sexta-feira, 16 de novembro de 2012

CONTERRÂNEO DESCONHECIDO

Pedro Avelino, minha terra natal. Vivi intensamente nessa cidade quando criança e adolescente. Saí para estudar o curso científico no Atheneu, antigo segundo grau, deixando para trás família, amigos e o golinha de estimação, que cantava sem parar, além de branquinho, um gato siamês. A vida é assim, às vezes temos que tomar certas decisões que não imaginamos quais serão os resultados, negativos ou positivos. Acredito que acertei, fiz muito bem.
 
A cidade, os amigos, eu não esqueço de forma alguma. Sou um saudosista, um cara do coração mole e cada vez que visito o meu município, em cada esquina do velho torrão, lembro dos amigos, das brincadeiras, os dias de farra, dos namoros, dos circos, dos parques de diversão, do Cinema Paroquial, dos aconchegos na escuridão, do cheiro de pão, da buchada de bode, do feijão verde, do banho de chuva, da feira livre do sábado, dos bares e reservados, da sinuca e do bilhar, das serenatas, das galinhas, do trem na estação, do bate papo da balaustrada, das quermesses, rezas, carnaval e tudo de bom dessa boa terra.
 
Mas a saudade maior é com a falta dos familiares que se foram e dos amigos. Afinal nos dias atuais, de tanto tempo ausente, o filho da cidade torna-se um desconhecido nessas novas gerações. Para isso é preciso que essa juventude compreenda um pouco do passado
através da produção histórica e cultural desse humilde jornalista.


Marcos Calaça, jornalista, UFRN

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