terça-feira, 14 de maio de 2013


 
O Amor do Soldado


Em plena guerra levo-te a vida
 a ser o amor do soldado.

 Com teu pobre vestido de seda,
 tuas unhas de pedra falsa
 te toco caminhar pelo fogo

 Vem aqui, vagabunda,
 vem beber sobre meu peito
 rubro sereno.

 Não querias saber onde andavas,
 eras a companheira do baile
 não tinhas partido nem pátria.

 E agora a meu lado caminhando
 vês que comigo vai a vida
 e que detrás está a morte.

 Já não podes voltar a dançar
 com teu traje de seda na sala.

 Te vais a rasgar os sapatos,
 mas vais crescer na marcha.

 Tens que andar sobre as espinhas
 deixando gotinhas de sangue.

 Beija-me de novo, querida
 Limpa o fuzil, camarada.
  

 PABLO NERUDA















O Amor do Soldado

Em plena guerra levo-te a vida
a ser o amor do soldado.

Com teu pobre vestido de seda,
tuas unhas de pedra falsa
te toco caminhar pelo fogo

Vem aqui, vagabunda,
vem beber sobre meu peito
rubro sereno.

Não querias saber onde andavas,
eras a companheira do baile
não tinhas partido nem pátria.

E agora a meu lado caminhando
vês que comigo vai a vida
e que detrás está a morte.

Já não podes voltar a dançar
com teu traje de seda na sala.

Te vais a rasgar os sapatos,
mas vais crescer na marcha.

Tens que andar sobre as espinhas
deixando gotinhas de sangue.

Beija-me de novo, querida
Limpa o fuzil, camarada.


PABLO NERUDA
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Guarda estes versos que escrevi chorando, Como um alívio a minha saudade, Como um dever do meu amor; e quando Houver em ti um eco de saudade...