domingo, 14 de novembro de 2010

MEMÓRIA VIVA DE UM RONDONISTA

Foto/arquivo/divulgação


Fiz o projeto Rondon em 1979 em Belém do Pará. Oriundo da zona rural de Santana do Matos tive a oportunidade de avaliar, comparar e dissertar uma das mais importantes experiências que tive na minha formação cultural. Realidade contextualizada por milhares de mãos de universitários em todo o país. Na época o Projeto proporcionava aos voluntários universitários o choque direto entre teoria e prática, anseios e dificuldades a serem enfrentadas por futuros profissionais.

Criado em julho de 1967, durante o governo militar, o Projeto tinha como objetivo promover o contato de estudantes universitários voluntários com o interior do país, através da realização de atividades assistenciais em comunidades carentes e isoladas. Entre 1967 e 1989, quando foi extinto, o projeto motivou mais de 350 mil estudantes de todas as regiões do País.

Foram valiosas experiências vivenciadas por nós, os estudantes da época. Naquele momento, foram depositados e creditados àquela geração, conceitos de nacionalidade e responsabilidade, oportunizando a expressão e análise de cada um, pelo próprio punho, sem indicações, direção ou influências sobre os potenciais do país, quase pronto para decolar. Certamente essa liberdade de pensamento aflorou aspirações políticas, o que canalizou posicionamentos e a formação de novas gerações, determinadas e conscientes das mudanças alcançadas.

Por pressão da União Nacional dos Estudantes (UNE), o projeto Rondon foi reativado pelo governo federal em 2005 com uma nova roupagem, reformulado como um programa de governo. Agora os estudantes são quase programados, motivados a pesquisar assuntos predefinidos. Evidentemente o programa alcança objetivos importantes, localizados, não isentando a observação e opiniões pessoais dos jovens universitários quanto aos outros segmentos carentes e preteridos pelo atual sistema, como também conceitos pessoais de política são enrequecidos com concepções atuais politizadas.

Naquela década, precisamente quando fiz o projeto, ferviam e afloravam aspirações políticas, girando em ciclo por necessárias mudanças, e nesses momentos, sempre chegam as respostas do sistema. A democracia retomada, hoje padece pela mancha permanente da corrupção oficializada. Mesmo assim, a nação está esperançosa de novos pensamentos sintetizados pelas análises dos conceitos universitários e de todo o povo rondonista. Outras respostas virão com o tempo, e assim, permanecem as opções mutáveis e definidas por todos os cidadãos brasileiros.

Santana do Matos, orgulhosa da divulgação e projeção que tomou nos seus últimos três anos, recebe com carinho os professores e universitários rondonistas. Que sintam eles a desigualdade, as dificuldades e diferenças de um país continental, que marquem em suas vidas como futuros profissionais, as histórias, conhecimentos adquiridos e façam citações como analogias para futuros ensinamentos. Lembrança viva e permanente, assim como fiz no conteúdo redigido na área social sobre a população carente de Belém do Pará em 1979, assim como lembram muitos brasileiros, as histórias, as experiências vividas como rondonistas. Rondonistas, esses agora multiplicados geometricamente por cada cidadão, pelas facilidades, pela modernização e oportunidade de alcance dos métodos e de novos processos de Ensino X Aprndizagem.

Dutra Assunção/ redator-chefe do Jornal Cajarana

Escrito por aluiziolacerda às 06h24


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