sábado, 15 de setembro de 2012



A Poesia está em todo lugar
Na folha que cai
No sol a brilhar
No sorriso da criança
No semblante triste de um idoso
No ritmo da batera.

A Poesia é como você olha as coisas
Ao amanhecer, o sopro nas narinas
O rosto no espelho
A vida que nos chama às tarefas
O jovem indo à escola
Os pássaros voando sobre os matagais.

A Poesia é a rotina diária
Costumamos não enxergá-la
Ficamos tão dormentes
Às coisas ao nosso redor; como forjá-la?
Vemos, mas não a enxergamos
Não há tempo pra senti-la.

A Poesia é apreciar tudo com carinho
Seja uma rosa, ou um jardim em flor
Seja o mar, ou o infinito oceano
De tudo  ser um eterno namorado
Amar em um dia muito atarefado
A Poesia é um circo encantado.

A Poesia está nas coisas mais simples
Está no encontro e no desencontro
No ir e vir dos transeuntes
No murmurinho das ruas
No silenciar dentro do peito
No querer bem.

É preciso olhar a Poesia, aí próximo, em cada canto
Está atento nos mínimos detalhes
Na padaria, o pão fresco
No restaurante, a sofreguidão da fome
Na academia, o afã da estética pessoal
Na morte, o suspiro final.

A Poesia pede esforço individual
Imaginação
Impossível passar pela vida
E não viver com inspiração
Assim, não há amadurecimento
Ver-se apenas o lado escuro da lida.
A Poesia não muda ninguém
Até porque ela não é feita pra isso
Ela, no máximo, remodela alguém
Deve reconstruir uma parte de mim e de ti
Não consigo imaginar um ser antipoético
Então, quer viver nisso? Viva.

A Poesia são as estrelas no firmamento
Depois de uma tempestade, o sol brilhar outra vez
O canto da rolinha na janela
Um hino de louvor a Deus
Aquilo que a gente imaginar
A Poesia é isso e muito mais.

A Poesia é preciosa na vida de nós todos
É superar a preguiça
Num dia de chuva, pular da cama
Deixando os cobertores pra trás
Continuar aquilo que havia iniciado
Fazer tudo o de sempre, de repente.

A Poesia é um salto de qualidade
É amar-se
É querer-se bem
Sem muito alarde
Nem muita afobação
É o amanhã.

A Poesia é viver a vida como ela é
Engatar a segunda na ladeira
Subir bem devagarinho
Encarando a depressão
Não cochilar pra não ratear
Seguir enfrente na pressão.

A Poesia é o mais lindo cantar
Música popular
Samba do bom
Paulinho da Viola, a nos contagiar
A brincadeira e vadiagem
No refrão, embalar os corações.
 (Lourdes Limeira, poeta paraibana)


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