sábado, 12 de outubro de 2013

João Lins Caldas
Leitor voraz, autor compulsivo. João Lins Caldas, o “poeta da solidão e da dor”, na definição de Maria Eugênia carregava nas suas entranhas um coração ferido em plena mocidade. Escreveu uma obra poética multifária, extensa e bela, de qualidade literária de invejar qualquer escritor, inspirado no amor não correspondido, na dor, na melancolia, como podemos conferir adiante:

Dum só coração façam seus lares.
E depois - passados já meses ou anos
Disse a um’alma plena de sonhares:
“A esse coração de mágoas seculares
Habitando, sondai os negros arcanos.”

E vendo-me morrer onde estão contidos,
Ouve bradarem n’um sorrir profundo,
Est’alma - cadinho que a dor encerra -

Eis, um ditoso! Um dos protegidos!
Se tive sonhos p’ra encontrar o mundo!
Tenho lágrimas p’ra afogar a terra!


Assu, 11.11.1905

Postado por Fernando Caldas

Nenhum comentário:

DILINA PRA CASAMENTO Era o ano de 1949. Walter de Sá Leitão namorava Evangelina Tavares, por apelido Dilina, filha do casal Maria Celeste ...