Por Aluízio Lacerda
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Adorei seu artigo NATAL DE ANTIGAMENTE, me trás imensas recordações, confesso que vivi intensamente essas delicias prazeirosas de uma vida pacata, onde o lado boêmio da juventude fagueira me levou aproveitar mais o supérfluo do que o essencial.
Óbvio que minha mesada bancada com sacrifício pela família tinha outros objetivos, estudava no Atheneu Norte-riograndense e passei pelo maior laboratório de experiência humana, o convívio da Casa do Estudante na praça Lins Caldas, celeiro de grandes personalidades da sociedade potiguar.
Infantilmente, pra não me condenar como irresponsável, rumei noutros caminhos, todavia, graças á Deus sempre do lado bem, sem me viciar nos labirintos da perdição, usei o tempo em outros prazeres: futebol, passeios, farras, andanças de lugar pra lugar, fazendo amizades e achando que a beleza do mundo estava em nossas mãos, uma namorada aqui outra acolá, assim os tempos se foram, servindo agora de gratas recordações.
Devo acrescentar ao seu vasto leque de coisas interessantes na capital do sol, talvez por lapso, esquecimento, você não lembrou de alguns points que era a coqueluche da juventude natalense:
Logo ali na rua João Pessoa Centro da cidade, um copo de Chop ou uma deliciosa macarronada servida pelo garçom mais famoso da aldeia ( o crioulo Gasolina) no Dia e Noite, na princesa Isabel quem gostava da pinga frequentava o Escondidinho do Velho Nunes, e pra quem assim como eu, a politica estava nas veias, o bate-papo, o ouvir conversa na calçada do café São Luiz tomava uma manhã inteira.
No inicio do beco da Lama a meladinha do Português Nazi, as margens do rio Potengi o bar Mar del Plata de Wanderley, o Pé do Mocó do negrão Nazareno e, pra lavar a alma com uma geladinha suave o jeito era voltar ao Bar CIRNE que ficava entra a casa Lux e as Lojas Seta.
Viver em Natal antigamente era ter o sagrado dever de ir ao Juvenal Lamartine assistir um ABC e América ou ouvir a barulheira da pequena torcida do Alecrim.
Alguma vezes subi o 17º andar do hotel Ducal, pra ouvir a sonoridade do mestre Paulinho no seu famoso piano? Ainda vivi os tempos das famosas cocadas da praça Kennedy, da sorveteria Oásis e do famoso Vem Cá!
Quem não vez um Lanche no Chapinha, ali na concha acústica da praça André de Albuquerque?
Pergunto a você, alguma vez foi ao Quitandinha no Alecrim? Picado do Monteiro ou ao Cabeça de Bode na avenida 12?
Na Ribeira velha de guerra, bairro mais apropriado para as refregas femininas, o bom mesmo depois de sair do cabaré Apache era vir tomar um caldo de peixe na Tavares de Lira na peixada São Luiz.
Conversar com os intelectuais Newton Navarro, Veríssimo de Melo e outros ilustres boêmios, ouvindo o compositor Aldair Soares cantando suas canções ou interpretando a Praieira de Otoniel Menezes, na confeitaria Delicia, próximo ao Serrador e Rodoviária Velha.
Como era bom ir ao Canto do Mangue tomar cachaça com tira-gosto de ginga, degustar nas Rocas uma Peixada na Comadre, outras iguarias na Toca do Coelho.
Passando por Santo Reis, uma meiota com caldo de cação no bar que levava o seu nome, ir jogar pelada no forte, bebericar o domingo inteiro na barraca do Nezinho.
Na praia do meio quem não bebeu na Tenda do Cigano e não saboreu um ovo a la coque não sabia curar ressaca. As tertulias dançantes do Saravá, Braseiro, no Postinho de Mário havia um bom ponto de encontro da rapaziada, especialmente os filhos de papai!
Bar Castanhola na praia dos artistas, mais adiante em busca de Areia Preta, o bar Veleiro era um atrativo a parte.
Recordar é preciso, lembro ainda da época da caserna no Batalhão de Engenharia do meu tempo de Monte Castelo, jogando futebol, tomando pinga no bar do tenente Jessé em Nova descoberta.
Quase que ia esquecendo das noitadas na avenida 15, a noite inteira os bares abertos, a radiola de ficha pra aguçar ainda mais nossos sentimentos, matar as paixões ou esquecer as mágoas incubadas. O Pouso do Teteu, o jantar no Feijão Verde sempre pela madrugada.
Ainda tinhamos a disposição de sair para o lado de Ponta Negra, boate Alfa e todo um complexo sistema de bares ao redor.
Sinceramente, meu caro Fanfa, você massageou meu ego com o seu artigo, sei que ainda restam boas lembranças, mas juntando ao que você escreveu, temos uma infinidade de curtições pra nossos amados leitores, alguns deles contemporâneos, quem sabe vivendo conosco as mesmas emoções.
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