terça-feira, 16 de julho de 2013

Renato Caldas e sua graça


Corria o mês de junho de 1988, festejos do padroeiro do Assu São João Batista. Eu, Fernando Caldas, o editor deste blog, naquele tempo era vereador por aquele município potiguar de muita importância. Pois bem, mandei para Renato Caldas poeta de fama nacional, com quem eu tinha parentesco e uma estreita relação amistosa, um prato de canjica,  "prato tradicional, indispensável e típico nas festas de São João", no dizer de Câmara Cascudo, também conhecido em outras cidades brasileiras como curau, para o poetar saborear. Pois bem, ao receber aquele prato delicioso, aquele bardo assuense entendeu  (eu era candidato a reeleição para vereador nas eleições daquele ano, que já se aproximava), como se eu quisesse agradá-lo, conquistar o seu voto por uma iguaria, escreveu e remeteu para minha pessoa, pelo mesmo portador da entrega da canjica, um bilhetinho rimado, dizendo assim naquela sua graça que lhe era peculiar:

Fernando você triste fica
a proposta não convém
por um prato de canjica
eu não voto com ninguém.

Fernando Caldas

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