sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


Pedro Simões, poeta não morre!

Pedro Simões, potiguar de Ceará-Mirim, figura da melhor qualidade, partiu hoje. Advogado, professor, poeta imortal. Não conheci Simões pessoalmente, por isso não deixei de ser seu entusiasta. Meu amigo em Facebook. Que pena! Afinal, Simões. Poeta não morre, vai para outra dimensão! Imortaliza-se! E Simões, inspirado, escreveu, 'finalzinho da tarde chuvosa do sábado, 14 de maio de 2011', conforme adiante:

Antes do depois

Compreendi que teus silêncios
eram fraseados reticentes tão pálidos como a tua pele,
lacrimejavam e imploravam
olhos nos olhos, colo e cama
em desassossegado sossego.
Dei-te. E te deixastes sozinha
na tarde gris sabendo a chuva
ácida, numa meia-estação.
Havia uma leve insinuação
de violinos e um suave
timbre argentino, feminino.
Embora maio não se findasse
surpreendeu-me as violetas
que deixastes como fossem rastros
demarcando territórios e
os impossíveis infinitos de
tua busca, sem norte e sem
prumo, bússola despetalada.
Fostes. Fiquei desplantado pela
raiz, insepulto filisteu, eu
menos que um homem, um vegetal
que será húmus e sementeira
de improváveis semeaduras.

Natal, finalzinho da tarde chuvosa do sábado, 14 de maio de 2011.

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