sábado, 10 de outubro de 2009

AMÉRICO MACEDO

Américo Macedo (1887-1948) era funcionário público municipal da prefeitura do Assu por onde se aposentou. Poeta sonetista da velha guarda, de tradicional família assuense (os Soares de Macedo de linhagem portuguesa dos Açores).Colaboru literariamente em jornais e revistas da sua terra natal como A Semana. Ainda no início da sua juventude vendeu quase todo o seu patrimônio com a sua vida boêmia. O antologista Ezequiel Fonseca Filho depõe que os versos daquele bardo que engrandece as letras potiguares, "tem o travo de uma revolta íntima." E um dia, melancólico, descrente dos amores que já teve outrora, escreveu os versos (que eu não sei a epígrafe) conforme adiante transcritos:

Parto descrente, pela estrada afora
Desta existência, desfolhando as flores
Da ilusão, da eperança e dos amores,
Sim! dos amores que eu já tive outrora!

Essa tristeza que me invade agora
Tem da saudade as luantes cores,
E tu, Mulher, por quem padeço dores
Não dás a esmola que minh"alma implora!

Ingrata, ao menos, vem ouvir as queixas
De um coração que sem amor tu deixas
A flutuar nos mares da aflição...

Parto descrente, e se te amar for crime
Esta minh"alma que a saudade oprime
Volta a pedir-te o sírio do perdão!...

blogdofernandocaldas.blogspot.com


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Que eu seja eternamente eterno louco e nunca deixe de sonhar na vida. (João Lins Caldas, pensador potiguar).