Futilidade
Por Virgínia Victorino*
Não saias hoje, amor. Dize que sim!
Passaremos a noite a conversar.
Se queres vou tocar, dançar, cantar...
O que eu desejo é ter-te ao pé de mim!
Não saias hoje... Iremos ao jardim...
apanho rosas para me enfeitar,
e fico presa à luz do teu olhar,
e perfumo-me toda de jasmim!
Não sais? Dizes que não? Meu bem! Meu bem!
Como a gente é feliz quando ama alguém!
Ouço apenas na terra a tua voz...
Vamos, senta-te aqui. Lê versos, fuma.
Enquanto lês, eu olho a sala... — Bruma...
Vejo-me ao espelho e ponho pó-de-arroz.
*poetisa portuguesa,uma das maiores voses da poesia lusitana do século XX.
*poetisa portuguesa,uma das maiores voses da poesia lusitana do século XX.
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