sexta-feira, 2 de novembro de 2018

"Glosa Glosarum"








Glosa Glosarum -
Fesceninos
RENATO CALDASServentuário da Justiça aposentadoaçuense - 08.10.1902MOTE*Levando dedo no fundoPara poder melhorar.GLOSAVejam a desgraça do mundo!Depois de velho e cansadovou recordar o passadolevando dedo no fundo.O doutor Pedro Segundoé quem vai aproveitar.Eu terei de suportar esse enfadonho suplício: por o fundo em sacrifício para poder melhorar.
* Apud "Uns Fesceninos", OsvaldoLamartine de Faria – Artenova, pág. 99/80
MOTE*Eu tenho um olho escondido,é cego e também não vê.GLOSAJoão Machado distraído, para ilustrar comentários,disse entre assuntos vários:Eu tenho um olho escondido.Fez bem não ter exibido,Machado, sabe por quê?vou avisar a você,tenha cuidado com eleque o bicho que gosta deleé cego e também não vê.
* Idem
MOTESim, depois de aposentadoTenho que estender a mãoGLOSAVelho, doente, cansado,Além de doente, cego,mais sofrimentos carrego,sim, depois de aposentado.Vivo até mal humorado buscando uma solução,tenho que ganhar o pãoe zelar pelo meu nome; para não morrer de fometenho que estender a mão.MOTE Não se cospe para cimaQue pode cair na caraGLOSAPara provar minha estimanão devo o caso falar,mas quero lhe avisar não se cospe para cima.Um pobre outro pobre anima,o bastão nasce da vara,a vaidade é ignara,ouça o grande ensinamento – ninguém cospe contra o ventoque pode cair na cara
Nenhum texto alternativo automático disponível.

Espaço da biblioteca de Câmara Cascudo na sua residência, hoje Ludovicus - Instituto Câmara Cascudo.
A imagem pode conter: trem e atividades ao ar livre
Gimi Chagas Jr. para V.T.T !
E não tem como falar de São Paulo e não lembrar de bondes, não é mesmo ? Eles que deixaram as ruas paulistanas em 1968 estão até hoje presentes na memória afetiva dos paulistanos. A imagem abaixo, sem data, é da extinta e conhecida linha Penha-Lapa, que depois do fim dos bondes continuou existindo com ônibus por décadas...
De: Douglas Nascimento
Jornalista, fotógrafo e pesquisador independente, edita o site São Paulo Antiga e é membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo


quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Parque das Dunas promove segunda edição de feira literária com mais de 50 autores e editoras potiguares

O Parque Estadual Dunas do Natal “Jornalista Luiz Maria Alves” receberá no dia 11 de novembro a segunda edição da Feira de Livros e Autores Potiguares do Parque das Dunas. A feira, que será realizada ao lado do Anfiteatro Pau-brasil, em um espaço sombreado, conta com mais de 50 autores e editoras potiguares.
Bate-papos, contações de histórias, exposições e lançamentos coletivos fazem parte da programação oficial da feira, que objetiva proporcionar um encontro ímpar entre cultura e natureza. O evento acontece das 9h às 17h e será marcado pelas palavras de autores consagrados nas áreas de prosa, poesia, literatura de cordel, literatura de viagens, fotografias e uma ênfase especial na área de livros infantil e muita poesia.
As inscrições seguem abertas até o dia 9 de novembro. A taxa de participação para os autores e editores é de apenas R$20 e pode ser feita de forma presencial diariamente, no horário das 7h30 às 11h e das 13h às 17h30, no Setor de Informações do Parque. Mais informações: (84) 98169-5131 ou pelo E-mail: parquedasdunas2018@gmail.com

Entre os destaques da programação haverá contação de história, declamação de poesia, apresentação de livros e lançamentos de livros de autores como Gilberto Morel de Paula e Souza; Stanley de Lima Mendonça; Gabriela Costa Beltrão de Assis e outros.
De: http://www.blogdajuliska.com.br


quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Gilson De Assis Silva
Bairro do Tirol - Natal RN
Não tinha o América, AABB em construção...

5 LENDAS URBANAS DO RIO GRANDE DO NORTE

As lendas urbanas existem desde que nos conhecemos por gente. Algumas fantasiosas, outras mais plausíveis, as lendas urbanas são espalhadas boca-a-boca pela população constituindo um tipo de folclore contemporâneo.
No Brasil não é diferente e cada estado parece ter seu próprio rol de lendas urbanas. Qual criança nunca teve medo de ser pego pelo homem do saco? E do chupa-cabra, criatura que assombrou a área rural brasileira, com seu aspecto de “vampiro”? Conheça agora algumas lendas urbanas características do estado do Rio Grande do Norte.
Veja aqui algumas lendas mais contadas no Rio Grande do Norte e entenda porque algumas pessoas acreditam nelas.

1. Fantasma de Lampião no Memorial da Resistência

O Memorial celebra a resistência da cidade de Mossoró, durante o ataque de Lampião e seus cangaceiros. Reza a lenda que Lampião nunca se esqueceu desta derrota e de tempos em tempos, seu fantasma volta para assombrar o Memorial, assim como de seus companheiros. Há relatos de vultos dos fantasmas dos cangaceiros avistados rondando as imediações na madrugada.

2. A botija do Jararaca

Nessa mesma batalha de Mossoró, Jararaca, um dos cangaceiros de Lampião, fugiu em meio ao combate. Mesmo ferido nas coxas e no peito, conseguiu atravessar uma ponte de ferro e se abrigou debaixo de um pé de oiticica, planta de onde se extrai o babaçu. Lá, teria reunido toda sua riqueza em uma caixa de charutos e enterrado. Após sua morte, sua alma teria se materializado para um pobre comerciante. Reza a lenda que o homem ouviu uma voz lhe chamando e avistou Jararaca, lhe dando as orientações para desenterrar seu tesouro. Após desenterrado, o comerciante virou para Jararaca para lhe agradecer e o mesmo havia sumido.

3. O Atormentado do Cuscuz

Surge no meio da noite, na forma de uma fumaça dentro dos fogões, enquanto o cuscuz é preparado pelas donas de casa. Derrubando tudo o que está por perto, apagando os fogões, com um odor característico de palha de coqueiro queimada.
Dizem que a é a alma de um sujeito que vivia sozinho e só se alimentava de cuscuz. Certa vez, dois sujeitos drogados invadiram sua casa, o amarraram num coqueiro e atearam fogo no homem. Enquanto ele morria carbonizado, os sujeitos comiam todo o seu cuscuz. Algumas pessoas já até evitam comer cuscuz pelo jantar, só por precaução!

4. A viúva Machado

Amélia Duarte Machado era uma mulher que era casada com um rico comerciante português. Após a morte de seu marido, tomou o controle de seus negócios. Naquela época, a mulher era somente útil para servir o marido. Como não tinha filhos, começou a ser vista como suspeita pela população, fazendo uma nova lenda urbana se espalhar: que a viúva comia o fígado de crianças, sendo uma espécie de papa-figo. Muitos evitavam passar perto de sua residência. A má fama teve de ser desmentida publicamente por Amélia na imprensa. Mesmo sendo lenda urbana, considerada um monstro, Amélia foi uma importante figura na história natalense.

5. A lenda do Poço Feio

No Poço Feio, em Governador Dix-Sept Rosado, existe uma formação calcária de forma curiosa, nomeada de “baú da moça”. Reza a lenda de que em noites de lua cheia, uma bela moça se banha nas águas do Poço, atraindo homens com seu belo canto que, ao se apaixonarem pela moça, a seguem até o fundo da caverna, morrendo afogados nos túneis que existem no local.
Você está pensando em visitar o RN? Não deixe de contratar um seguro viagem Rio Grande do Norte para o caso de se assustar com o fantasma dos cangaceiros e do Lampião, já que assim você conta com socorro médico, bem como para exames do coração!
Então, você conhece algumas dessas lendas? Se conhece outras, conte para nós!
Fontes: Tok de História e Notícias Bol.
Escrito por Andreia Silveira do site SeguroViagem.org enviado por Luana Biral.
De: https://curiozzzo.com


Olha que fazes mal dizendo-me as verdades
Contidas no papel que entre os meus dedos trago
Falas muito de amor, lembras muito de afago
Os beijos que me dão os cheiros da saudades

Outro que não sou eu, enlaçando-te agora,
Goza a vinha feliz ao teu amor buscado.
E tu, que foste minha, esquecida de outrora,
Beija-o com o mesmo ardor feliz e compensado.

Si eu pudesse sondar o que te vai senhora,
Quando, de lábio rubro e semblante acalmado,
Cravas no teu amor o teu olhar de aurora,
Talvez visse chorar teu coração magoado.

Não podes esquecer, mal grado o teu desejo;
As palavras que diz, mentirosa e pequena,
Essa boca que um dia a se cobrir de pejo.

João Lins Caldas
__________manuscritos, 1909
A MÁQUINA DE ESCREVER
Mãe, se eu morrer de um repentino mal,
vende meus bens a bem dos meus credores:
a fantasia de festivas cores
que usei no derradeiro Carnaval.

Vende esse rádio que ganhei de prêmio
por um concurso num jornal do povo,
e aquele terno novo, ou quase novo,
com poucas manchas de café boêmio.

Vende também meus óculos antigos
que me davam uns ares inocentes.
Já não precisarei de duas lentes
para enxergar os corações amigos.

Vende , além das gravatas, do chapéu,
meus sapatos rangentes. Sem ruído
é mais provável que eu alcance o Céu
e logre penetrar despercebido.

Vende meu dente de ouro. O Paraíso
requer apenas a expressão do olhar.
Já não precisarei do meu sorriso
para um outro sorriso me enganar.

Vende meus olhos a um brechó qualquer
que os guarde numa loja poeirenta,
reluzindo na sombra pardacenta,
refletindo um semblante de mulher.

Vende tudo, ao findar a minha sorte,
libertando minha alma pensativa
para ninguém chorar a minha morte
sem realmente desejar que eu viva.

Pode vender meu próprio leito e roupa
para pagar àqueles a quem devo.
Sim, vende tudo, minha mãe, mas poupa
esta caduca máquina em que escrevo.

Mas poupa a minha amiga de horas mortas,
de teclas bambas, tique-taque incerto.
De ano em ano, manda-a ao conserto
e unta de azeite as suas peças tortas.

Vende todas as grandes pequenezas
que eram meu humílimo tesouro,
mas não! ainda que ofereçam ouro,
não venda o meu filtro de tristezas!

Quanta vez esta máquina afugenta
meus fantasmas da dúvida e do mal,
ela que é minha rude ferramenta,
o meu doce instrumento musical.

Bate rangendo, numa espécie de asma,
mas cada vez que bate é um grão de trigo.
Quando eu morrer, quem a levar consigo
há de levar consigo o meu fantasma.

Pois será para ela uma tortura
sentir nas bambas teclas solitárias
um bando de dez unhas usurárias
a datilografar uma fatura.

Deixa-a morrer também quando eu morrer;
deixa-a calar numa quietude extrema,
à espera do meu último poema
que as palavras não dão para fazer.

Conserva-a, minha mãe, no velho lar,
conservando os meus íntimos instantes,
e, nas noites de lua, não te espantes
quando as teclas baterem devagar.
                                     
             Giuseppe Ghiaroni



segunda-feira, 29 de outubro de 2018

EM DELÍRIO

Por que é que nós vivemos tão distantes,
Si estamos neste sonho todo incerto:
- Eu ao teu lado em pulsações vibrantes,
E tu, longe de mim, sempre tão perto?

E é isso como um lúgubre deserto
onde andem as chamas palpitantes
Deste amor, deste amor que vive aberto
para os teus cem mil beijos escaldantes!

Amo-te! E fui-te sempre à eterna esquiva...
Mata-me agora esta aflição tão viva
Que explode em mim, que no meu seio estua...

Que tu não sejas meu, pouco me importa...
Mas tira-me esta dor que me transporta
A este desejo eterno de ser tua!

Carolina Bertholo
___________em, revista Fon-Fon, Rio de Janeiro, 1924.






domingo, 28 de outubro de 2018

Eu sou aquele que acordou chorando,
O das horas amargas, imprudentes.
Vim num velho país de negras gente 
E deixei do mais duro, por mais brando.

Meu coração foi lágrima rolando
E deturpado corpo entre os mais dentes...
Vejo os dias de fogo, reluzentes,
E tudo as garras para o negro bando.

Gemendo no gemente deturpado,
A alma alastrada e para si ferida,
Toda a estrada a crescer e sempre abrolhos.

Vi-me no mundo e pelo mundo entrado;;;
- Coração com pavor dentro da vida,
E mocidade... com lágrimas nos olhos.


 João Lins Caldas

terça-feira, 23 de outubro de 2018

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

"O beijo na juventude é arrepio é desejo é vontade de começar... e nunca terminar... o beijo de quem se ama remédio... e até se ficar velhos há de se morrer beijando..."
Eu sei que a morte acaba e a vida é certa.

João Lins Caldas

Resultado de imagem para imagens de morte e renascimento

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Como te amo? Elizabeth Barrett Browning
________________________________________
Como te amo? Deixa-me contar de quantas maneiras.
Amo-te até ao mais fundo, ao mais amplo
e ao mais alto que a minha alma pode alcançar
buscando, para além do visível dos limites
do Ser e da Graça ideal.
Amo-te até às mais ínfimas necessidades de todos
os dias à luz do sol e à luz das velas.
Amo-te com liberdade, enquanto os homens lutam
pela Justiça;
Amo-te com pureza, enquanto se afastam da lisonja.
Amo-te com a paixão das minhas velhas mágoas
e com a fé da minha infância.
Amo-te com um amor que me parecia perdido - quando
perdi os meus santos - amo-te com o fôlego, os
sorrisos, as lágrimas de toda a minha vida!
E, se Deus quiser, amar-te-ei melhor depois da morte.
(tradução alternativa e mais comum):
Amo-te quanto em largo, alto e profundo
Minh’alma alcança quando, transportada,
Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.
Amo-te em cada dia, hora e segundo:
À luz do Sol, na noite sossegada.
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.
Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.
Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quiser,
Ainda mais te amarei depois da morte.
TRADUÇÃO DE LUÍS EUZÉBIO:

(Enviado por João Celso Neto).

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...