sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

ASSU PERDE MAIS UMA POETISA

A terra da poesia anteontem, 11, anoiteceu triste com a perda de Maria de Lourdes de Moura ou, 'Luluda', como era chamada carinhosamente pelos seus familiares e amigos. Figura querida por mim e por toda a sociedade assuense. Convivi com ela desde os tempos da minha adolescência, durante uns quarenta anos, na Cooperativa Agropecuária onde ela era funcionária dedicada, trabalhando com meu pai Edmilson Caldas, desde os tempos que aquela instituição era Banco Rural do Açu, que ele, Edmilson, dirigiu durante muito tempo, e com ela conviveu harmoniosamente como seu amigo e colega de trabalho. Antes porém, teria trabalhado no Segundo Cartório de Registro, no tempo do escrivão João Germano, até 1967.

Luluda escondeu a sua arte de poetar, de compor, de escrever, que somente veio a revelar na sua maturidade. Suas canções estão, salvo engano, musicadas e gravadas pelo seu sobrinho Judson. Seus poemas e sonetos clássicos amorosos, de versificação fácil, de qualidade literária, estão publicados em livros de sua autoria, em jornais da sua cidade. 

Você se foi, Luluda. Mas, tenha certeza do seu dever cumprido. Sobre a morte, Luluda, a nossa poetisa e escritora Maria Eugênia, escreveu na sua sabedoria, dizendo que "a gente nasce para morrer e morre para nascer". Já, o genial bardo João Lins Caldas, entende que "a morte se não é uma vida, é, pelo menos, uma miséria sossegada." Que você descanse em paz.

Fica a minha saudade, Luluda. Lembrarei você sempre! Os seus versos e canções que você sabia produzir a seu modo. O seu soneto intitulado Quisera, recheado de verdade e pureza, que ainda guardo na minha memória, é uma joia, que transcrevo adiante para o nosso deleite: 

Quizera eu dizer-te que sinto
Mas não posso e jamais o farei.
Por teu amor lutei e ainda resisto,
Não quero perder-te, senão morrerei.

Por mais que procuro te esquecer
Cousa que nunca eu consegui,
Mas sentia o meu amor crescer
Mas hoje sinto o que me iludi.

Iludí-me, sim, porque sempre tentei
Esquecer de um amor, que nunca procurei
Saber se me amava ou se me enganava.

E agora muito sofro a pensar,
Que um dia, não queiras me amar,
E que nunca a me amar procurou.

Afinal, sem você, sem a sua arte de versejar, penso eu, a poesia da terra assuense fica um pouco mais pobre. Obrigado por ter conhecido você e com você ter convivido. Obrigado por você ter contribuído pela cultura da nossa terra. Os seus versos enriquecem as nossas bibliotecas, porque não dizer assim?


Fica com Deus, querida Luluda. "A morte não é o fim de tudo". Saudades do seu velho amigo


Fernando Fanfa Caldas
Natal, 13 de janeiro de 2011

Um comentário:

Anônimo disse...

Minha querida tia... muitas saudades! Ela tem 4 musicas gravadas sim pelo meu pai Judson.

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