(Articulações políticas que levaram Aluízio Alves a vencer a campanha de 1960)
(por Walter José da Silva - aluno do VI período – 2002)
A crise da hegemonia política oligárquica no Rio Grande do Norte, abriu caminho para que o populismo ganhasse espaço junto à sociedade. Essa hegemonia política oligárquica era instituída pelas representações locais dos partidos UDN – do qual fazia parte Aluízio Alves - , e PSD, que desde 1947 revezaram-se no poder do Estado, garantindo os interesses das oligarquias, das quais eram os seus fiéis representantes.
A partir de 1960, a sustentação desse sistema político, voltado para a manutenção dos interesses oligarquicos, já dava sinais de enfraquecimento e crise, pois, no cenário econômico e social do Rio Grande do Norte tinham ocorrido mudanças significativas, como por exemplo a atuação da burguesia e da classe média em prol da industrialização do Estado, que exigiam uma nova postura dos políticos que pretendessem alcançar e se manter no poder.
Neste contexto, se um político se comprometesse com a causa da industrialização contaria com o apoio dessas classes emergentes e poderia assegurar um bom desempenho em sua escalada política. Aluízio Alves, fez mais do que isso! Apresentando-se como uma figura política inovadora capaz de romper com o atraso político e econômico, patrocinado pelas oligarquias, ganhou rapidamente o apoio da burguesia e da classe média, e, além disso, utilizando-se de práticas notoriamente populistas do tipo assistencialista e paternalista junto às camadas sociais mais carente ganhou o apoio também da população sofrida.
Já em 1942, Aluízio Alves, demonstrava a que veio quando se lança a frente de uma campanha de Assistência aos Flagelados da Seca, que houve naquele anos, e depois ao tornar-se diretor da LBA no Estado. Quatro anos depois já era Deputado Federal pela UDN, conseguindo ainda três mandatos depois desse, 1950, 1954 e 1958, como Deputado Federal.
Em 1958 Aluízio Alves, começa a maquinar a sua candidatura ao governo do Estado na eleições de 1960.
Mais uma vez Aluízio Alves, utilizava-se de práticas de cunho puramente assistencialistas e imediatistas, porém que obtiveram grande impacto nos extratos populares. Foi com esse objetivo que ele apresentou um projeto à Câmara que fôra transformado em lei, chamada “Crédito de Emergência”, que teve grande importância durante sua campanha eleitoral, tornando-se um de seus carros-chefes.
Em 1960, o destino político de Aluízio Alves, começou a ser definido com relação à postura política que teria durante a campanha. Primeiramente rompeu com Dinarte Mariz, por este não ter aceitado a indicação de José Augusto, feita por Aluízio Alves, à candidatura do Senado. Depois deixou a legenda da UDN, e passou a assediar o PSD em busca de encabeçar a sua chapa para governador, o que é aceita por Theodorico Bezerra, líder do PSD no Estado e pretenso candidato a governador, ao ser aconselhado pelo então Presidente Juscelino Kubitschek.
Durante as conversações para coligação de partidos políticos, Aluízio Alves demonstrou ser um grande articulador político, pois conseguiu manter o apoio em torno de sua candidatura, de diversos partidos – ignorando as chamadas correntes ideológicas – tais como: PIB, PTN, PDC, PSP, PSB, e de alguns dissidentes da UDN local e além disso ainda tentava o apoio do comando nacional da UDN.
Foi na sua campanha para governador do Estado do Rio Grande do Norte em 1960, que Aluízio Alves pôs em prática toda a sua capacidade em ser um político demagogo, populista e oportunista.
BIBLIOGRAFIA
PEREIRA, Henrique Alonso Rodrigues. O homem da esperança: uma experiência populista no RN (1960-66). Dissertação de Mestrado. Recife: Departamento de História, 1996.
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