Alguém me chamou de feliz criatura
Sem conhecer meu padecer profundo
Mas tem razão: como há de ver o mundo
Se eu mostro um riso que só diz ventura?
Falo, por toda parte carregando
O riso domador e venturoso,
Eu mostro a forma do primeiro gozo
Mil vezes tendo o coração chorando.
Porque na vida o necessário pranto
Veste de luto a lágrima do riso?
Porque na festa o meu tormento aviso
Com a festa negra do meu rubro canto?
E de tantas misérias a delícia,
De tanta dor o coração se forma
Que eu julgo ver a lânguida reforma
De cada dor no seio da carícia.
João Lins Caldas
Assu, 1909.
Um comentário:
Fernando
O que pode me dizer sobre a linhagem do Barão de Assu (Francisco de Brito Guerra)? Moro em São Paulo e sou seu tataraneto.
ate mais
Paulo (paulotecno@uol.com.br)
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