Por Valério Mesquita, escritor
1) No Grande ponto dos anos sessenta, quem não se lembra da famosa Barbearia Bom Jesus onde pontificava o exímio cirurgião-barbeiro Antônio Guedes? Toinho, baixinho, bigode astucioso, era um mulherengo incorrigível. Aliás, sofria de uma doença benéfica e invejada por muitos chamada "priapismo (ereção permanente). Certa manhã, chega o seu freguês habitual: o não menos popular Luiz Tavares, com aquela "insustentável leveza de ser". A operação foi iniciada, com espuma em profusão espalhada pelo rosto de Luiz. Nisso, ao largo, passa uma mulher com os seus dotes expostos e generosos. Toinho não resistiu. Abandonou o freguês e iniciou o ritmo da busca. De repente, Luiz Tavares abriu o vozeirão: "Cadê Toinho? Aquele f.d.p. saiu assim e me deixa com essa porcaria na cara?". Irritadíssimo, vai a porta da barbearia de revolver em punho, esperar Guedes. A manicure percebendo o perigo iminente corre para avisara Toinho que lépido e fagueiro sem nada perceber se aproximava: "Guedes por favor não vá! O homem tá lá armado pra lhe dá um tiro!" Toinho escafede-se. E, por via de dúvidas, só voltou dia seguinte, após a providência preventiva de colocar um pastorador à porta da barbearia.
2) Fernando Macedo contou-me essa do nosso Antônio Guedes, cabeleireiro famoso de Natal. Toinho é o conhecido barbeiro das figuras políticas do estado, célebre pelas posições e votos afirmativos dependendo do freguês da hora. Quando o presidente João Batista Figueredo visitou Natal logo imaginaram uma presepada para o inefável Toinho. Recebeu um telefonema de um alguém se identificando coronel da segurança do Planalto chamando-o ao hotel a fim de barbear o presidente. Para um supremo mandatário da Revolução não poderiam faltar exigências e aquele clima de mistério. "Olha senhor Guedes, esteja no hotel às 06.30 da manhã munido de uma navalha n. 01, creme de barbear mentolado, talco neutro, bata branca com uma capa de chuva por cima. A senha para a segurança a fim de facilita ar a identificação é "Navalha afiada", entendeu?". "Entendi sim senhor", disse Guedes ao telefone já fazendo antecipadas reverências. Dia seguinte, partiu célere para o hotel conforme as recomendações. Ao chegar no saguão, dirigiu-se aos agentes e soltou a senha: "Navalha afiada!". Desconfiada, a turma da PF pensando em um atentado caiu em cima de Toinho que só foi liberado horas depois quando descobriram ter sido vítima de um trote.
3) O grande Luiz Tavares, de inesquecível memória, trabalhou na Merenda Escolar, em Natal. Vez em quando, dirigia uma velha pick-up Willys da repartição e fazia as suas "barbeiragens". Afobado e teimoso, com aquele corpanzil era difícil ser contraditado. Certa manhã, ao fazer uma manobra na pick-up guerreira subiu a calçada ameaçando alguns assustados pedestres que tiveram ainda de troco, do Luiz a sentença cavalar: "Olha os pés felas das putas"> Quem iria refutar aquela insustentável leveza de ser. "Esse povo não sabe que pick-up da Willys não tem jogo", justificou sem contestação.
1) No Grande ponto dos anos sessenta, quem não se lembra da famosa Barbearia Bom Jesus onde pontificava o exímio cirurgião-barbeiro Antônio Guedes? Toinho, baixinho, bigode astucioso, era um mulherengo incorrigível. Aliás, sofria de uma doença benéfica e invejada por muitos chamada "priapismo (ereção permanente). Certa manhã, chega o seu freguês habitual: o não menos popular Luiz Tavares, com aquela "insustentável leveza de ser". A operação foi iniciada, com espuma em profusão espalhada pelo rosto de Luiz. Nisso, ao largo, passa uma mulher com os seus dotes expostos e generosos. Toinho não resistiu. Abandonou o freguês e iniciou o ritmo da busca. De repente, Luiz Tavares abriu o vozeirão: "Cadê Toinho? Aquele f.d.p. saiu assim e me deixa com essa porcaria na cara?". Irritadíssimo, vai a porta da barbearia de revolver em punho, esperar Guedes. A manicure percebendo o perigo iminente corre para avisara Toinho que lépido e fagueiro sem nada perceber se aproximava: "Guedes por favor não vá! O homem tá lá armado pra lhe dá um tiro!" Toinho escafede-se. E, por via de dúvidas, só voltou dia seguinte, após a providência preventiva de colocar um pastorador à porta da barbearia.
2) Fernando Macedo contou-me essa do nosso Antônio Guedes, cabeleireiro famoso de Natal. Toinho é o conhecido barbeiro das figuras políticas do estado, célebre pelas posições e votos afirmativos dependendo do freguês da hora. Quando o presidente João Batista Figueredo visitou Natal logo imaginaram uma presepada para o inefável Toinho. Recebeu um telefonema de um alguém se identificando coronel da segurança do Planalto chamando-o ao hotel a fim de barbear o presidente. Para um supremo mandatário da Revolução não poderiam faltar exigências e aquele clima de mistério. "Olha senhor Guedes, esteja no hotel às 06.30 da manhã munido de uma navalha n. 01, creme de barbear mentolado, talco neutro, bata branca com uma capa de chuva por cima. A senha para a segurança a fim de facilita ar a identificação é "Navalha afiada", entendeu?". "Entendi sim senhor", disse Guedes ao telefone já fazendo antecipadas reverências. Dia seguinte, partiu célere para o hotel conforme as recomendações. Ao chegar no saguão, dirigiu-se aos agentes e soltou a senha: "Navalha afiada!". Desconfiada, a turma da PF pensando em um atentado caiu em cima de Toinho que só foi liberado horas depois quando descobriram ter sido vítima de um trote.
3) O grande Luiz Tavares, de inesquecível memória, trabalhou na Merenda Escolar, em Natal. Vez em quando, dirigia uma velha pick-up Willys da repartição e fazia as suas "barbeiragens". Afobado e teimoso, com aquele corpanzil era difícil ser contraditado. Certa manhã, ao fazer uma manobra na pick-up guerreira subiu a calçada ameaçando alguns assustados pedestres que tiveram ainda de troco, do Luiz a sentença cavalar: "Olha os pés felas das putas"> Quem iria refutar aquela insustentável leveza de ser. "Esse povo não sabe que pick-up da Willys não tem jogo", justificou sem contestação.
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