segunda-feira, 22 de junho de 2020
domingo, 21 de junho de 2020
quarta-feira, 17 de junho de 2020
O dia 17 de junho é celebrado o Dia Mundial de Combate à Seca, desde 1995, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou essa data. Portanto, vale a pena lembrar o poeta assuense Renato Caldas.
Entretanto, se o renomado pintor Cândido Portinare utilizava a sua arte para denunciar os problemas sociais do povo comum, o renomado poeta Norte-riograndense Renato Caldas através dos seus versos em linguagem rude do sertanejo, utilizava a sua verve para retratar e denunciar a aflição do povo sertanejo do Nordeste brasileiro. Confira o poema sob o titulo "Secas", conforme adiante:
Meu patrão, mecê pergunta,
Pula vida do Sertão?
Eu num sei cuma cumece!...
Mecê, tarvez desconhece
Nossa dô, nossa afrição.
Pula vida do Sertão?
Eu num sei cuma cumece!...
Mecê, tarvez desconhece
Nossa dô, nossa afrição.
Proque é qui vós mecê,
Qué ôvi minha dô fala?
Qué que descasque a ferida,
Qui tenho narma iscundida
E véve sempre a sangrá?
Qué ôvi minha dô fala?
Qué que descasque a ferida,
Qui tenho narma iscundida
E véve sempre a sangrá?
Apois bem, vô lhe dizê,
Vou lhe contá meu patrão,
A história mais repitida,
Passada in todas as vida
Dos fio do meu sertão.
Vou lhe contá meu patrão,
A história mais repitida,
Passada in todas as vida
Dos fio do meu sertão.
Vivemos naquelas terras,
Cuma outo bicho quarqué,
Nós só tem uma deferença,
Qui Deus dá pru recompensa:
A cumpanheira, a muié.
Cuma outo bicho quarqué,
Nós só tem uma deferença,
Qui Deus dá pru recompensa:
A cumpanheira, a muié.
Além da nossa muié,
A nossa satisfação:
É uma noite inluarada,
Um prato bom de cuaiáda
E um cusido de feijão
A nossa satisfação:
É uma noite inluarada,
Um prato bom de cuaiáda
E um cusido de feijão
Mas, quando a Sêca malina,
Se alasta pulo sertão...
Rio, cacimba secando,
Esturricando, lascando,
Tudo, tudo meu patrão!
Se alasta pulo sertão...
Rio, cacimba secando,
Esturricando, lascando,
Tudo, tudo meu patrão!
O póbe do sertanejo,
Vê tudo seu se acabá.
Dia e noite nas estradas,
Vão passando as retiradas
Sem sabê onde escapá.
Vê tudo seu se acabá.
Dia e noite nas estradas,
Vão passando as retiradas
Sem sabê onde escapá.
Quantas vez, nessa viage,
Num perde um fio, ou muié...
Quantas vez, pulas estradas,
Se encontra uma cruz infincada,
Sem se sab de quem é?
Num perde um fio, ou muié...
Quantas vez, pulas estradas,
Se encontra uma cruz infincada,
Sem se sab de quem é?
- Eu já sofri tudo isso!
Sofri mais qui outo quarqué.
- Sei qui mecê acredita –
Pois vi, a fome mardita,
Sucumbí minha muié.
Sofri mais qui outo quarqué.
- Sei qui mecê acredita –
Pois vi, a fome mardita,
Sucumbí minha muié.
E. à sombra duma oiticica,
Pejada de fruita e frô:
Deixei uma cruz infincada,
Trez parmo abaixo, interrada,
Minha muié! Meu amô.
Pejada de fruita e frô:
Deixei uma cruz infincada,
Trez parmo abaixo, interrada,
Minha muié! Meu amô.
Patrão, a história é cumprida,
Mas, num posso aterminá...
Fui descasca a ferida,
Qui tenho n’arma escundida...
Deixe a dor apalacá.
Mas, num posso aterminá...
Fui descasca a ferida,
Qui tenho n’arma escundida...
Deixe a dor apalacá.
_____________EM, Fulô do Mato, 1940.
Os retirantes, de Cândido Portinari
17/06: DIA MUNDIAL DE COMBATE À SECA.
NAS QUEBRADAS DO SERTÃO.
Do livro: À SOMBRA DOS JUAZEIROS (páginas 19 e 20).
NAS QUEBRADAS DO SERTÃO.
Do livro: À SOMBRA DOS JUAZEIROS (páginas 19 e 20).
Ei! quando chega janeiro
A chuva cai no torrão,
Sertanejo pro roçado
E começa a plantação,
Cedinho vai pela estrada
Uma feliz caminhada
Nas quebradas do sertão.
A chuva cai no torrão,
Sertanejo pro roçado
E começa a plantação,
Cedinho vai pela estrada
Uma feliz caminhada
Nas quebradas do sertão.
Quando não ocorre a chuva
É grande a decepção,
Falta água e também o pasto
E nada de animação,
Olha a natura sozinho
Jurema só tem espinho
Nas quebradas do sertão.
É grande a decepção,
Falta água e também o pasto
E nada de animação,
Olha a natura sozinho
Jurema só tem espinho
Nas quebradas do sertão.
Na chuva tem verde pasto
No meu bonito rincão,
O matuto corta e planta
É aquela animação,
Quando chega a invernada
Tem festa com vaquejada
Nas quebradas do sertão.
No meu bonito rincão,
O matuto corta e planta
É aquela animação,
Quando chega a invernada
Tem festa com vaquejada
Nas quebradas do sertão.
Quando a seca é muito braba
É triste o meu lindo chão,
Homem do campo se vira
É reza e lamentação,
No banco chora sentado
Mas ele sonha acordado
Nas quebradas do sertão.
É triste o meu lindo chão,
Homem do campo se vira
É reza e lamentação,
No banco chora sentado
Mas ele sonha acordado
Nas quebradas do sertão.
Pipoca o pai da coalhada
Que é o robusto trovão,
Anuncia coisa boa
Nossa chuva no torrão,
Passarinho tem filhote
Vaca amamenta garrote
Nas quebradas do sertão.
Que é o robusto trovão,
Anuncia coisa boa
Nossa chuva no torrão,
Passarinho tem filhote
Vaca amamenta garrote
Nas quebradas do sertão.
Triste seca acaba tudo
Seca rio e cacimbão,
Verde só o juazeiro
E morre a vegetação,
Sede e fome mata gado
Carcaça pra todo lado
Nas quebradas do sertão.
Seca rio e cacimbão,
Verde só o juazeiro
E morre a vegetação,
Sede e fome mata gado
Carcaça pra todo lado
Nas quebradas do sertão.
Deus escuta belas preces
E chove no meu rincão,
A flora muda de cor
Com a pastagem no chão,
Tem gado gordo e colheita
Natureza satisfeita
Nas quebradas do sertão.
E chove no meu rincão,
A flora muda de cor
Com a pastagem no chão,
Tem gado gordo e colheita
Natureza satisfeita
Nas quebradas do sertão.
Marcos Calaça é poeta regionalista.
Gileno Cabral
Fantástica foto da AVENIDA DEODORO, no Bairro de PETRÓPOLIS/NATAL, década de 40, na construção da balaustrada no trecho para chegar na ladeira da POTI !!!
Foto de Silvio Pedrosa/Acervo da FJA !!!
Foto de Silvio Pedrosa/Acervo da FJA !!!
Jomar Fábio Silva de Carvalho para Fatos e fotos de Natal Antiga
Usem seus lugares e boa viagem!
Parnamirim, plataforma 1; Ceará-Mirim, plataforma 2; e Canguaretama, plataforma 3.
Atenção senhores motoristas dos veículos que se destinam às cidades de João Pessoa e Recife, ocupem as plataformas de embarque!
Onze horas em Natal.
Parnamirim, plataforma 1; Ceará-Mirim, plataforma 2; e Canguaretama, plataforma 3.
Atenção senhores motoristas dos veículos que se destinam às cidades de João Pessoa e Recife, ocupem as plataformas de embarque!
Onze horas em Natal.
terça-feira, 16 de junho de 2020
QUAL SERÁ O ÍNDICE DE ABSTENÇÃO DAS ELEIÇÕES
O Supremo Tribunal Eleitoral (STE) vem mantendo artificialmente, o calendário de datas para as eleições de 2020, num clima de bastante dúvidas e incertezas.
A pandemia obrigou os Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) a criar alguns
mecanismos para efetivação da legalidade individual do eleitor. Atividades on line via
o processo de informatização, cumpriu o prazo dos novos títulos e suas respectivas
transferências.
Fala-se nas convenções virtuais e ainda não se tem definido a data exata da eleição.
Está em avaliação uma mudança curta, tirando de 4 de outubro para o meio do mês
de novembro ou inicio de dezembro.
É um verdadeiro quebra cabeça, um jogo de empurra-empurra, uma incógnita.
Porém existe um fator que não se está avaliando no momento.
A cultura brasileira sempre foi de grandes aglomerações em campanha e em dia de
eleição.
A abstenção já vinha sendo crescente, o eleitor se sente desestimulado pela falta de
credibilidade da classe politica.
Com certeza, faltando manifestação nas ruas, investimentos por parte dos
candidatos, a tendência é que o voto nulo e branco, vai ser derrotado de goleada pela
abstenção.
Isto é apenas um pitaco de um curioso do cotidiano político.
Não sou candidato, nem tenho nenhum familiar disputando voto, o que a banda
tocar eu danço, sem ter o que lucrar ou perder!
Postado por Aluizio Lacerda
segunda-feira, 15 de junho de 2020
As novas memórias
O mulato carioca Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908) é convencionalmente tido como o maior escritor brasileiro de todos os tempos. É quase uma unanimidade, acredito. E esse enorme prestígio de Machado de Assis se dá tanto cá, entre nós, quanto mundo afora, como se pôde constatar com o relançamento, nos Estados Unidos da América, na semana passada, pela respeitadíssima Penguin Books, do seu romance “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), com o título, traduzido ao pé da letra, “The Posthumous Memoirs of Brás Cubas”.
Enorme sucesso. Primeiro, de crítica. Se Harold Bloom (1930-2019), o grande literato recém-falecido, já havia apontado Machado como o “maior escritor negro de todos os tempos”, a prestigiosa revista New Yorker, agora, deu à sua resenha do livro o convidativo título – “Redescobrindo o livro mais espirituoso já escrito”. E, também, de público, já que o livro físico esgotou nas gigantes Amazon e Barnes & Noble em um só dia. Toda essa repercussão vocês podem conferir nos sites de lá (EUA) e de cá, como eu mesmo fiz no da própria Penguin (onde você pode ler um excerto do livro), na Amazon, na Superinteressante, na Veja e por aí vai.
Primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (fundada em 1897), “O Bruxo do Cosme Velho” – epíteto de Machado, tornado célebre pelo nosso genial poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) – escreveu em quase todos os gêneros literários. Fez poesia, teatro, crônica, crítica literária, jornalismo e por aí vai, mas foi sobretudo no conto/novela e no romance que ele produziu algumas das obras-primas da literatura brasileira e, posso dizer, universal. A lista é enorme. A dos meus preferidos também. Do conto/novela “O Alienista” (1892) à tríade de romances “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), “Quincas Borba” (1891) e “Dom Casmurro” (1899). Eu considero as “Memórias” o maior dos romances de Machado. “Quincas Borba”, o vice-campeão. Que me perdoem os amantes de “Dom Casmurro”. Questão de tema, talvez. Gosto dos filósofos loucos.
Na verdade, inspirado no “Tristram Shandy” (“The Life and Opinions of Tristram Shandy, Gentleman”, 1759-1767), de Laurence Sterne (1713-1768), com “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, Machado nos presenteou com um romance inovador – experimental, posso dizer –, tido como o marco inicial do realismo (mágico?) na literatura brasileira, até então presa ao romantismo. Que é um ponto de virada, para melhor, na obra do Bruxo, disso ninguém duvida. As ousadias formais – basta lembrar que o narrador é um “defunto autor”, sem compromisso com a cronologia do tempo – e o humor implacável são revolucionários. E, para além dos aspectos formais, o romance também encanta pelo seu conteúdo: pretensa autobiografia, é uma crítica, refinada mas sem concessões, da hipocrisia da sociedade brasileira de então (e de hoje?). Por detrás do humor, revela o pessimismo do autor com tudo que ele enxerga. É um romance filosófico e moral, que combina diversão e profundidade com natural equilíbrio.
Bom, eu ainda não conheço fisicamente essa nova edição de “The Posthumous Memoirs of Brás Cubas” da Penguin Books. Mas eu tenho uma outra edição, em inglês, do maravilhoso romance. De 1991, editora Vintage. E nela, na contracapa, outro grande escritor, Salman Rushdie (1947-), faz rasgados elogios a Machado e a seu livro: “Se Borges é o escritor que fez Garcia Marquez possível, então não é exagero dizer que Machado é o escritor que fez Borges possível. (…) Ele é uma das obras-primas da literatura brasileira, e esta espirituosa e lúcida tradução é puro prazer de leitura”. Só o título dado em inglês à minha edição, “Epitaph of a Small Winner”, me soa estranho. Brás Cubas é hoje, sem dúvida, um “grande” vencedor.
Por fim, lembro-me bem de quando comprei essa edição, usada, por três libras, naquelas bancas de livros na margem sul do Tâmisa, em Londres. Memórias vivas, graças a Deus.
Marcelo Alves Dias de Souza
Procurador Regional da República
Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL
Procurador Regional da República
Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL
Fonte: Tribuna do Norte, 14/6/20
domingo, 14 de junho de 2020
Mais um 14 de junho que o assuense vivencia. Desta vez, em face do isolamento social, o dia está apático, sem pessoas nas ruas, sem os devotos rumando para a Igreja Matriz. O sol deu lugar à chuva que deixou o céu nublado. A igreja vazia será o destinatário de lembranças dos momentos outrora vividos tantas vezes. O hasteamento da bandeira do Santo Padroeiro será dentro dos corações daqueles assuenses devotados à sua terra.
As imagens que minha memória produz são daquelas senhoras que iam descalças para as novenas, são dos balões que coloriram o céu de Assu, são do parque funcionando desde a semana que antecedia a abertura da festa. Se eu me esforçar um pouco mais, chego a escutar a algazarra delirante das crianças na Praça Getúlio Vargas e, ainda, o "quanto tempo!" que conterrâneos diriam ao se encontrarem. Daqui a dez dias, celebraremos o orago do Assú desde 1726, o precursor de Jesus Cristo, seu primo, aquele que clamou no deserto. Certos de que estamos fazendo o correto em prol da vida, façamos a festa de São João Batista no interior de nossas residências.
Pedro Otávio Oliveira, 2020
ASSU HILÁRIO
Fotografia do acervo de Carmém Délia de Saboia Costa.
"Castanha
Chocha" e "Cachorrinha de Borracha" (pseudônimos) eram
dois débeis mentais que perambulavam juntos pelas ruas da cidade de Assu
(ninguém tinha conhecimento dos seus nomes de nascimentos). Castanha
tinha uns 30 anos de idade e Cachorrinha era mais velha do que ele,
Castanha, uns 30 e poucos anos. Naquele tempo, se uniram em matrimônio,
ato religioso realizado (incentivado por populares), salvo engano, por padre Militino, na igreja
matriz de São João
Batista, lotada de curiosos como podemos conferir na fotografia. Era eu, ainda menino e me
lembro deles com presenciei este fato. Pois bem, o poeta Renato Caldas,
um vigilante permanente do cotidiano da terra assuense, que não perdia as
oportunidade para vesejar, não deixou de registrar em versos, aquele
inusitado e gracioso acontecimento, escreveu com irreverência e graça a
décima adiante:
Quem procura sempre acha
Quem procura sempre acha
É o ditado do povo
Arranjou marido novo
Cachorrinha de Borracha
Mas vai ser preciso graxa
Que a coisa não
está tão frouxa
A fuzarca vai ser rouxa
Até o raiar do dia
Arranjou o que queria
Casou com Castanha Chocha.Arranjou o que queria
Postado por Fernando Caldas
LUA CHEIA
Logo de noite,
Quando vórto do trabáio,
Pégo a vióla e me espáio.
Coméço logo a cantá.
Enquanto a lua
Tá no céo dipindurada
Ouvindo a minha toáda
Com vontade de chorá.
Oh! Lua cheia, oh! Lua cheia.
Não óie nas teia
da casa de meu amô.
Pruquê se oiá,
Se espiá,
Cabô-se lua cheia
O teu furgô.
Eu tenho raiva
quando vejo a lua cheia,
Espiando pelas teia
Da casinha de meu bem!
Eu penso inté
Qu'essa lua tão marvada,
Qué levá a minha amada
Pra uma casa que ela tem.
Mas, se eu pegasse
A lua pelas guéla,
Dava tanta tápa nela
Qui nem é bom se falá...
Que me importava
Que o mundão escurecesse,
Ou que ela se escondesse,
Só com mêdo de apanhá.
Se Deus deixasse,
Se Deus aconsentisse,
Que pro céo eu assubisse
E fosse lua também...
Passava a noite,
Lá no céo dipindurado,
Oiando pulo teiádo
Da casinha de meu bem.
*Renato Caldas juntamente com o bardo maranhense Catulo da Paixão Cearense autor da famosa canção Luar do Sertão, além de Zé da Luz, foram os responsáveis pela introdução da poesia matuta na Literatura Popular Brasileira. O poema canção acima, está publicado na 2. edição da antologia Fulô do Mato, 1954.
Por Renato Caldas*
Logo de noite,
Quando vórto do trabáio,
Pégo a vióla e me espáio.
Coméço logo a cantá.
Enquanto a lua
Tá no céo dipindurada
Ouvindo a minha toáda
Com vontade de chorá.
Oh! Lua cheia, oh! Lua cheia.
Não óie nas teia
da casa de meu amô.
Pruquê se oiá,
Se espiá,
Cabô-se lua cheia
O teu furgô.
Eu tenho raiva
quando vejo a lua cheia,
Espiando pelas teia
Da casinha de meu bem!
Eu penso inté
Qu'essa lua tão marvada,
Qué levá a minha amada
Pra uma casa que ela tem.
Mas, se eu pegasse
A lua pelas guéla,
Dava tanta tápa nela
Qui nem é bom se falá...
Que me importava
Que o mundão escurecesse,
Ou que ela se escondesse,
Só com mêdo de apanhá.
Se Deus deixasse,
Se Deus aconsentisse,
Que pro céo eu assubisse
E fosse lua também...
Passava a noite,
Lá no céo dipindurado,
Oiando pulo teiádo
Da casinha de meu bem.
*Renato Caldas juntamente com o bardo maranhense Catulo da Paixão Cearense autor da famosa canção Luar do Sertão, além de Zé da Luz, foram os responsáveis pela introdução da poesia matuta na Literatura Popular Brasileira. O poema canção acima, está publicado na 2. edição da antologia Fulô do Mato, 1954.
sábado, 13 de junho de 2020
CULTURA RELIGIOSA - 13 de junho: Dia de Santo Antônio. Conheça um pouco da história
CULTURA RELIGIOSA - 13 de junho: Dia de Santo Antônio. Conheça um pouco da história
Santo, conhecido como casamenteiro, é o segundo com maior número de devotos no Brasil.
13 de junho é dia de Santo Antônio. Os católicos de todo o mundo comemoram a data do santo conhecido pela fama de ' casamenteiro'.
Ele normalmente é representado em imagens segurando o menino Jesus e é um dos santos mais populares do Brasil, também considerado um dos mais importantes do Catolicismo.
A data de sua celebração é a mesma em que ocorreu o seu falecimento e, devido à sua fama de milagroso, muitos devotos fazem simpatias e deixam a sua imagem "de castigo" para chamar a sua atenção para que ele possa auxiliá-los a encontrar a alma gêmea.
Fama de Casamenteiro
Apesar de não ter em seus sermões nada específico sobre casamentos, Santo Antônio ficou conhecido como o santo que ajuda mulheres a encontrarem um marido por conta da ajuda que dava a moças humildes para conseguirem um dote e um enxoval para o casamento.
Reza a lenda que, certa vez, em Nápoles, havia uma moça cuja família não podia pagar seu dote para se casar.
Desesperada, a jovem – ajoelhada aos pés da imagem de Santo Antônio – pediu com fé a ajuda do Santo que, milagrosamente, lhe entregou um bilhete e disse para procurar um determinado comerciante. O bilhete dizia que o comerciante desse à moça moedas de prata equivalentes ao peso do papel. Obviamente, o homem não se importou, achando que o peso daquele bilhete era insignificante. Mas, para sua surpresa, foram necessários 400 escudos da prata para que a balança atingisse o equilíbrio. Nesse momento, o comerciante se lembrou que outrora havia prometido 400 escudos de prata ao Santo, e nunca havia cumprido a promessa. Santo Antônio haveria fazer a cobrança daquele modo maravilhoso. A jovem moça pôde, assim, casar-se de acordo com o costume da época e, a partir daí, Santo Antônio recebeu – entre outras atribuições – a de “O Santo Casamenteiro”.
Outra história que envolve a fama de Santo Antônio é a de que uma moça muito bonita, que havia perdido as esperanças de arranjar um marido, apegou-se a Santo Antônio. Dizem que a mulher adquiriu uma imagem do santo e colocou-a em um pequeno oratório. Todos os dias, a jovem colhia flores e as oferecia a Santo Antônio sempre pedindo que este lhe trouxesse um marido.
Mas, passaram-se semanas, meses, anos, e nada do noivo aparecer. Então, tomada pelo desgosto e pela ingratidão do santo, ela atira a imagem pela janela. Neste exato momento, passava um jovem cavalheiro que é atingido pela imagem do Santo. Ele apanha a imagem e vai entregar à jovem, que se apaixona por ele e atribui a sua chegada a fé por Santo Antônio.
A partir daí, as moças solteiras que querem casar começaram a fazer orações pedindo ajuda ao santo e cultuando sua imagem. Entre as simpatias mais populares, acredita-se que as jovens devem comprar uma pequena imagem do Santo e tirar o Menino Jesus do colo, dizendo que só o devolverá quando conseguir encontrar o amor, ou ainda, virar o Santo Antônio de cabeça para baixo.
Padroeiro dos humildes
Apesar de ser conhecido como o “Santo Casamenteiro”, Santo Antônio também recebe o título de “padroeiro dos humildes”, pois ele distribuía alimentos aos menos favorecidos. Daí surgiu o “pão dos pobres”, também conhecido como “pãozinho de Santo Antônio”.
E também protetor das coisas perdidas. É o Santo dos milagres e fez muitos ainda em vida. Durante suas pregações nas praças e igrejas, muitos cegos, surdos, coxos e muitos doentes ficavam curados. Redigiu os Sermões, tratados sobre a quaresma e os evangelhos, que estão impressos em dois grandes volumes de sua obra.
Quem foi?
Santo Antonio ou Fernando Antônio de Bulhões, seu nome de nascença, nasceu em Lisboa, Portugal, em 15 de agosto do ano de 1195. De família nobre e rica, era filho único de Martinho de Bulhões, oficial do exercito de Dom Afonso e de Tereza Taveira. Sua formação inicial foi feita pelos cônegos da Catedral de Lisboa. Antônio gostava de estudar e de ficar mais recolhido.
Foi cônego regular em Portugal até os 25 anos de idade, quando soube que cinco franciscanos tinham sido martirizados em Marrocos, consequência de tentarem evangelizar infiéis. A partir daí, Santo Antônio decidiu tornar-se um missionário e entrou para a ordem dos frades franciscanos. Conta-se que a sua vida religiosa começou com a sua atuação como frade no Convento de São Vicente de Fora, e depois, no Convento de Santa Cruz, lugar em que estudou a Bíblia e as literaturas patrística, científica e clássica.
Em 1220, Santo Antônio tornou-se franciscano. Faleceu no dia 13 de junho de 1231, na cidade de Pádua, devido a uma doença inesperada, aos 36 anos de idade.
Santo Antônio morreu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231, com 36 anos. Por isso ele é conhecido também como Santo Antônio de Pádua. Antes de falecer nas portas de Pádua, Santo Antônio diz: ó Virgem gloriosa que estais acima das estrelas. E completou, estou vendo o meu Senhor. Em seguida, faleceu.
Os meninos da cidade logo saíram a dar a notícia: o Santo morreu. E em Lisboa os sinos das igrejas começaram a repicar sozinhos e só depois o povo soube da morte do Santo. Ele também é chamado de Santo Antônio de Lisboa, por ser sua cidade de origem. Em 30 de maio de 1232 foi canonizado por Gregório IX.
Santo Antônio, conhecido como o “santo casamenteiro” e “o padroeiro dos humildes”, também foi o primeiro doutor da Igreja Franciscana e lecionou em universidades italianas e francesas.
Fonte - Jornal do Brasil
Postado por Aluizio Lacerda
Desesperada, a jovem – ajoelhada aos pés da imagem de Santo Antônio – pediu com fé a ajuda do Santo que, milagrosamente, lhe entregou um bilhete e disse para procurar um determinado comerciante. O bilhete dizia que o comerciante desse à moça moedas de prata equivalentes ao peso do papel. Obviamente, o homem não se importou, achando que o peso daquele bilhete era insignificante. Mas, para sua surpresa, foram necessários 400 escudos da prata para que a balança atingisse o equilíbrio. Nesse momento, o comerciante se lembrou que outrora havia prometido 400 escudos de prata ao Santo, e nunca havia cumprido a promessa. Santo Antônio haveria fazer a cobrança daquele modo maravilhoso. A jovem moça pôde, assim, casar-se de acordo com o costume da época e, a partir daí, Santo Antônio recebeu – entre outras atribuições – a de “O Santo Casamenteiro”.
<3 span="">3> [Ah, meu Amor] <3 span="">3>
Se pudesse morder esse olhar
Beber esse ar
E beijar essa sede…
Se pudesse abraçar
A Luz e o Mar
A Saudade e a Dor
Para saber o sabor
Que Te arde
Na carne
Se pudesse ser-Te
Para saber-Te
Melhor
Ah, meu Amor
Jamais seria tarde
Cedo ou medo de Te perder!
[E]
A Eternidade
Seria enfim
Entre Ti e mim
O revelado segredo…
24/5/2020
<3 span="">3>
[Emílio Miranda]
Se pudesse morder esse olhar
Beber esse ar
E beijar essa sede…
Se pudesse abraçar
A Luz e o Mar
A Saudade e a Dor
Para saber o sabor
Que Te arde
Na carne
Se pudesse ser-Te
Para saber-Te
Melhor
Ah, meu Amor
Jamais seria tarde
Cedo ou medo de Te perder!
[E]
A Eternidade
Seria enfim
Entre Ti e mim
O revelado segredo…
24/5/2020
<3 span="">3>
[Emílio Miranda]
CARTA DE RENATO CALDAS PARA ALUIZIO ALVES
Em maio
de 1953 o poeta assuense Renato Caldas estava na cidade de São Paulo, aguardando o retorno de uma promessa de Aluísio
Alves, então deputado federal no sentido de conseguir publicar
o seu livro em segunda edição intitulado Fulô do Mato, pelo jornal Tribuna
da Impressa, do Rio de Janeiro, de propriedade de Carlos Lacerda que foi governador do estado da Guanabara (1960-65). Aluísio era o Redator Chefe daquele periódico carioca. Pois bem, no dia 11
de maio de 1953 já desiludido, Renato não suportando mais esperar por aquele
político potiguar escreveu uma carta em forma de versos, dizendo conforme
adiante:
Aluísio meu amigo
Somente
hoje consigo
Assunto
pra lhe escrever
Sou um
pobre flagelado
Vivo em
São Paulo apertado
Trabalhando
pra comer.
O meu
viver é tirano
Não gosto
de Italiano
E sou
forçado a gostar
O regime
é esquisito
De tanto
comer cabrito
Já
comecei a berrar.
Aqui o
frio é malvado
Estou
ficando congelado
E não
tenho cobertor
Quero
deixar esta peste
Regressar para o nordeste
Prefiro
sentir calor.
Para
salvar-me quem há de?
Somente
sua vontade
É quem
pode me salvar
Tenha
pena de Renato
Apresse
“Fulô do Mato”
Não posso
mais demorar.
Desde já
muito obrigado
Disponha
do seu criado
amigo,
sincero, exato
se for
possível eu lhe peço
abaixo
tem o endereço
Responda
para Renato.
(Não
sabemos qual foi a resposta de Aluísio Alves, mas o certo é que em junho de
1953, mas precisamente na casa do jornalista Francisco Góis de Assis, da 'Tribuna da Imprensa, no Rio de Janeiro foi realizado o lançamento da 2ª edição do livro Fulô do Mato).
Fernando Caldas
Fernando Caldas
Fonte: Tribuna do Norte, Natal, 6 junho de 1953. Coluna
“Revista da Cidade”, p. 2.
__________________
Natal, 14 junho de 1953. Coluna “Revista
da Cidade”, p. 2.
Francisco Martins
Crédito da fotografia: Ivan Pinheiro e Gilvan Lopes.
Crédito da fotografia: Ivan Pinheiro e Gilvan Lopes.
Foto tirada na praça Pedro velho, de Assu, onde hoje está assentado o Banco do Nordeste e prédios comerciais.
Assinar:
Postagens (Atom)
EM DELÍRIO Por que é que nós vivemos tão distantes, Si estamos neste sonho todo incerto: - Eu ao teu lado em pulsações vibrantes, E tu, long...
-
Uma Casa de Mercado Mercado Público (à direita) - Provavelmente anos vinte (a Praça foi construída em 1932) Pesquisando os alfarrábios da...