ASSU DO ONTEM
Conta a poetisa Maria Carolina Wanderley Caldas – mais conhecida da população assuense por Sinhazinha Wanderley – a autora do hino oficial do Assu, em escritos deixados para seu sobrinho Boanerges Wanderley que:
Os nossos antepassados eram destemidos e fortes. Até a alimentação era diferente da de hoje: carne seca com farinha ou pirão de leite, queijo com rapadura, ou tutano fresco com rapadura raspada era o seu principal alimento. Pela manhã a população não usava o café com esse pão de hoje, e sim, tomavam um caldo de corredor e iam para seus trabalhos, geralmente para a roça. E todos gozavam saúde e vivam mais do que os homens vivem hoje.
Os nossos antepassados eram destemidos e fortes. Até a alimentação era diferente da de hoje: carne seca com farinha ou pirão de leite, queijo com rapadura, ou tutano fresco com rapadura raspada era o seu principal alimento. Pela manhã a população não usava o café com esse pão de hoje, e sim, tomavam um caldo de corredor e iam para seus trabalhos, geralmente para a roça. E todos gozavam saúde e vivam mais do que os homens vivem hoje.
No início do século XX a iluminação era um caco com azeite de peixe
para os pobres e velas de cera de carnaúba para os menos pobres. Punham a
cera num caco e dentro um pavio, tirando-se depois uma vela toda
caratixenta; outras punha-se a cera derretida numa bugia fininha a vela
ficava lisa. Outras punha-se a cera numa bugia grossa e obtinha-se uma
vela da grossura das de espermacete. Com esta vela grossa, alumiavam-se
os grandes da terra. Só quando vinha a terra um caixeiro viajante (foto ilustrativa), os negociantes acendiam velas de espermacete. Então o povo já sabia que tinha gente de fora no lugar.
Ainda,
segundo os relatos da poetisa Sinhazinha Wanderley, a nossa primeira
igreja, era em forma de casa, chamada “Casa de Oração”. Era aí que se
ouvia missa. Desta casa, encontravam-se pedaços de tijolos enterrados,
cuja argamassa, afastava-se com o pé. Depois foi demolida, muito
arruinada a “Casa de Oração”. O lugar ficou sendo chamado “Alto do
Império”, porque foi ali dado o primeiro grito da independência do
município. Este local hoje é denominado de Praça São João Batista.
Com
relação aos bailes Sinhazinha Wanderley afirmava que: os bailes antigos
eram muito diferentes dos de hoje. Só comparecia a elite. Os homens se
vestiam todos de preto (só assim tinha direito a tomar parte na
quadrilha – dança então adotada). Dançava-se a polca (foto ilustrativa), o shotish, a vassourinha, o solo inglês – tudo muito diferente de hoje.
As
mulheres vestiam-se com vestidos de seda, de Gorgurina, tendo ao
pescoço colares, também usavam brincos compridos. Os cavalheiros eram
muito corteses e só falavam as damas, curvando-se um pouco, e dizendo:
“Vossa Excelência dá-me a honra da 1ª ou da 2ª contradança?” Se a dama
já tinha sido convidada respondia: “Já estou comprometida”. E se acaso
se comprometia e faltava ao compromisso, o cavalheiro injuriava-se,
julgava-se desmoralizado e nunca mais dançava com aquela dama.
Curiosidades do nosso velho Assu.
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