O Vaqueiro
Nei Leandro de Castro
Pelo sol com suas facas fustigado,
Perneiras, peitoril e de gibão,
O vaqueiro vivia no sertão
A tanger seu destino e alheio gado.
O aboio revelava triste fado
Conduzindo boiadas vida afora.
Só pensava na dama, na senhora
Que o trazia cativo e torturado.
Cavalgava banhado em claridade,
Mas com o peito ferido e enclausurado
De quem vive perdido em soledade.
Dolorosa era a sina do encourado:
Nas rédeas do cavalo a liberdade
No peito um coração todo ensombrado.
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