Ilustração do blog.
Naquela época algumas mulheres humildes tinham como ofício lavar roupas de outras pessoas, a qual elas diziam que era de casa de família, como se elas próprias não fossem família. Lavavam e quaravam na antiga lavanderia do açude público, no atual bairro São Francisco.
Nada de amaciante ou sabão em pó. O sabão era em barra e não tinha o atual cheiro artificial como tem hoje. A presença certa era a do anil que a lavadeira dissolvia numa bacia para as roupas brancas.
Algumas lavadeiras, depois de passar sabão em roupas grossas, batiam e surravam com força ao encontro de uma pedra enorme, depois esfregavam com as duas mãos e deixavam quarar. Após algumas horas, lavavam e estendiam para secar.
Elas saíam cedo de seus lares e regressavam à tardinha com a roupa enxuta com a trouxa na cabeça protegida por uma rodilha de pano.
Era um trabalho pesado, sendo que muitas delas tinham vários anos de profissão para o sustento familiar. Por outro lado, ainda engomavam com o velho ferro à brasa. No outro dia saíam do antigo Bairro do Açude para entregar a trouxa de roupa no centro da cidade.
Um trabalho árduo, mas feito com muita dedicação. Salve as antigas lavadeiras do nosso torrão.
Marcos Calaça, jornalista (UFRN).
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