I
Num existe maió pená,
E nem dô mais renitente:
Do que a gente gostá
De quem num gosta da gente
II
Eu tenho tanta vontade
De sê dono de você...
Deus prumita qui num fique,
Somente no meu querê.
III
Quem me dêra ser piano,
Vivê de bôca pru á...
Só pra sinti nos meus dente,
Os seus dedinhos roça.
IV
Cuma o tempo tá mudado!
Quem fui eu, quem hoje sô?!
Cuma tô dispilorádo...
Tô qui nem carro quebrado.
Sem boiáda e tangedô.
V
Na cara de sinha dona,
Tem duas coisa ingraçada!
Nos óio, vejo um Só posto,
Na bôca, vejo uma arvorada.
VI
O tóque dessa vióla,
Tem tanta macunaíma;
Que é mais triste q'um um sino
Tocando as Ave-Maria.
VII
Acabôse as inlusão,
Qui tive no meu passado!
O meu póbe coração,
Tá cuma inxuí largado.
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Renato Caldas (um dos maiores poetas matuto do Brasil de todos os tempos).
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