sábado, 21 de agosto de 2010

POESIA POTIGUAR

Walflan de Queiroz [ in O livro de Tânia, 1963 ]

Eu venho de uma montanha, Tânia.
De uma montanha de fogo e de sombras,
De fogo como o sol e de sombras como a noite.

Venho de um vale, Tânia.
Um vale com mil flores brilhantes.
E todas estas flores eram tuas.

Venho de uma floresta, Tânia.
Uma floresta com apenas um pássaro.
Um pássaro azul como as águas do rio.

Venho de um lago também azul, Tânia.
Um lago tranquilo e sem rumores,
Com cisnes brancos, cisnes selvagens,

Selvagens como meu amor.
Eu venho do mar, Tânia.
Um mar sem praias e sem gaivotas,

Com uma ilha de carne,
E com o sangue de uma estrela.
Venho do deserto quente, Tânia.

Um deserto com ventos de areia,
E com monumentos que são sepulcros,
Onde enterro a minha solidão.

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