A chuva já tinha parado, mas o riacho ainda corria na rua escura. Um vento frio teimava em entrar pela porta entreaberta e castigar os três amigos. Chico Batista já ameaçara fechar a bodega. A garrafa estava quase vazia. Augusto Preto virou o copo de uma vez e pegou um cajá-umbu.
- Dó, Adolfinho, para esse preto velho!
♪ ♫ ♫ ♫ ♪ ♫ Por que você me olha Com esses olhos de loucura? Por que você diz meu nome? Por que você me procura? ♪ ♫ ♫ ♫ ♪ ♫
- Velho, nós devíamos fazer serenata agora. - Eu topo, cigano. - Primeiro na casa de Clarinha. - Depois, Barranqueira e Espedita. - Tudo bem, a gente encerra na casa de Alzira. - Índio velho, anote aí mais uma garrafa! - Amanhã a gente devolve os copos...
E os três amigos saíram cantando pelas ruas molhadas da cidade.
♪ ♫ ♫ ♫ ♪ ♫ De que serve sonhar um minuto? Se a verdade da vida é ruim Se existe um preconceito muito forte Separando você de mim ♪ ♫ ♫ ♫ ♪ ♫
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