RESUMO: Relatório resumido de um imigrante que chegou à cidade há 58 anos, ainda criança, e aqui viveu experiências no desenvolvimento da megalópole.
São Paulo, 30 de março de 1954, 3ª feira, 14h00, avenida Rio Branco, escritório e “rodoviária” do “Pássaro Marron”. Chove na cidade. O coletivo acabara de estacionar ali mesmo na calçada, vindo do Rio de Janeiro de onde saíra por volta das sete da manhã, da extinta Estação Rodoviária da Praça Mauá. Estava armada a cena para a chegada daquele imigrante, recém vindo do Recife, com a sua família.
Pequeno, ainda, deslumbrava-se com o gigantismo da metrópole paulista. Nada parecido com o que vira antes.
São Paulo estava em plena celebração de seu IV Centenário: inauguração do Parque Ibirapuera, a Exposição da Feira Internacional, os pavilhões dos Estados, o símbolo exótico do IV Centenário (veja reprodução acima), o lançamento do Nescafé em pó, em latinha, a chuva de prata, o desfile no Vale do Anhangabaú, a banda da Força Pública e a da Guarda Civil, a garoa, e tantos outros eventos. Era para deslumbrar a visão e a imaginação daquela criança.
Residências ostentando aquele escudo comemorativo do evento, homens usando na lapela aquele símbolo "quatrocentão", mulheres com fitas tricolores em suas roupas e cabelos. Tudo centralizava na grande efeméride. Paulistas do interior, paulistanos da capital, paulistanos honorários de diversos rincões do Brasil, estrangeiros dos quatro cantos do mundo. Todos comemoravam e se alegravam com aquela magna data. Uma festa digna da grandeza da cidade e da grandiosidade de seu povo!
Hoje, decorridos cinquenta e oito anos, uma nova geração povoa e se multiplica na tentacular cidade. Já não são muitos os que viveram e vivenciaram aqueles dias de 1954. Outros há que, por não se importarem com lembranças, pouco ligam para as reminiscências do passado, não tão longínquo.
Resta àqueles que valorizam recordações fazer brilhar a sua memória e transmitir as imagens em forma de palavras (ou mesmo fotos, quem as tiver) para adornar de cores vivas e com muita emoção, o que foi São Paulo em seu IV Centenário e no que veio a se metamorfosear depois de mais de cinco décadas.
São Paulo: 1954 - 2012 - A cidade que mais cresce (e se desenvolve) no mundo! Quase seis décadas após aquele histórico dia, uma recordação infantil ainda permeia na mente de quem jamais se esqueceu de seus primeiros momentos na capital de todos os brasileiros que passam por São Paulo.
Clênio Falcão Lins Caldas – 30/03/2012
(um carioca de nascimento, um recifense honorário e um paulistano por adoção)
DO BLOG - Clênio Falcão Lins Caldas é sobrinho do poeta modernista potiguar do Assu, chamado joão Lins Caldas.
DO BLOG - Clênio Falcão Lins Caldas é sobrinho do poeta modernista potiguar do Assu, chamado joão Lins Caldas.