sexta-feira, 21 de dezembro de 2012


RIO PIANCÓ-PIRANHAS-AÇU PASSADO

Por M. Veríssimo de Melo

“Os historiadores falam de ti nas suas crônicas. Uns querem que, tenhas sido o primeiro visitado entre nós pelos europeus Outros defendem para ti a glória de ter dado o nome à capitania. Os geólogos fazem menção a terra por onde serpenteia, há milênios. Os engenheiros estudaram a tua bacia hidrográfica. Os mareantes mencionam a enseada ou porto de Oficinas, já desaparecido. Os canoeiros conhecem todos os segredos do seu leito, em tempo de cheia. Ninguém porem sabe sua idade. Há hipóteses somente. O que seria este vale antes de tua passagem ? Seria terra ou seria mar? Haveria floresta virgem ou seria um deserto imenso ?
De qualquer forma tens sido testemunha, de 1499 para cá, dos maiores episódios da nossa historia regional.
Abrigaste em tuas águas as caravelas de Pizon e Hojeda. Aventureiros singraram o teu curso à procura de tesouros perdidos. Os terços de Pernambuco retalharam o seu solo em todas as direções dando caça ao índio bravios. São Paulo mandou Domingos Jorge Velho para rebater as investidas dos Janduis. Estevão Velho de Moura transitou por aí percorrendo o sertão desconhecido. Fernando Vieira mandou fundar um “Arraial”, cujo nome inda conserva como uma grata recordação das velhas “bandeiras” coloniais. Abreu Soares construiu a “Casa Forte” para abrigo dos seus soldados e defesa contra as escaramuças dos índios. Manuel Filgueira de Carvalho desceu do rio São Francisco vindo povoar as tuas margens com grandes fazendas de gado. Os Pitas da Bahia compraram terra em toda extensão do vale. Bernardo Vieira de Melo, Capitão-mor da Capitania fundou o Arraial de Nossa Senhora dos Prazeres, aldeando aí os índios Janduís”.      


MAIS IFORMAÇÃO DO LIVRO QUE LÍ

O intelectual escritor e pesquisador M. Rodrigues de Melo, nascido as margens do rio Açu, em sua obra Várzeas do Açu, paisagens, tipos e costumes do Vale do Açu, Tece, importante e confiável consideração pimentelão sobre esta histórica região do Brasil. O eminente escritor Câmara Cascudo sobre esta obra assim descreveu: “M. Rodrigues de Melo não andou descrevendo sobre a Várzea do Açu. Andou filmando. E como a mais sensível, delicada e fiel das maquinas: o coração”. A Republica  27/04/1940.

(Enviado por Eugênio Fonseca pimentel, geólogo)


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