domingo, 27 de novembro de 2011

SONETO DE AMOR

(Título e ilustração do blog)


Por João Lins Caldas, poeta potiguar assuense

Amor recompensado, que compensa,
Que se revela amado e, se não fosse,
O mesmo não seria, atado e doce,
- O coração talhado na descrença.

Amor que sente e vê, amor que pensa,
Que pensando se fez e calculou-se,
Amor que se escondeu, e revelou-se
Só quando refletido n'outra crença.

Amor que os passos vê, que conta os passos,
Fugitivo da dor, dos embaraços,
Os pesares notando, os males vendo.

Não é este, sem dúvida o amor buscado.
Porque o amor no meu amor notado
É o bem mais cego na cegueira ardendo.

Escrito em 30.10.1909

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