terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Pelo Dia Internacional do Escritor

Hoje, 15, Dia Mundial do Escritor, vale a pena lembrar um autor compulsivo, nascido em Goianinha, no ano de 1888, importante região do litoral sul do Rio Grande do Norte, chamado João Lins Caldas, considerado por grandes críticos e conhecedores de Arte Moderna no Brasil como “O pai do modernismo brasileiro", pois em 1917, muito antes da Semana de Arte Moderna, 1922, Caldas já escrevia anonimamente, versos brancos emancipados de métricas, porém nunca deixou de produzir seus poemas e sonetos clássicos.

Pena, que ele não conseguiu publicar seus mais de dez livros que tinha, talvez, em razão da sua genialidade, das tormentas que sofria que lhe deixava atordoado. Ele, Caldas, desejava publicar sua obra literária, trilíngue: português, inglês e francês, e tinha a convicção de que, se publicado, ganharia um Prêmio Nobel de Literatura, além de consagrar-se como o poeta maior de todos os tempos. Ele viveu o Rio de Janeiro da década de dez, vinte e início da década de trinta, frequentando a Biblioteca Nacional, se aperfeiçoando cada vez mais, trabalhando naquela terra fluminense como revisor em O Globo, importante jornal daquela capital carioca. frequentando a livraria Garnier, da rua do Ouvidor, ponto de encontro de intelectuais daquela época, convivendo na intimidade com grandes figuras da política e das letras nacionais como, por exemplo, o notável poeta Olavo Bilac, Frederico Schimidt, Monteiro Lobato, José Geraldo Vieira, Lima Campos, Ribeiro Couto, dentre outros.
Caldas, então belo rapaz, no seu tempo de Rio de Janeiro, namorava uma jovem membro da aristocrática família carioca chamada Roquete Pinto. Pois bem, por não ter sido correspondido no amor, escolheu "as letras como a mais bela das mulheres". Eis o seu diálogo poético:

- De todas as glórias?
- A literária.
- Das literárias
- A poética.

Afinal, Caldas, "a quem o Brasil deve um gesto merecido de consagração", tem versos parecidos com os consagrados bardos portugueses como Fernando Pessoa, Florbela Espanca, dentre outros renomados poetas mundiais.

Morreu em 1967, na aristocrática e poética cidade de Assu-RN, terra dos seus ancestrais, vítima da solidão, da amargura e da melancolia.

E um dia, escreveu na sua angústia:

A Lua, que me dirão?
Precisa talvez de irmão.

Eu sou tão só sobre a Terra,
Tanta luta, tanta guerra...

A Lua que me dirão?
Se a Lua precisa irmão
Eu já que abandono a Terra.

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