domingo, 3 de novembro de 2013

SAUDADES DE ZÉ DE DEUS


    
                                                                              Se o grão de trigo morrer, produzirá muito fruto

                                                                              É da Bíblia

José de Deus Alves dos Santos (Seu nome de batismo) ou simplesmente Zé de Deus como era chamado pelos mais íntimos era tipo alto, gordo, garboso. Bom de copo e de garfo, boêmio, amante da boa música, presepeiro (no bom sentido), fazedor de amigos. O que eu admirava nele era o seu coração generoso que batia bem forte quando pensava em servir  ao próximo.

Lembro-me dele, eu era ainda adolescente e tinha apenas uns 13 anos de idade, e ele, Zé de Deus, em plena juventude, chegando no Assu para fixar residência, procedente de Cerro Corá, sua terra natal, para estudar o ginásio no Pedro Amorim, passando a morar com Seu Arthur que tinha um local (Box), salvo engano, de variedades, no Mercado Público da cidade.

Lembro-me das presepadas (no bom sentido) que fazíamos juntos. Tive o prazer de fazer parte do seu convívio (comemorei a conquista do Brasil tri campeão do mundo, em cima dos seus ombros).

Participou no Assu, onde foi comerciante, dos movimentos estudantis e político partidário, como candidato a vice-prefeito, na chapa encabeçada por José André de Souza, nas eleições de 1988, não obtendo sucesso.

Passou a morar nos idos de oitenta, no Alto do Rodrigues onde construiu boas amizades. Na terra assuense não foi difícil angariar simpatias e conquistar dado aquele seu jeito agradável de tratar as pessoas que lhe era peculiar. Já adulto formou-se em direito pela UERN, de Mossoró.

A última vez que nos encontramos fazem uns cinco anos, vim com ele de Assu com destino à Natal, e ele sempre falando no desenvolvimento do tão decantado Vale do Açu que ele tanto amava.

Afinal, fica a saudade, as boas recordações e lembranças na certeza de nos encontrarmos no outro lado, para uma boa prosa! Fica com Deus, Zé de Deus, e dormes o sono dos justos, dos humanos na certeza de que, "a morte se não é uma vida, é, pelo menos, uma miséria sossegada", no dizer do poeta.

Fernando Caldas

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