sábado, 7 de dezembro de 2024

POESIA DE PÉ QUEBRADO

Poesia de pé quebrado, versos que foge da métrica e a expressão não está correta. Na cidade de Assu de tantos poetas, vivia um bardo chamado Inácio Nilo dos Santos (Inácio de João Pio como era mais conhecido). Boêmio inveterado e um exío imitador. Gostava de imitar as figuras de destaques do Assu como, por exemplo, Edgard Montenegro, Francisco Luciano Marques (Chico Galego), João Marcolimo (Lou), entre outros. Inácio era meu amigo, alías, amigo de todos os assuenses. Morreu ainda jovem, pois, era alcoolatra. Pois bem, na poesia de pé quebrado era dos bons. Senão vejamos:

I
A lua vinha nascendo
Redonda como um tijolo,
O tijolo caiu no cacimbão
'Tibungo'.
II
Lá vem a lua saindo
Por detrás das bananeiras
Não é lua, não é nada,
Adivinha o que era? Nada.
III
Subi num pé de coco
Pra ver meu amor passar
Ela não passou.
Eu desci.

(Postado por Fernando Caldas)

SURDINA

Um vento leve, os pés de lã,
Vem vagaroso, como uma carícia para a minha fronte.
Como será amanhã?
Na lembrança da tarde, outra tarde distante...
Os olhos para a terra, os olhos para o monte...
E distante
Na curva do caminho, a curva adiante,
Sem que me afoite,
Os passos que da tarde para a noite,
Sou distante...
Longe de mim, tão perto da minh'alma...
Uma pétala de rosa no meu rosto...
E o desgosto
A lembrança que fui d'aquela calma...
A calma que não sou, da minha vida...
Nova pétala de rosa, demorada...
que me trás esse vento, tarde amada?
Ah! a lembrança que me foi querida...
Um vento leve, os pés de lã,
Vem vagaroso, como uma carícia para a minha fronte.
como será amanhã?
sem que me afoite,
os passos que da tarde para a noite,
sou distante...
(João Lins Caldas, poeta o Assu (1988/1967)

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

SOBRE AFONSO SOARES DE MACEDO


Afonso de Macedo como era mais conhecido, nasceu na aristocrática cidade de Assu/RN, no dia 11 de outubro de 1887 e encantou-se em Salvador/BA, no dia 22 de novembro de 1923, onde exerceu o cargo de 3. Escriturário da Delegacia Fiscal. Estudou no Atheneu Norte-rio-grandense, uma das mais antigas escolas secundárias no Brasil e bacharelou-se pela antiga Faculdade de Direto do Recife, em 1910 (foram seus colegas de faculdade as ilustres figuras da
terra potiguar como, Thomaz Salustino Gomes de Melo e Ezequias Pegado Cortez, entre outros), porém, a que tudo indica, nunca exerceu a advocacia. Procurou desempenhar o jornalismo, a literatura. E como jornalista, poeta e cronista, colaborou em importantes periódicos do Assu, Recife, Salvador e Pelotas/RS.

Afonso de Macedo esta antologiado por Ezequiel Wanderley, em Poetas do Rio Grande do Norte, 1922, Panorama da Poesia Norte Norte-Rio-Grandense, 1965, de Rômulo Wanderley. Pena que o antologista Ezequiel da Fonseca Filho, esqueceu de coloca-lo na sua antologia Poetas e Boêmios do Assu, 1984.
Este Afonso, penso eu, depois de deixar o Assu para estudar em Natal e depois no Recife até se formar em direito, nunca mais voltou a sua terra Natal.
Por fim, o livro sob o título “O Amor de um Canário”, feito de um poema só, publicado em 1. edição pela Officinas de G. Robato, Bahia, 1915, e em 2. edição (Fac-símile), editora AZIMUTH, 2021, do escritor e edditor Wandir Villar, é o livro de estreia deste bardo assuense chamado Afonso Soares de Macedo.
Vejamos o longo poema “O Amor de um Canário”, na grafia atual, adiante transcrito:
Livre e feliz no bosque e no espaço vivia
Uma vida, que a excelsa e sábia Natureza,
Nos seus infindos dons de imensa profundeza,
Reservado lhe havia;
Não tinha do ricaço
Esplendoroso paço
Onde fizesse o seu delicioso aposento;
Nem tão pouco possuía
De algum Creso qualquer o vestido opulento,
Joias de alto valor, de fina pedraria.
Tinha, no entanto, tudo
E era o que lhe bastava:
Um bem feito e macio e carinhoso ninho.
Aonde repousava;
Tinha como roupagem,
Não a seda e o veludo
Ou mesmo o próprio linho
Mas a sua amarela e elegante plumagem;
E para procurar
os meios de existência,
A bondosa Omnisciências
Deu-lhe asas para voar.
Nada faltava, pois, ao ditoso canário;
Ao romper da alvorada, ante belo cenário,
Que pouco a pouco, se ia
Desenrolando, além, pelo azul do Nascente,
Alegre desprendia,
Cheio de toda vida, harmonioso, contente,
Hinos de gratidão de alegria,
Operas de alegria,
Ao autor da criação,
E a sua saudação
Era a oração
Do dia.
Depois, cedendo às leis da própria contingência,
Deixava o ninho; e a voar
Pela floresta afora
Na tenaz diligência
De por ali achar
Um pedaço de pão,
Sem culpa muito embora
Da prevaricação,
Da desobediência,
Do nosso pai Adão,
Seu papinho, afinal, enchia grão a grão;
E as azas distendendo além
Pelo horizonte,
Já com sede também,
Achava onde beber uma límpida fonte.
Quantos ricos e reis, por esse mundo vario,
Estão inveja a ter da vida do Canário!
Filosofava agora; aqui e ali soltando
Curtos voos, assim
como quem vai notando
De cada cousa o belo e o seu principal fim;
Ora. à margem, parava, extensa e verdejante
De uma relva florida;
Que bela seiva, ali, quanto vigor pujante
Naquela vegetal e primorosa vida!
Ora a azas batia e, num voo altaneiro,
Ia agora pousar no cimo de um coqueiro;
E ali, naquela altura,
Instantes a passar, via o horizonte inteiro
E as belezas, sem fim, da esplêndida Natura.
Novos cantos, então, soltava à luz do dia,
Agora que o astro-rei, de novo reassumia
Sua ingente missão no espaço americano,
Onde deixa de ser um rei aristocrata,
Mas, puro liberal,
Liberal soberano,
Que, espalhando por tudo um esplendor igual,
Vem a tornar-se, assim, um grande democrata,
Junto conosco ser também republicano;
E’ que tanto se dá ao mais altivo monte,
Quanto â humilde hervasinha a circundar a fonte,
Tanto aquece o condor
No píncaro da serra,
Como vida e calor,
No mais fundo da terra,
N’uma dedicação paterna, indefinida,
Vai dar ao portador mais ínfimo da vida...
E o céu, a terra, o mar, o progresso da ciência,
Tudo, afinal, bem diz do sol a refulgência.
Tu também, avezinha as belezas de Apolo
Canta, que ele quer bem ao nosso amado solo.
Mas, de volta ao seu ninho, à hora do sol posto,
A lhe influir, talvez, a solene tristeza,
Que, então, se desdobrava em toda a Natureza,
O seu peito feria a ponta de um desgosto...
Porém foi o contrário,
Coube-lhe desta vez, subir o seu calvário;
O plano foi certeiro:
E’ que antes de tomar o seu ninho carinhoso
Próximo ali se achando um laço artimanhoso,
O infeliz Canário
De um malvado alçapão, tornou-se prisioneiro.
Misérrimo entre humano! entranhas de pantera!
Que mal algum te fez a inocente avizinha,
Flor – que o livre ar gosava, em plena primavera,
E maldades não tinha?!
Como privar-se assim, num impulso tigrino,
Aquele que nasceu por leis da Divindade,
Para viver no espaço.
Da sua natural e inteira liberdade,
Do seu ninho de amor, do seu natal regaço?
De onde, sempre ao surgir do painel matutino,
Saudava, hinos cantando, as glórias do Divino;
E agora triste assim, qual menino de escola,
Que não soube a lição,
qual um segundo Tasso,
Numa dura prisão;
Outrora hinos soltando à infinita amplidão,
hoje no ambiente cruel de uma estreita gaiola!
E o pobre animalzinho, aos poucos, definhava,
Não mais seu ninho ver,
O seu bercinho amigo,
Onde veio a nascer,
Não ter ali também o seu último abrigo!
E triste sempre assim já pensava em morrer,
pois da saudade a dor, dia a dia, o matava.
Mas a sorte quis dar-lhe uns dias de ventura,
Antes que ele tivesse uma morte prematura.
Um dia o seu algoz para extinguir lhe o mal,
A tristeza sem fim que o pássaro sofria,
Vamos ver, cogitava, se coaduno
Consigo alguma cousa de alegria,
Que lhe desperte um cristalino ideal,
Se faço a troca de Raquel por Lia
Ou da Nuvem por Juno;
Fácil é enganar-se pela vez primeira
Talvez que idealize alguma Companheira,
Talvez desejos tenha de fazer Casal;
E o ardiloso algoz
Ante à gaiola poz
Um enorme e faiscante espelho de cristal.
De certo, produzira essa feliz lembrança
O efeito desejado;
pois que logo notou-se uma grande mudança,
No todo do Canário, um diferente estado;
Surpreendeu-se primeiro;
E, um tanto desconfiado,
entre alegre e tristonho,
Dubio ficou se o fato era, em si, verdadeiro
ou se a igual, que além via, era o emblema de um sonho!
Chegou a crer, por fim, na ditosa verdade,
Tal de uma esposa ter era a sua ansiedade.
Beijos, em cantos, trinos, galanteios,
Sinais de amor, a todos esses meios,
Que lhe fossem provar sua ardente amizade,
O dândi recorria;
E mais a mais, então, ele se convencia
De ser correspondido o seu primeiro amor,
Pois tudo que fazia
Além reproduzia
O espelho enganador.
Quanto és bondoso, ó Deus, exclamava contente,
Quanto és sublime, ó Grande Artista da Criação!
Tal como deste ao rio – essa livre corrente
E o orvalho deste a flor,
Deste também o amor
Ao nosso coração.
E, paulatinamente, essa paixão crescia
E aumentava também
A sua doçura e veemente alegria,
A ânsia de se juntar ao seu querido bem.
Coitadinho, porém, do nosso Leandro,
Mas, desse nosso Leandro, cor de cedro!
Num castigo severo,
Num apertado meandro,
Separado se vê da sua amável Hero
Por tão cruel assim Hellesponto de vidro.
Té que o dia fatal
Do pobre do Canário,
Do louco, visionário,
Despontara afinal.
Um tredo gato, habilidoso artista,
Professor de magia, ilusionista.
Um tredo gato, habilidoso artista,
Professor de magia, ilusionista,
Já concebido o plano e o ardil magico,
Fizera desse amor um episódio trágico:
Assaltando à gaiola, em o momento dado,
Chegara a realizar o seu ideal sonhado.
Forte ilusão! enquanto o canário sofria
Do bárbaro assassino a sanguínea violência,
Tranquila, qual de um Justo, era a sua Consciência,
Mártir de amor, serena era a sua alegria:
E’ que na ocasião de ser assassinado,
Naquele mesmo instante,
Vira por igual dor passar a sua amante,
Chegara mesmo a ver seu corpo ensanguentado
Seu colo virginal, seu amoroso peito...
Num batismo de sangue o seu amor sangrado.
Eis a razão porque o iludido Canário
Afrontara com calma a dor do seu Calvário.
Ao menos, a ilusão causara-lhe este feito:
Morrera satisfeito.
(Há registro, portanto, que uma rua da cidade do Assu. leva o seu nome, porém é mais um dos esquecidos das letras assuenses).

Fernando Caldas

De: Assu Antigo

segunda-feira, 25 de novembro de 2024

EU...TU

Eu sou doçura,
Mas o mel és tu
A imagem é minha,
Mas a cor é dada por ti
A flor sou eu,
Mas tu és a fragrância
Eu sou felicidade,
Mas a razão és tu...

Fátima Porto

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da nação e da formação múltipla da raça brasileira”, João Lins Caldas (nascido no Rio Grande do Norte em 1888, ano da abolição da escravatura no Brasil), já teria produzido no seu tempo de Rio de Janeiro, 1921, o poema patriótico e de exaltação ao Brasil intitulado 'Negra', que para Augusto Frederico Shimidt (1906-1965), o referenciado poema “vale por toda uma 'Raça' de Guilherme de Almeida." Vejamos os versos adiante transcrito:
O teu avô Costa d’África, filhinha,
Bárbaro, de uma negra irremediabilidade,
O teu avô, de tanga, acostumado ao Brasil.
Noites que despertou sob o chão do chicote!
O chão... tudo era um chão de látegos rangendo,
E ao longe o cafezal, a mata enorme se desbravando...
Hoje tem sangue turco em cada veia,
Um sangue português, a gemer gargalhada.
Um índio chegou, de solto, as tuas velas que se brilharam...
És muitos continentes, na verdade,
Quase negra, nos olhos,
Deixa ver-te os cabelos, enroscados,
Vamos, meu timbre louro,
Tu morrestes nas raças, diluída,
E nas raças do teu corpo eu que adoro a verdade.



segunda-feira, 18 de novembro de 2024

 NINGUÉM CONHECE NINGUÉM


Senhor: eu não acredito
Que ninguém escute o grito
De angústia que a fome tem.
Não quero saber quem foi,
Quem inventou o perdoe...
Se negando fazer bem.

A espécie humana rasteja,
Sem saber o que deseja
Nem mesmo para onde vai...
É marcha hostil da matéria,
Caminha tropeça e cai.

Não sei no mundo o que fui
Fui talvez Edgar Poe...
Um Agostinho... Um Plutão...
Nos festins da inteligência,
Mergulhei a consciência
E o vício estendeu-me a mão.

Na estrada dos infelizes
Na confusão dos matizes,
Nascem as flores também!
Sim, nos cérebros dos pobres
Há pensamentos tão nobres...
Ninguém conhece ninguém.

Fui nômade! Aventureiro,
Fui poeta seresteiro,
Um lovelace também!
Amei demais as mulheres
E procurei nos prazeres,
Marchar a face do bem.

Hoje, sinto a claridade,
Tenho, pois, necessidade
De meu passado esquecer.
Pouco importa os infelizes
À marcha das cicatrizes...
Se deixarem de doer.

Já viu lavar a desgraça?
Ou afogar na cachaça
A vergonha... a precisão?
É a fome conveniente
De tornar-se indiferente...
Podendo estender a mão.

Uma esmola por caridade:
É a voz da humilhação,
Morrendo de inanição
Não diga nunca perdoe,
Não queira saber: quem foi!
Esse alguém... é vosso irmão.


Renato Caldas

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

ALICE WANDERLEY poetisa de ilustre familia do Assu poético. Tipo baixa, olhos negros, se não me engano. Conheci dona Alice já usando bengala, tinha eu 9 anos de idade e morava a poucos metros de distância do seu rico casarão da Rua Algusto Severo. Lembro-me do pé de juazeiro, bem como um pé umbú verdadeiro que tinha no oitão da sua casa. Sempre me dava alguns umbús deliciosos e suculentos, quando entrava na sua residência de volta do Colégio das Freiras onde estudava. Por sinal, ela é madrinha de batismo de meu pai, além de parente. (Câmara Cascudo depóe que Wanderley e Lins Caldas pertence a mesma gens). Dona Alice ao perder na morte seu marido chamado Luiz Paulino cabral (que é nome de rua na cidade de Assu), passa a morar com seus dois irmãos solteirões convictos Solon e Afonso Wanderley (proprietários que foram da Padaria Santa Cruz (um ponto de encontro de intelectuais, políticos e figurões da cera de carnúba e algodão), vindo a falecer no dia 15 de março de 1964. Ainda guardo como lembrança de Alice uma cômoda que foi de sua propriedade, já com mais de cem anos. Alice Wanderley, no dia que completara 70 anos de idade, saudosa do marido amado que perdera na morte, escreveu:

Hoje subi a íngreme ladeira
Dos meus setenta anos de amargura,
Contrita, espero a hora derradeira
De descer desta escada a grande altura.
São setenta degraus! A vida inteira,
Outrora cheia de gentil ventura,
Foi uma alegre data alvissareira
Que transformou-se numa noite escura.
Talvez que se ele fosse vivo ainda,
Em nosso lar tranquilo e sossegado,
Reinasse a paz de uma alegria infinda.
Mais Deus levou-o nesta mesma noite,
Fiquei sentindo o travo da amargura
Da saudade cruel que fere e mata.

(Fernando Caldas)




quinta-feira, 7 de novembro de 2024


CALDAS, O POETA DE 'ISABEL'

João Lins Caldas nascido no Rio Grande do Norte, de família assuense, é tido por alguns conhecedores e críticos de arte moderna no Brasil como “o pai da poesia moderna brasileira”, pois, já no Rio de Janeiro, para onde regressou em 1912, conviveu nas portas das livrarias José Olímpio e Garnier, além do Café Gaúcho, com grandes nomes das letras nacionais como, por exemplo, Olavo Bilac, Monteiro Lobato, Lima Campos, Hermes Fontes, José Geraldo Vieira que fez Caldas personagem do seu romance ‘Território Humano”, 1936, encarnado no personagem “Cassio Murtinho”, já escrevia anonimamente versos brancos, emancipados de métricas, como o comovente poema ‘A Casa’, é uma prova que o poeta Caldas já escrevia versos modernos, muitos antes do Movimento de Arte Moderna, de 1922.
Portanto, relendo o livro póstumo de Caldas “Poética”, organizado por Celso Da Silveira, editado pela Fundação José Augusto, 1974, livro este que recebi de presente da escritora assuese, membro da Academia Norte Rio-grandense de Letras, Maria Eugênia Montenegro, observo numa das páginas daquela antologia um pequeno escrito do próprio punho daquela escritora, afirmando que o decantado poema ‘Isabel’, de autoria de Caldas, fora ‘irradiado pela BBC’, a exemplo de outro poema intitulado ‘Minha Dor Na Grande Guerra’.
Por fim, pesquisando no Arquivo Público de Pernambuco, sobre Caldas deparo-me numa edição do ano de 1974, do Diário de Pernambuco, uma nota do poeta Mário Mota que dirigia o Suplemento Literário daquele importante periódico, onde afirma que no citado livro de Caldas existe quatro ou cinco poemas que são dos mais belos da língua portuguesa, incluindo o poema Isabel, do poeta Norte-rio-grandense. Vejamos a imagem abaixo.
Fernando Caldas



QUEM?

Quem me ama
Me preserva
Único sou
Sem reserva
Quem me ama
Me namora
Não sou ontem
Sou o agora
Quem me ama
Bem me quer
Não me compara
Com um qualquer
Quem me ama
Me pergunta:
Me amas?
E quem nunca?
Quem me ama
Em mim deseja
Está contida
Mesmo que não esteja
Me ama de longe
De perto bem mais
Amor assim
Me mande sinais
Edivan Bezerra, poeta do Assu

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

O MUNDO É GRANDE

O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.
(Drummond de Andrade)

domingo, 3 de novembro de 2024

DILINA PRA CASAMENTO

Era o ano de 1949. Walter de Sá Leitão namorava Evangelina Tavares, por apelido Dilina, filha do casal Maria Celeste Tavares e Fernando Tavares, mais conhecido no Assu e região como Vemvém (meus avós maternos). Pois bem. Era dia do aniversário de Vemvém, comemorado na fazenda Tanques, com a presença de familiares e amigos. Entre tantos, Dix-Sept Rosado (que foi governador do Rio Grande do Norte, em 1951 (ambos eram além de amigos, duplamente compadres), Mário Negócio, Epifânio Barbosa, Expedito Silveira, José Gonçalves de Medeiros e Mário Negócio, entre outros. Os comes e bebes já tinha começado. Chega Walter (que já namorava Evangelina) e, ao abraçar o futuro sogro, saiu-se com essa: Vemvém, vou lhe pedi um presente!” “Peça, Walter, o que você quiser!”, disse o anfitrião.” Walter não deixou para depois, dizendo assim: “Quero Dilina, pra casamento!” E a risada foi geral.

Em tempo: O casamento de Evangelina e Walter fora realizado e teve como padrinhos Dix-Sept Rosado/ Adalgisa de Souza Rosado e Antônio Coelho Malta/Nancy Malta. Ele, Malta, agrônomo de Profissão que chegou no Assu procedente do Recife, para dirigir a Base física do então Distrito de Sacramento, atual Ipanguaçu. Antes, Walter teria se casado com Laurita Da Silveira (De Sá leitão por casamento), que veio a se encantar, poucos anos depois).

Fernando Caldas

 

sábado, 2 de novembro de 2024

ULISSES CALDAS DE AMORIM, se não me engano, era funcionário do DNOCS, escritório de Assu. Era meu parente e cheguei ainda a conhecê-lo. Pois bem. Ulisses não perdia um cortejo fúnebre, até mesmo de quem ele não conhecia, porém, quando chegava ao portão de entrada do cemitério, voltava pra casa. Certo amigo de Tio Ulisses (como ele era mais conhecido na cidade de Assu), indagou: Tio Ulisses, porque você quando acompanha um enterro e, ao chegar na entrada do cemitério, você não entra?” Ulisses sem nem pestanejar, respondeu: "Amigo, quem não é visto, não é lembrado."

(Fernando Caldas)

Um poema do eclético poeta Renato Caldas nominado o imortal. Vejamos abaixo: Eu não irei morrer, Não. Irei sempre viver, Como tenho vivido. ...