Por João Lins Caldas
A mirar-se nas águas se banhava
Nua, de pé, desenrolada a trança,
Olhava o seio, a coxa lisa olhava,
A rever tudo o que do olhar se alcança...
E a si, mansa e tímida, segredava,
Num frenesi de gozo e de bonança,
Que, formosa, mais bela se ostentava,
Meiga, na timidez de uma criança.
Revê o tronco, a curvatura branca,
E cora, e pasma e, mais ligeiramente,
Aperta as formas, o cabelo arranca...
E, aos raios da serena lua,
Revê nas águas, a corar, tremente,
A estátua branca da beleza nua.
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