Margareth Grilo - repórter
O universo da pecuária é predominantemente masculino. Secularmente, os homens sempre tomaram à frente nos currais, na condução das boiadas, no tratamento com os animais e nos torneios das chamadas raças de 'elite'. Mas, o mundo mudou. No cenário da 50ª Exposição de Animais e Máquinas Agrícolas do Rio Grande do Norte - a Festa do Boi 2012 - um quarteto feminino dá provas disso. Quatro mulheres - três mineiras e uma goianiense - de três gerações diferentes, deixaram os pecuaristas deslumbrados com o conhecimento que possuem sobre as raças zebuínas, originárias da Índia e em expansão no Brasil.
Na pista de julgamento do gado Zebu (Sindi) e do Girolando, Lilian Mara Borges Jacinto, 29 anos, natural de Ituiutaba (MG), completa, nesta Festa do Boi, sua 32ª exposição como juíza de gado. Segue os passos do pai, o juiz de gado, José Jacinto Júnior, o número um no julgamento do Gir leiteiro, no Brasil. Nas palestras, Vânia Penna, 62; Maria Gabriela Peixoto, 49, e Mariana Alencar, 26, ditam conhecimentos sobre genética e melhoramento animal, na ânsia de aperfeiçoar os rebanhos.
Na evolução da carreira, elas não se intimidaram. Mesmo diante de frases do tipo "o que você está fazendo aqui" ou "vai cuidar dos seus filhos", seguiram em frente. As pesquisadoras Vânia Penna e Maria Gabriela começaram a atuar quando a mulher era minoria na medicina veterinária, respectivamente no final das décadas de 70 e 80. Lilian ingressou num universo ainda mais fechado - o das pistas de julgamento, mas já numa época (2006) em que a mulher se insere mais facilmente nesse mercado de trabalho.
"Até o final da década de 80, eram pouquíssimas as mulheres nesse campo, mas a mulher foi se inserindo. No sudeste, por exemplo, as mulheres estão em todas as áreas igualmente", disse Maria Gabriela. No campo da medicina veterinária, zootecnia e melhoramento animal, o maior desafio, segundo as pesquisadoras, ainda é vencer o preconceito. "Respeito ainda falta", disse Maria Gabriela, "porque a gente trabalha no interior do Brasil onde ainda há muito conservadorismo. Mas, no meio intelectualizado, já não tem muito problema".
No interior - segundo elas - ainda persiste a desconfiança do potencial e da capacidade da mulher. "Eles acham que para estar na área, tem que derrubar boi. E não é assim. Temos limitações, sim, que são mais físicas, mas intelectualmente posso resolver grande parte dos problemas deles", afirma Maria Gabriela.
Para as mulheres das novas gerações, a criadora e técnica Vânia Penna deixa um recado: "vão em frente, com gana, vontade, sem se inibir e sem se sentir inferior por ser mulher. Ao contrário, a gente tem menos força física, mas tem tem mais habilidade, mais sensibilidade para captar sutilezas e nuances. Mesmo como profissional a gente termina agindo como 'maezona' do grupo".
Mariana Alencar acredita que convencer o pecuarista não tem segredo. É uma questão de postura, de vontade e empenho. "Barreira sempre tem. Ou vão subestimar porque você é nova demais, dizendo 'essa menina não sabe de nada' ou porque é mulher. Mas vamos convencê-los", disse ela, "com competência, com técnica, mostrando o que é mais favorável e que não é. Para mim, os três pilares são: muito estudo, muita dedicação e muita competência".
Tecnologia ainda não chega a todos os criadores
Segundo as pesquisadoras, a melhoria do Zebu leiteiro é indiscutível, mas o melhoramento animal ainda é elitizado. "A produção do sêmem de animal para inseminação artificial exige treinamento de pessoal e técnica adequada, que não chegam a maioria dos pecuaristas. Ainda há muito para galgar", disse a pesquisadora e cientista Maria Gabriela Peixoto. Mesmo nos maiores celeiros da pecuária brasileira [Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo] ainda são baixos índices de melhoramento.
"Temos que fazer com que a genética chegue a todos os produtores, do grande ao pequeno. Esse é o desafio da pesquisa hoje", afirmou Maria Gabriela. Para a zootecnista Mariana Alencar o produtor tem absorvido bem as novas técnicas. "É demorado para quem está fazendo, porque quando você desenvolve uma pesquisa e quer vê-la aplicada de imediato, mas não é assim. Todo progresso é um pouco lento, mais chega", disse a zootecnista da ABCz.
Todos os anos, a Embrapa publica um sumário, informando ao criador os animais positivos, que vão dar boa resposta produtiva. No caso do Guzerá, uma das sete espécies do Zebu, os estudos começaram há 17 anos. Há 12 anos são publicados esses resultados de avaliação genética. A avaliação genética permite conhecer o potencial do animal, enquanto pai e mãe. "Poder selecionar para melhorar o desempenho produtivo do rebanho e depois, vê as médias aumentando e os rebanhos ficando melhores, a cada dia, é maravilhoso", conclui Gabriela.
Vânia Penna acredita que com os avanços das tecnologias de informática, a pesquisa está cada dia mais perto do produtor. "Ainda tem um longo caminho a percorrer, mas já está havendo um encontro, uma aproximação", disse ela. A técnica coloca como maior desafio a produção de animais adequados a cada ecossistema. "Lógico que o animal adequado para o Nordeste é diferente daquele adequado para o sul. E hoje, a gente está focando nisso e em promover o melhoramento para sistemas de produção que sejam econômicos, ecológicos, lucrativos e eficientes. Isso é uma reviravolta de século", disse Vânia Penna.
Brasil possui maior rebanho comercial da raça
O maior rebanho zebuíno está Índia, mas é o Brasil que detém o maior rebanho comercial zebuíno devido à melhoria genética. Isso foi possível pelas várias frentes de estudos e pesquisas, junto à Embrapa, ABCz e universidades, entre elas a Fazu. Apaixonadas pelo gado Zebu, as quatro estudiosas dessa raça, que participam da Festa do Boi, dizem que a raça é essencial para a produtividade nos trópicos, não apenas no Brasil. A rusticidade é outra característica marcante.
Para o sistema de produção a pasto, o zebuíno se adapta bem. É um gado extremamente rústico e produtivo. São sete raças, entre elas, o Sindi. Este animal, por exemplo, suporta a falta de chuvas do semiárido nordestino, com grande maestria. Ele foi adaptado no sudão, numa região semi-desértica. É um gado que supre a necessidade do Nordeste, assim como o Nelore, que sobrevive bem no Pantanal, supre a necessidade de produção de carne do sudeste e centro-oeste.
No caso do Gir, o Brasil tem uma das maiores produções de leite, entre as raças leiteiras. De forma geral, o Zebu tem uma peculiaridade: é um gado sentimental, segundo as estudiosas no assunto. "O Zebu é um animal apaixonante, tem um comportamento 'canino'. Ele gosta de carinho, procura dengo", afirma Vânia Penna. A zootecnista e juíza de gado, Lilian Jacinto, concorda.
"Se você der carinho, ele vai te retribuir carinho, mas se você agir com violência, ele não confia mais em você", afirmou. "É um gado totalmente diferente do europeu que é sempre mais calmo. O Zebu é mais agitado, mas você consegue ter um contato mais íntimo com ele", comentou Lilian.
Bate-papo
Lilian Mara Borges Jacinto, juíza de gado
"É um pouco mais difícil do que é para o homem"
É complicado entrar e se manter nessa atividade?
É um pouco complicado para entrar porque é um meio muito machista. É um pouco mais difícil do que é para o homem. Eu tive dificuldade no começo. Às vezes, eles acham que você não sabe de nada, mas depois de estar lá dentro, eles lhe tratam de igual para igual.
O que é mais difícil: o conhecimento da raça ou enfrentar esse universo machista?
Hoje é muito tranquilo. O pessoal já começou a perceber que tem mais mulheres, que são boas profissionais. Na hora que você mostra que é competente, consegue espaço. E o conhecimento, você tem que saber de tudo. Só de raça zebuína são sete raças, que você tem que saber padrão racial, conformação de musculatura, conformação óssea, o que produz, se carne ou leite, ou se carne e leite ao mesmo tempo; tem que saber do histórico da raça. Tem que aprender muita coisa.
O que te levou a esse campo?
É bem difícil dizer, mas ser criada praticamente na beira da pista de julgamento, ajudou. Meu pai é jurado há muitos anos. Então, além de eu ter o contato na prática, tenho o contato dentro de casa. No domingo, durante o almoço, se fala de vaca. Mas o fato de o Zebu ser um gado sentimental me cativou. Quis estudá-lo. A gente se apaixona pelo Zebu porque ele é muito dócil, corresponde ao trato que recebe.
Como você lida com as críticas?
Quando era mais nova, ficava indignada. Já ouvi profissionais dizerem: não segue nessa carreira de julgamento que você não vai dar certo, não vai se virar. E hoje estou no mesmo patamar dessa pessoa, às vezes acima. Hoje, eu tento sempre absorver o que há de melhor da crítica e evitar conflitos.
E como conciliar a vida pessoal e a rotina de juíza?
É uma correria. Sou professora na Universidade da minha cidade (Ituiutaba-MG), sou consultora e trabalho em julgamento. Consigo conciliar todas as aulas num dia na semana. Mas, no fim de semana, quando todo mundo descansa, estou em exposição, julgando. E, no tempo livre, ainda tem a fazenda do meu pai que ajudo. Vou descansar agora em dezembro, janeiro e fevereiro. O resto do ano é viagem o tempo todo.
Como fica o emocional?
Muito sacrificado. Não tem como ter namorado. Hoje, eu estou focando meu lado profissional. Depois, a hora que fizer meu nome, me preocupo com a outra parte.
O universo da pecuária é predominantemente masculino. Secularmente, os homens sempre tomaram à frente nos currais, na condução das boiadas, no tratamento com os animais e nos torneios das chamadas raças de 'elite'. Mas, o mundo mudou. No cenário da 50ª Exposição de Animais e Máquinas Agrícolas do Rio Grande do Norte - a Festa do Boi 2012 - um quarteto feminino dá provas disso. Quatro mulheres - três mineiras e uma goianiense - de três gerações diferentes, deixaram os pecuaristas deslumbrados com o conhecimento que possuem sobre as raças zebuínas, originárias da Índia e em expansão no Brasil.
Adriano AbreuAs mulheres estão cada vez mais ganhando espaço na pecuária, seja julgando, pesquisando ou repassando conhecimento
Na pista de julgamento do gado Zebu (Sindi) e do Girolando, Lilian Mara Borges Jacinto, 29 anos, natural de Ituiutaba (MG), completa, nesta Festa do Boi, sua 32ª exposição como juíza de gado. Segue os passos do pai, o juiz de gado, José Jacinto Júnior, o número um no julgamento do Gir leiteiro, no Brasil. Nas palestras, Vânia Penna, 62; Maria Gabriela Peixoto, 49, e Mariana Alencar, 26, ditam conhecimentos sobre genética e melhoramento animal, na ânsia de aperfeiçoar os rebanhos.
Na evolução da carreira, elas não se intimidaram. Mesmo diante de frases do tipo "o que você está fazendo aqui" ou "vai cuidar dos seus filhos", seguiram em frente. As pesquisadoras Vânia Penna e Maria Gabriela começaram a atuar quando a mulher era minoria na medicina veterinária, respectivamente no final das décadas de 70 e 80. Lilian ingressou num universo ainda mais fechado - o das pistas de julgamento, mas já numa época (2006) em que a mulher se insere mais facilmente nesse mercado de trabalho.
"Até o final da década de 80, eram pouquíssimas as mulheres nesse campo, mas a mulher foi se inserindo. No sudeste, por exemplo, as mulheres estão em todas as áreas igualmente", disse Maria Gabriela. No campo da medicina veterinária, zootecnia e melhoramento animal, o maior desafio, segundo as pesquisadoras, ainda é vencer o preconceito. "Respeito ainda falta", disse Maria Gabriela, "porque a gente trabalha no interior do Brasil onde ainda há muito conservadorismo. Mas, no meio intelectualizado, já não tem muito problema".
No interior - segundo elas - ainda persiste a desconfiança do potencial e da capacidade da mulher. "Eles acham que para estar na área, tem que derrubar boi. E não é assim. Temos limitações, sim, que são mais físicas, mas intelectualmente posso resolver grande parte dos problemas deles", afirma Maria Gabriela.
Para as mulheres das novas gerações, a criadora e técnica Vânia Penna deixa um recado: "vão em frente, com gana, vontade, sem se inibir e sem se sentir inferior por ser mulher. Ao contrário, a gente tem menos força física, mas tem tem mais habilidade, mais sensibilidade para captar sutilezas e nuances. Mesmo como profissional a gente termina agindo como 'maezona' do grupo".
Mariana Alencar acredita que convencer o pecuarista não tem segredo. É uma questão de postura, de vontade e empenho. "Barreira sempre tem. Ou vão subestimar porque você é nova demais, dizendo 'essa menina não sabe de nada' ou porque é mulher. Mas vamos convencê-los", disse ela, "com competência, com técnica, mostrando o que é mais favorável e que não é. Para mim, os três pilares são: muito estudo, muita dedicação e muita competência".
Tecnologia ainda não chega a todos os criadores
Segundo as pesquisadoras, a melhoria do Zebu leiteiro é indiscutível, mas o melhoramento animal ainda é elitizado. "A produção do sêmem de animal para inseminação artificial exige treinamento de pessoal e técnica adequada, que não chegam a maioria dos pecuaristas. Ainda há muito para galgar", disse a pesquisadora e cientista Maria Gabriela Peixoto. Mesmo nos maiores celeiros da pecuária brasileira [Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo] ainda são baixos índices de melhoramento.
"Temos que fazer com que a genética chegue a todos os produtores, do grande ao pequeno. Esse é o desafio da pesquisa hoje", afirmou Maria Gabriela. Para a zootecnista Mariana Alencar o produtor tem absorvido bem as novas técnicas. "É demorado para quem está fazendo, porque quando você desenvolve uma pesquisa e quer vê-la aplicada de imediato, mas não é assim. Todo progresso é um pouco lento, mais chega", disse a zootecnista da ABCz.
Todos os anos, a Embrapa publica um sumário, informando ao criador os animais positivos, que vão dar boa resposta produtiva. No caso do Guzerá, uma das sete espécies do Zebu, os estudos começaram há 17 anos. Há 12 anos são publicados esses resultados de avaliação genética. A avaliação genética permite conhecer o potencial do animal, enquanto pai e mãe. "Poder selecionar para melhorar o desempenho produtivo do rebanho e depois, vê as médias aumentando e os rebanhos ficando melhores, a cada dia, é maravilhoso", conclui Gabriela.
Vânia Penna acredita que com os avanços das tecnologias de informática, a pesquisa está cada dia mais perto do produtor. "Ainda tem um longo caminho a percorrer, mas já está havendo um encontro, uma aproximação", disse ela. A técnica coloca como maior desafio a produção de animais adequados a cada ecossistema. "Lógico que o animal adequado para o Nordeste é diferente daquele adequado para o sul. E hoje, a gente está focando nisso e em promover o melhoramento para sistemas de produção que sejam econômicos, ecológicos, lucrativos e eficientes. Isso é uma reviravolta de século", disse Vânia Penna.
Brasil possui maior rebanho comercial da raça
O maior rebanho zebuíno está Índia, mas é o Brasil que detém o maior rebanho comercial zebuíno devido à melhoria genética. Isso foi possível pelas várias frentes de estudos e pesquisas, junto à Embrapa, ABCz e universidades, entre elas a Fazu. Apaixonadas pelo gado Zebu, as quatro estudiosas dessa raça, que participam da Festa do Boi, dizem que a raça é essencial para a produtividade nos trópicos, não apenas no Brasil. A rusticidade é outra característica marcante.
Para o sistema de produção a pasto, o zebuíno se adapta bem. É um gado extremamente rústico e produtivo. São sete raças, entre elas, o Sindi. Este animal, por exemplo, suporta a falta de chuvas do semiárido nordestino, com grande maestria. Ele foi adaptado no sudão, numa região semi-desértica. É um gado que supre a necessidade do Nordeste, assim como o Nelore, que sobrevive bem no Pantanal, supre a necessidade de produção de carne do sudeste e centro-oeste.
No caso do Gir, o Brasil tem uma das maiores produções de leite, entre as raças leiteiras. De forma geral, o Zebu tem uma peculiaridade: é um gado sentimental, segundo as estudiosas no assunto. "O Zebu é um animal apaixonante, tem um comportamento 'canino'. Ele gosta de carinho, procura dengo", afirma Vânia Penna. A zootecnista e juíza de gado, Lilian Jacinto, concorda.
"Se você der carinho, ele vai te retribuir carinho, mas se você agir com violência, ele não confia mais em você", afirmou. "É um gado totalmente diferente do europeu que é sempre mais calmo. O Zebu é mais agitado, mas você consegue ter um contato mais íntimo com ele", comentou Lilian.
Bate-papo
Lilian Mara Borges Jacinto, juíza de gado
"É um pouco mais difícil do que é para o homem"
É complicado entrar e se manter nessa atividade?
É um pouco complicado para entrar porque é um meio muito machista. É um pouco mais difícil do que é para o homem. Eu tive dificuldade no começo. Às vezes, eles acham que você não sabe de nada, mas depois de estar lá dentro, eles lhe tratam de igual para igual.
O que é mais difícil: o conhecimento da raça ou enfrentar esse universo machista?
Hoje é muito tranquilo. O pessoal já começou a perceber que tem mais mulheres, que são boas profissionais. Na hora que você mostra que é competente, consegue espaço. E o conhecimento, você tem que saber de tudo. Só de raça zebuína são sete raças, que você tem que saber padrão racial, conformação de musculatura, conformação óssea, o que produz, se carne ou leite, ou se carne e leite ao mesmo tempo; tem que saber do histórico da raça. Tem que aprender muita coisa.
O que te levou a esse campo?
É bem difícil dizer, mas ser criada praticamente na beira da pista de julgamento, ajudou. Meu pai é jurado há muitos anos. Então, além de eu ter o contato na prática, tenho o contato dentro de casa. No domingo, durante o almoço, se fala de vaca. Mas o fato de o Zebu ser um gado sentimental me cativou. Quis estudá-lo. A gente se apaixona pelo Zebu porque ele é muito dócil, corresponde ao trato que recebe.
Como você lida com as críticas?
Quando era mais nova, ficava indignada. Já ouvi profissionais dizerem: não segue nessa carreira de julgamento que você não vai dar certo, não vai se virar. E hoje estou no mesmo patamar dessa pessoa, às vezes acima. Hoje, eu tento sempre absorver o que há de melhor da crítica e evitar conflitos.
E como conciliar a vida pessoal e a rotina de juíza?
É uma correria. Sou professora na Universidade da minha cidade (Ituiutaba-MG), sou consultora e trabalho em julgamento. Consigo conciliar todas as aulas num dia na semana. Mas, no fim de semana, quando todo mundo descansa, estou em exposição, julgando. E, no tempo livre, ainda tem a fazenda do meu pai que ajudo. Vou descansar agora em dezembro, janeiro e fevereiro. O resto do ano é viagem o tempo todo.
Como fica o emocional?
Muito sacrificado. Não tem como ter namorado. Hoje, eu estou focando meu lado profissional. Depois, a hora que fizer meu nome, me preocupo com a outra parte.
Tribuna do Norte
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