na próxima quinta-feira no segundo expediente. Estava sendo aguardado para a tarde desta terça-feira mais dois atletas indicados pelo empresário e parceiro do Clube Ricardo Cruz e com isso inicialmente o elenco seria fechado. A pré-temporada curta  e a formação de um time para jogar até a estreia tem sido a principal preocupação do treinador Assuense, mas com o desenrolar dos trabalhos e a dedicação que os atletas estão mostrando ele acredita que tudo será superado e o ASSU vai estar pronto e forte até o primeiro jogo na competição dia 24 de Janeiro contra o Baraúnas no Estádio Edgarzão.

Texto: L. Filho/Imagem: J. Santos 



CRUZEIRO AMADEA CHEGANDO A NATAL

Foto: Alexandre Magno



Agora é tarde, Gisela é morta!

 Por Minervino Wanderley*
A bala disparada contra Gisela, de forma cruel, covarde, desumana, ceifou a sua vida. Tirou do nosso convívio uma criatura doce, semblante de paz, exalando bondade. Mas, amigos, essa bala também nos atingiu. Não conheço uma pessoa que tenha visto a cena que não ficou emocionada. Há, em todos, um sentimento de revolta e de lamento dentro do peito. Imagino, meu Deus, como estão as pessoas da família de Gisela. Filho ou filhos à procura da mãe que nunca mais virá. O marido olhando pelos lados à espera de que, a qualquer momento, ela apareça. Todos ainda incrédulos com o fato. A irmã, Andréa, é um poço de tristeza. Seus amigos ainda devem estar procurando explicações para o inexplicável.
Tenho a nítida sensação é de que essas balas estão cada vez mais próximas de nós. Deixaram de ser histórias que ouvíamos contar e se transformaram no nosso cotidiano. Basta ver os programas do gênero. Pergunto: será que a bala que matou Gisela pegou apenas de raspão nas autoridades? Por quanto tempo vamos resistir até sermos obrigados a ficar trancafiados em nossas casas enquanto os bandidos passeiam impunemente pelas ruas? Ir a um restaurante, um bar, ou dar uma caminhada virou uma corrida entre a saída e a volta para casa. Quando se chega em casa, uma sensação de alívio invade a alma.
O que é isso, amigos? Perdemos a briga para os marginais? Quantas “Giselas” serão necessárias para que se adote uma postura eficaz contra a bandidagem? O que diz o comandante da Polícia? “Vamos capturar esses bandidos.”? Tem que pegar antes do crime, comandante. Não me pergunte como, pois não sou policial nem aceitei ser o famoso “Chefe de Polícia”. Não digo que é fácil, de forma alguma. Mas, isso só chegou a esse ponto em razão da ineficiência do poder público.
Ninguém quer mais festejos, fogos, pontes, estradas. Queremos festejar o fim dessa verdadeira barbárie. Queremos soltar fogos a cada criminoso preso e condenado. Queremos atravessar a ponte que nos conduz à paz. Queremos, isso sim, poder andar pelas estradas alegres e fagueiros em busca da nossa Cidadania. Essa mesma Cidadania que, aos poucos, vão retirando de nós. Governador, isso virou guerra! E, numa guerra, só há vencidos e vencedores.
Por enquanto, estamos perdendo feio. Vamos reagir, embora agora seja tarde, já que Gisela é morta.
*Jornalista e amigo de Andréa Mousinho.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016


Se sabe, comente!
A população de Natal, do estado norte-riograndense, vive em polvorosa e aflita, são dias tensos vividos com a falta de segurança. Mas, temos ainda um homem que tem um trabalho que o tornou referência, chamado Maurílio Pinto, o Xerife, como ficou conhecido. Delegado aposentado da Polícia Civil. É o terceiro na foto (antiga) da esquerda. Hoje, salvo engano, aos 75 anos, penso eu, deve ainda gozar de boa saúde, ainda é capaz de resolver o problema da insegurança que assombra os potiguares e seus visitantes. Já está na hora de o governo resolver essa situação, acabar com a bandidagem no Rio Grande do Norte. É muito fácil resolver esse problema dramático que vive o povo potiguar: Maurílio Pinto neles, caça aos bandidos, traficantes!

domingo, 3 de janeiro de 2016

OS SAMBISTAS E PAGODEIROS DO ASSÚ ESTÃO DE LUTO

eterno
Considero um profeta verdadeiro quem primeiro pronunciou a frase: A vida é uma vela acesa.
Foi assim com este amigo, que representou desde seu nascimento com honra e brio uma galeria de astros deixada pelo saudoso pai Severino Sapateiro.
Fiquei triste quando vi no facebook do contemporâneo Gilmar Rodrigues, esta foto com a noticia da sua morte.
Liguei há poucos instantes para o companheiro Régis de Sousa para obter a confirmação do seu óbito.
Fiz amizade com Valdeci em 1966 quando morei em Assú e estudava, tendo sempre sua companhia nos bares da cidade tocando um pinho com sua sonora voz de sambista boêmio.
Aos seus familiares minhas expressas condolências, por questões emocionais não vou ao sepultamento nem ao velório, sou dissidente deste dever cristão. Prefiro a lembrança viva de todos que estimo.
Tenho certeza que todos os sambistas e pagodeiros da cidade de Assú, estão de lutos e que o maestro da orquestra celestial esteja afinando os instrumentos dos seus regentes para fazer a festa da chegada de Valdeci na morada de Deus nosso protetor.
Vá com Deus como bem diz a canção popular e o samba nunca morra por falta do seu talento!
Postado por Aluizio Lacerda
NOTA DO BLOG:
Faço minhas as palavras escritas pelo amigo Aluizio, já que participei efetivamente das efusivas baladas descritas pelo companheiro, cuja família de artistas também fez parte da minha vida juventude.
José Regis de Souza
REGIStrando

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...