sexta-feira, 25 de novembro de 2011

DE JOÃO FAUSTINO



Por Pedro Simões - do seu FB


Conheço JOÃO FAUSTINO Ferreira Neto, desde o Colégio Marista nos anos cinquenta. Depois, nos relacionamos com maior proximidade, no movimento politico universitário dos anos sessenta. Então, nos afinávamos como integrantes de uma "Frente ùnica" que reunia militantes das esquerdas. João era a mais consistente e expressiva liderança da Juventude Universitária Católica, e um dos integrantes do Movimento de Educação de Base.
Sempre reconheci em João Faustino um político hábil e carismático, com muita credibilidade entre os seu liderados, pelo modo sério e correto, transparente e democrático com que conduzia os seus projetos. E permaneceu assim, perseguindo metas republicanas, mesmo quando divergimos ideologicamente, havendo ele aderido à ARENA do governador Tarcísio Maia.
Como Secretário de Educação, fez uma gestão moderna e tão profícua que o credenciou à disputa e eleição de uma vaga na Câmara Federal, onde foi Presidente da Comissão de Educação e Cultura. Foi também auxiliar do governo de José Serra em São Paulo, tido como um valoroso quadro do PSDB nacional e assumiu o Senado com a licença do Senador José Agripino de quem era suplente.
Por onde passou, deixou marca de competência e de correção. Jamais teve o seu nome vinculado a quaisquer iniciativas ligadas ao ilícito, à percepção de vantagens indevidas, ou muito menos ao tráfico de influência.
Por isso, concedo-me ao legitimo direito de estender-lhe o benefício da dúvida, em relação às acusações que lhe são feitas e de aguardar que a sua intempestiva prisão seja revogada.
Ninguém que tenha uma biografia inteira sem máculas, perverte-se de um momento pra outro, sobretudo na plenitude da idade da sabedoria, onde as questões metafísicas e morais são mais relevantes que as efêmeras vantagens materiais.
João Faustino, mais que nenhum outro indiciado merece a presunção da inocência, por tudo que já foi assentado. Aguardo a decisão das investigações com a convicção de que se trata de um equívoco.
Ou vou amargar mais um duro golpe no meu conceito e minha esperança na inteireza moral do ser humano.
(Madrugada nebulosa e angustiante do Mirante das Dunas, 25.11.11)

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