domingo, 14 de junho de 2020

ASSU HILÁRIO


Fotografia do acervo de Carmém Délia de Saboia Costa.

"Castanha Chocha" e "Cachorrinha de Borracha" (pseudônimos) eram dois débeis mentais que perambulavam juntos pelas ruas da cidade de Assu (ninguém tinha conhecimento dos seus nomes de nascimentos).  Castanha tinha uns 30 anos de idade e Cachorrinha era mais velha do que ele, Castanha, uns 30 e poucos anos. Naquele tempo, se uniram em matrimônio, ato religioso realizado (incentivado por populares), salvo engano, por padre Militino, na igreja matriz de São João Batista, lotada de curiosos como podemos conferir na fotografia. Era eu, ainda menino e me lembro deles com presenciei este fato. Pois bem, o poeta Renato Caldas, um vigilante permanente do cotidiano da terra assuense, que não perdia as oportunidade para vesejar, não deixou de registrar em versos, aquele inusitado e gracioso acontecimento, escreveu com irreverência e graça a décima adiante: 

Quem procura sempre acha
É o ditado do povo
Arranjou marido novo
Cachorrinha de Borracha
Mas vai ser preciso graxa
Que a coisa não está tão frouxa
A fuzarca vai ser rouxa
Até o raiar do dia
Arranjou o que queria
Casou com Castanha Chocha.

Postado por Fernando Caldas

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