sábado, 29 de maio de 2010

NOSSOS POETAS: HONÓRIO CARRILHO


HONÓRIO CARRILHO

AS DUAS FONTES

Um dia, eu tive sede, e sede intensa
De saber, de saber...
E pensei: Vou bater na fonte imensa
Dos bons livros... Vou ler...
E fui... Ela dormia, ao pé de um monte,
Tão cristalina e pura,
Que, quanto mais bebia dessa fonte,
Maior era a secura!...
De outra vez, (como diz-mo inda a memória,
E com que grande dor!)
Tive sede... De quê? De amor, de glória?...
Tive sede de amor.
E perguntei à fonte: onde se apaga
Esta sede, onde está?
No céu, na terra, em que país ou plaga?
Onde for, irei lá!!
Mas ninguém respondeu-me; e, com malícia,
Balbuciei, então:
- Dessa, bem sei, só me dará notícia
Quem tiver coração.

Natural de Ceará-Mirim, tendo nascido a 2 de março de 1873, Honório Carrilho da Fonseca e Silva é filho de João da Fonseca e Silva e Francisca Teodulina da Fonseca e Silva.
Estudou preparatórios no Atheneu Norte-Rio-grandense, formando-se em 1895, pela Faculdade de Direito de Recife.

Foi professor-adjunto da Escola Militar do Realengo e Auxiliar do Ensino no Colégio Militar do Rio de Janeiro e, por fim, Procurador da República no Rio Grande do Norte.
Militou na imprensa de Natal “A República” e da antiga Capital Federal “O País”. Quando esteve na comarca de Prados (Minas Gerais), como promotor, fundou um jornal “Cidade de Prados”.
Faleceu no Rio de Janeiro, a 14 de novembro de 1961.

Fonte: Panorama da poesia norte-rio-grandense – 1965 – Romulo C. Wanderley.
Postado por gibson às 11:16 0 comentários Links para esta postagem

Transcrito do blog Ceará Mirim Cultua &  Arte

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Que eu seja eternamente eterno louco e nunca deixe de sonhar na vida. (João Lins Caldas, pensador potiguar).