segunda-feira, 11 de novembro de 2019

SENTENÇA

" - Qual o remédio jocundo
" - Que aos mal nos serve de escudo?"
" Fechai os olhos a tudo e rir de tudo no mundo."

Foi essa a resposta clara
Que me deu, interrogado.
Um homem que tinha achado
- Coisa rara!
A ventura neste mundo.

João Lins Caldas

________________Em "O Brasil, jornal do Rio de Janeiros, edição de 8 de fevereiro de 1923.
A imagem pode conter: texto
A imagem pode conter: sapatos e texto

A SOLIDÃO DOS PÁSSAROS APRISIONADOS PELA IGNORÂNCIA HUMANA





Em sã consciência você não aprisionaria alguém inocente, correto? Não o imputaria culpa e nem ordenaria alguém a cumprir pena sem ter cometido crime algum, mesmo porque você não é um juiz,  correto? 

 Entretanto, é o que vemos diariamente pendurados em janelas, pessoas transportando  suas gaiolas, levando seus animais para "pegar sol" de manhã, estranho, não?  Sim, se pararmos para refletir sobre essas pequenas atitudes danosas a outros, e nos colocássemos no lugar desses, talvez agiríamos com mais senso de justiça, reconhecimento e o principal, compaixão.  Há falta de total empatia, onde não percebemos o mal que produzimos com essa atitude gerada pela ignorância, ganância e na prática, falta de inteligência. Se colocar no lugar dos outros nos faz um pouco melhor e quando nos sentimos bem com isso, pode ter certeza que estamos agindo no caminho certo, aquilo que por intuição nos diz "é isso, isso é o certo!" São seres vivos, pássaros, pequenos animais dotados da capacidade de voar. Esses, tem sua individualidade, sua existência e seu serviço à mãe Terra e infelizmente são enclausurados por "humanos" com capacidade baixíssima de entender e muito menos compreender o quanto todos os seres vivos são necessários e estão aqui por algum motivo de força maior. E vem alguém e quebra esse ciclo, trancafiando um pequeno  ser inocente e indefeso, dotado e capacitado para nos dar vida sem pedir nada em troca.  Você já refletiu Sobre isso? Nunca é tarde, já que à vida passa e a sua também. 

 Muitos de nós ou grande maioria, age mecanicamente, por costumes, culturas primitivistas, condicionamentos, repetições e digamos, adestramento social. Onde a pessoa age por instrução de alguém ou alguma coisa,  sem ao menos se questionar dessas atitudes que promove todos os dias, se formando um balé cruel e desproporcional a "racionalidade" que carregamos, porém, relativizada pelo antropocentrismo, copiada sistematicamente sem critério e colocada em prática sem ética nenhuma. 

 "Racionalidade" não quer dizer que tenha sobriedade, que não quer dizer que tenha lucidez, como também não quer dizer que seja justa. Consciência vai muito além disso, e é o fator primordial para a verdadeira e universal justiça, sobrepondo a racionalidade que gira em torno da espécie humana e a coloca acima de todos os outros seres. Tirar um passarinho possuidor de asas da natureza e o enclausurar dentro de uma gaiola de meros  30x40 de espaço, onde resume-se sua vida em zero, só tem um significado: crueldade produzida por cegueira não física, e sim, mental. Esses animais podem voar por quilômetros, atravessar Municípios, Estados, comer de todos os frutos que desejar e beber de todas as fontes. Mas não! Vai lá um ser que se diz "racional", o captura, trancafia e oferece uma alimentação repetida e água quente eternamente, onde  muitas vezes esses infelizes "humanos" os esquecem no banho de sol e muitos  morrem. Grande maioria compra e  vende como coisas, um objeto, apenas um negócio e não uma vida. Outro fator, o comércio lucrativo que retira da natureza milhares e milhares de animais todos os dias, onde um pouco mais de 1/3 chega com vida ao destino pelas  mãos de traficantes. Isso por causa de um dos maiores defeitos da espécie humana, à ganância.


 Engaiolar pássaros, você está privando seres de usufruir de sua principal característica que a existência lhe ofereceu, voar. Isso já fere todo contexto existencial desse ser, que tem sua vida amputada em sua maior dádiva que a natureza sabiamente lhe destinou e lhe deu sentido, que  por sinal,  deve ser maravilhoso.  Esses animais têm um papel fundamental no planeta,  dispersar sementes, distribuir sabiamente,  fazendo a polinização, assim, espalhando pólen colhidos das flores por onde voam, em um natural e equilibrado processo de semear vida por onde passam, inclusive promovendo bem estar  aos mesmos ignorantes que os trancafiam e os condenam.

 Cada espécie de pássaros  pertence a uma região e são responsáveis naturalmente a reflorestar  áreas, comendo específicas sementes, que retornarão ao solo através das fezes. Ou seja,  o ciclo biológico que nos faz vivos e toda forma de vida, são promovidas na maioria das vezes  por esses pequenos seres, nos fornecendo ar puro, sombra, bem estar ambiental, e todo tipo de suprimento para manter à vida na Terra. Lembrando também, seu papel fundamental no controle natural de vetores, exemplo: mosquitos, moscas, pernilongos e qualquer outro inseto, evitando que se tornem pragas, como por exemplo o transmissor da Dengue e suas vertentes. E por que os trancafia???    

 Você que está lendo esse texto, lembre-se que,  ao ver um pássaro em gaiola, saiba que aquilo não é uma vida no sentido real da palavra, e sim, um pobre animal condenado e explorado pelo seu tutor, esse meramente um carcereiro e ao mesmo tempo um juiz, que o condena  à prisão perpétua e mata aos poucos, fisicamente e psicologicamente. Reflita, dá tempo de você entrar nessa luta por justiça por aqueles que não podem ao menos se defender da maldade humana. Espalhe esse texto, compartilhe com amigos e familiares, debata, discuta pois as verdadeiras vítimas não podem falar e muito menos se defender, pois estão nesse momento cercadas de grades penduradas em uma canto frio e sem vida.

 Se você concorda com esse texto e acha interessante a colocação, compartilhe para que mais pessoas acordem para essa crueldade, e ajudem a libertar esses seres angelicais que além de nos proporcionar vida em qualquer bioma, nos embeleza a natureza e os sons dela. 

Jota Caballero

domingo, 10 de novembro de 2019

Certa coisa que eu já fiz
Com uma jovem em segredo
Revelar até faz medo
Eu não digo, ela não diz.
É que eu quis e ela quis
Só podia acontecer.
Mas, o bom é não dizer
Com quem isso aconteceu
Ela não diz e nem eu
Quem é que pode saber?

(Luiz Lucas Lins Caldas Neto)

Natal, Avenida Duque de Caxias, Ribeira, década de 1930. Fonte: Tok de História.

Um soneto de João Lins Caldas em "O Brasil", Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1923.





Na voragem

Abre os olhos e fita-me desperto
Crença da vida ou saudade da maldade,
Não me curvaste a fé na mocidade,
Velhice não me dês neste deserto...

Porque eu segui de teus passos perto,
O vinho sobre o cálix da saudade,
No peito a te rugir a tempestade,
No peito a te rugir a tempestade,

Amor que se fez doce me amargando,
Pela vida de mal meu mal provando,
Vaza-me em ondas de ura ingrata...

E, dissabor, meu coração ferindo.
Anda-me as chagas da desdita abrindo
E as chagas da tortura me retrata.

_____________Em, "O Brasil", do Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1922.



sábado, 9 de novembro de 2019

Nenhuma descrição de foto disponível.

Livraria Manimbu será inaugurada nesta segunda no Tirol

Aluísio Azevedo e Crispiniano Neto


Redação8 de novembro de 2019AgendaLiteraturafundação josé augustográficalivraria manimbu Image
A Fundação José Augusto e o livreiro Aluísio Azevedo inauguram, a partir das 17h30, na próxima segunda-feira (11/11) a Livraria Manimbu, que será a única de rua da capital potiguar, constituindo um feito no contrafluxo daqueles que imaginam que as livrarias tendem a se extinguir.
A livraria funcionará de segunda a sábado no horário das 9h às 19h na Rua Açu, 666, Tirol (por trás do prédio da Fundação José Augusto). Informações pelo telefone 2030-3036.
O projeto é uma iniciativa administrativa da FJA para fomentar a aquisição de obras de autores potiguares a preços populares, principalmente para estudantes da rede pública de ensino.
O novo espaço literário abre com mais de cinco mil títulos disponibilizados para o público, abrindo espaço aos autores potiguares que terão 20% de total de obras colocadas à venda. Também serão comercializados livros de autores nacionais e estrangeiros de ficção e não-ficção.
A inauguração da Manimbu nesta segunda-feira terá a participação musical dos instrumentistas Alexandre Moreira e José Anchieta que apresentarão clássicos do cancioneiro da Música Popular Brasileira.
Outra atração é a abertura da Galeria Newton Navarro que abre espaço para exposições individuais e coletivas de artes visuais. A estreia ocorre com a exposição “Ser-Tons – Cinzas, Marrons, Ocres”, das artistas Socorro Soares e Lenira Costa, que exibe 20 peças e, papel craft, assemblage e tinta sobre couro natural de boi, com temas voltados à cultura sertaneja.
A livraria abrigará também um café com espaço para conversas, além de uma programação de saraus poéticos, shows musicais e lançamentos de obras de escritores norte-rio-grandenses.
“Se há quem acredite que os livros ou livrarias irão se acabar, nós que defendemos a literatura e seu poder transformador, temos de ir exatamente no caminho oposto. Por essa razão, temos essa iniciativa que proporcionará aos natalenses e visitantes, um espaço compartilhado com a já existente Gráfica Manimbu”, afirma o diretor-geral da FJA, Crispiniano Neto.
SERVIÇO
Inauguração da Livraria Manimbu
Data: Segunda-feira (11/11)
Horário 17h30
Endereço: Rua Açu,666, Tirol
Informações:2030-3036.


 *" O  TEMPO... "*

O tempo não pode ser segurado; a vida é uma tarefa a ser feita e que levamos para casa.
Quando vemos já são 18 horas.
Quando vemos já é sexta feira.
Quando vemos já terminou o mês.
Quando vemos já terminou o ano.
Quando vemos já se passaram 50 ou 60 anos.
Quando vemos, nos damos conta de ter perdido um amigo.
Quando vemos, o amor de nossa vida parte e nos damos conta de que é tarde para voltar atrás...

Não pare de fazer alguma coisa que te dá prazer por falta de tempo, não pare de ter alguém ao seu lado ou de ter prazer na solidão.
Porque os teus filhos subitamente não serão mais teus e deverás fazer alguma coisa com o tempo que sobrar.

Tenta eliminar o “depois”...
Depois te ligo...
Depois eu faço...
Depois eu falo...
Depois eu mudo...
Penso nisso depois...

Deixamos tudo para depois, como se o depois fosse melhor, porque não entendemos que:
Depois, o café esfria...
Depois, a prioridade muda...
Depois, o encanto se perde...
Depois, o cedo se transforma em tarde...
Depois, a melancolia passa...
Depois, as coisas mudam...
Depois, os filhos crescem...
Depois, a gente envelhece...
Depois, as promessas são esquecidas...
Depois, o dia vira noite...
Depois, a vida acaba...

Não deixe nada para depois porque na espera do depois se pode perder os melhores momentos, as melhores experiências, os melhores amigos , os melhores amores ...

Lembre-se que o depois pode ser tarde.
O dia é hoje, não estamos mais na idade em que é permitido postergar.
Talvez tenha tempo para ler e depois compartilhar esta mensagem ou talvez deixar para...”depois”

Sempre unidos:
Sempre juntos...
Sempre fraternos...
Sempre amigos...

(Clênio Caldas)

(Passe aos seus melhores amigos; não depois... Agora!)


A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e texto

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Assu Antigo

Foto:
Sobrado da família Soares de Macedo. Hoje está assentado uma casa comercial. Vizinho a Prefeitura Municipal, Rua Frei Miguelinho.Ao lado esquerdo daquele casarão funcionou o Armazém de Astério Tinôco, o Armazém de Tonico. além de Café e Restaurante de Chico Germano e a tipografia de Antônio Silvério Cabral (Cabralzinho) e, por último um salão de cabeleireira. Veja mais sobre o passado do Assu, clicando: https://www.facebook.com/Assu-Antigo-341841339254607/ ) Curta a página).

EM BREVE O LANÇAMENTO DO MEU NOVO LIVRO “LUGARES DE MEMÓRIA – EDIFICAÇÕES E ESTRUTURAS HISTÓRICAS UTILIZADAS EM NATAL DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL”

Rostand Medeiros
Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
É com muita satisfação que informo que em breve estará na livraria da Cooperativa Cultural da UFRN, também conhecida como “Livraria do Campus”, o meu mais novo livro “Lugares da Memória – Edificações e Estruturas Históricas Utilizadas em Natal Durante a Segunda Guerra Mundial”.
Esse livro é fruto de uma positiva parceria com o Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte, através da pessoa do Dr. Victor Manoel Mariz, Procurador da República e titular do 10º Oficio do Núcleo de Cidadania e Ambiental (NCA).
Essa parceria teve início no dia 14 de março de 2019, ocorreu, no prédio anexo da Procuradoria do Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte – MPF/RN, uma audiência extrajudicial com o objetivo de tratar sobre assuntos pertinentes à adoção de medidas necessárias para resgatar, preservar e valorizar o patrimônio histórico do Rio Grande do Norte representativo ao período da Segunda Guerra Mundial (Sobre essa audiência veja essa postagem do TOK DE HISTÓRIA –  https://tokdehistoria.com.br/2019/03/17/meus-apontamentos-sobre-a-reuniao-no-ministerio-publico-federal-do-rn-relativa-a-questoes-ligadas-a-historia-da-segunda-guerra-mundial-em-natal-e-parnamirim/ ).
Reunião com o Dr. Victor Mariz no Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte .
Essa reunião ocorreu devido à existência de uma representação encaminhada ao MPF/RN por Ricardo da Silva Tersuliano, representante do Instituto dos Amigos do Patrimônio Histórico e Artístico-Cultural e da Cidadania (IAPHACC), em que no seu conteúdo foi sugerida, entre outras ações, a criação de um inventário dos bens utilizados naquela época e ainda existentes, além do tombamento desses locais. Como consequência, foi instaurado o Procedimento Administrativo nº 1.28.000.001950/2018-52.
Durante os desdobramentos da audiência, informei ao Procurador da República que, em junho de 2015, o Dr. João Batista Machado Barbosa, então Promotor de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte e titular da 41ª Promotoria de Justiça da Comarca de Natal, igualmente preocupado com a preservação desse patrimônio, solicitou a elaboração de um relatório preliminar sobre os locais utilizados pelas forças militares norte-americanas estacionadas em Natal e Parnamirim durante a Segunda Guerra Mundial. Esse material foi devidamente produzido utilizando  bibliografia e fontes existentes.
No caso de Parnamirim, as áreas encontradas tinham uma relação direta com a presença dos militares americanos e essas se encontram exclusivamente na área da Base Aérea de Natal, a antiga Parnamirim Field. Já em relação à cidade de Natal, existem edificações cuja história possuiu ligação direta com o aparato militar estadunidense, mas outros importantes locais estão ligados aos primeiros anos da atuação da aviação comercial no Rio Grande do Norte. Entretanto, esses últimos igualmente continham elementos históricos de sua utilização durante os anos do conflito (1939-1945). Como resultado final dessa pesquisa, foram encontradas referências sobre 32 locais históricos utilizados nessas duas cidades.
O Dr. João Batista Machado Barbosa decidiu, então, organizar uma visita a essas edificações, o que efetivamente ocorreu no dia 20 de junho de 2015. Participaram desse interessante momento membros do Ministério Público Estadual, além de Ricardo Tersuliano e do pesquisador inglês David Maurice Hassett, ambos do IAPHACC. Completou o grupo membros de outras entidades, como o Brigadeiro da FAB (R.R.) Carlos Eduardo da Costa Almeida.
Contudo, devido a vários fatores inerentes à vontade do Dr. João Batista Machado Barbosa, o resultado desse trabalho não foi efetivamente utilizado em ações de preservação do patrimônio histórico. Mas a sua criação não foi em vão!
Após informar ao Dr. Victor Mariz sobre a existência desse material na reunião ocorrida no MPF/RN, recebi a incumbência de aprofundar as informações coletadas em 2015. Nessa pesquisa, contei com a prestimosa colaboração do engenheiro e jornalista Leonardo Dantas, competente pesquisador do tema Segunda Guerra Mundial e Presidente da Fundação Rampa, além de João Hélio Cavalcanti, Diretor do SEBRA/RN, que prestativamente disponibilizou um veículo dessa instituição para o translado com o objetivo de fazer o levantamento fotográfico desses locais.
A partir desse ponto comecei a produzir o texto e, como resultado final, a pesquisa bibliográfica existente sobre esse tema foi ampliada, com informações provenientes principalmente das obras produzidas pelos autores potiguares e de outros estados brasileiros, de autores estrangeiros e documentos de vários jornais de época. Foi também utilizada documentação oriunda do National Archives and Records Administration (NARA), de Washington, Estados Unidos, o principal arquivo daquele país. Outros documentos são provenientes da Biblioteca Nacional, do Rio de Janeiro, alguns dos Arquivos Públicos dos Estados do Rio Grande do Norte e de Pernambuco, além de documentação do Instituto Histórico do Estado do Rio Grande do Norte (IHGRN).
Por meio de uma solicitação do Dr. Victor Mariz, foquei nos locais existentes na área urbana de Natal e que não estivessem dentro das Bases Naval e Aérea de Natal, em razão das edificações que ali se encontram estarem preservados por essas instituições militares. Entretanto, diante das poucas informações disponíveis, busquei contato com o comando do 17º Grupamento de Artilharia de Campanha (17º GAC) para realizar uma visita ao ponto onde existiu o chamado Radiofarol da Limpa, fato que é detalhado neste livro.
Busquei o máximo de informações históricas possíveis sobre os locais aqui apresentados. Mesmo assim, devido à falta de elementos e maiores informações sobre outros locais originalmente listados, o trabalho ficou restrito a 27 edificações.
Finalmente, no dia 19 de junho de 2019, entreguei ao Procurador da República Victor Manoel Mariz o material intitulado Relatório de Edificações Remanescentes em Natal no Período da Segunda Guerra Mundial, conforme podemos ver pelo documento emitido pelo MPF/RN.

Ao conhecer a localização dessas edificações, percebi como se desenrolava o dia a dia de Natal naqueles tempos intensos e marcantes. Muito me chamou atenção a figura do francês Marcel Roland Girard, que de representante da empresa aérea Air France se tornou o agente consular de seu país em Natal, com a devida licença assinada pelo Presidente Getúlio Vargas, poucos dias após seu país se render diante da máquina de guerra nazista.
 Isso fez com que a sede da Air France continuasse aberta na Avenida Tavares de Lira, número 34, Ribeira, onde Girard executava diariamente o ritual hasteamento da bandeira tricolor em um pequeno mastro defronte a edificação. Descobri também que esse francês atuou na capital potiguar à frente de uma organização de apoio ao movimento de resistência francesa contra os invasores alemães e recebeu a atenção de figuras ilustres da terra potiguar, como Elói de Souza. Fiquei imaginando o clima de fria animosidade que provavelmente existiu entre Girard e o alemão Enest Walter Lück e o italiano Guglielmo Lettieri. Esses dois últimos eram comerciantes bem estabelecidos na Rua Chile, respectivamente, nos números 106 e 161, não muito distante da sede da Air France. Lück e Lettieri atuavam também como representantes diplomáticos de seus países em Natal e, em 1942, foram condenados a 14 anos de cadeia por espionagem.
Diante do material produzido e com o sempre presente apoio e orientação do editor José Correia Torres Neto, do Caravela Selo Cultural, decidi transformar esse relatório em um livro que buscasse democratizar a informação histórica e que fosse útil como material informativo sobre esse período histórico tão caro e importante para o povo potiguar. A publicação do material foi viabilizada pelo Fundo de Incentivo à Cultura – FIC, através do Edital número 004/2018, Categoria B – Apoio ao Patrimônio Material e Imaterial.
Ao finalizar esse trabalho, ficam meus agradecimentos sinceros aos amigos jornalistas Carlos Peixoto e Vicente Serejo, que além do belo prefácio, no caso do primeiro, e da paciência em ouvir meus apontamentos, no caso do segundo, nunca faltaram com a amizade, atenção e o apoio na realização dos meus projetos.
Agradeço igualmente ao Dr. Victor Manoel Mariz pela confiança, atenção, corretos apontamentos e a ajuda proporcionada durante o processo de pesquisa e elaboração final do material. Ainda no âmbito do Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte, agradeço igualmente ao Analista e Bacharel em Direito Leonardo Batista Fontes e à Estagiária Bárbara Suellen Fonseca Braga pela ajuda sempre presente.
Fica meu especial agradecimento ao Dr. João Batista Machado, cuja iniciativa, em 2015, proporcionou a criação deste livro. Não me esqueço do amigo Ricardo da Silva Tersuliano, do IAPHACC, grande batalhador pela preservação da história potiguar.
Quero também agradecer ao apoio, aos corretos apontamentos e à atenção de Leonardo Dantas, da Fundação Rampa, e da grande ajuda operacional e atenção proporcionados por João Hélio Cavalcanti, do SEBRAE/RN. Ficam meus agradecimentos ao Tenente-coronel Haryan Gonçalves Dias, bem como ao Capitão Renato Esteves Costa, do 17º Grupamento de Artilharia de Campanha, pela atenção na visita que realizamos a essa tradicional unidade do Exército Brasileiro em Natal.
Não esqueço do amigo Ricardo Sávio Trigueiro de Morais, pelo apoio na cessão da foto da capa, que é parte de um rico material iconográfico do período da Segunda Guerra Mundial em Natal, realizado pelo seu avô Saulo Guedes Trigueiro, oficial do Exército Brasileiro durante o conflito e um exímio fotografo amador.
Estou muito satisfeito com o resultado desse trabalho, que marcam dez anos do lançamento do meu primeiro livro e da sempre positiva parceria com o amigo José Correia Torres Neto, do Caravela Selo Cultural.
Mas não posso esquecer que esse 2019 foi um ano de uma grande tristeza, pelo falecimento do meu pai Calabar Medeiros, no dia 9 de julho. Sua ausência é algo muito forte em minha vida, mas seus exemplos estão presentes comigo e sinto que ele está a todo momento ao meu lado. 
A ele eu dedico esse trabalho!

Por João Lins Caldas (1888- 1967), poeta potiguar do Assu, Poema inédito e sem epigrafe, publicado na popular revista Fon-Fon, do Rio de Jan...