Os papagaios
Mimo da corte, airoso poliglota,
tu já foste, Cirano (6) ou Pimpinela, (7)
o ai-jesus (8) de romântica donzela,
branca flor de uma heráldica remota!
Hoje, és um pobre diabo, louro idiota,
repetindo, no canto da janela,
o calão da criada tagarela,
fino, apenas, nas petas da anedota.
Nem pelas cores ricas da plumagem
– verde, amarelo, azul, tons de vermelho -,
levantas as antigas credenciais.
Pobre bobo! Grã-fino é a tua imagem:
belo, nas roupas, dentro do bedelho,
currupaco, papaco... e nada mais!
Othoniel Menezes
(in "Desenho Animado", Obra Reunida, Ed. UNA, 2011)
NOTAS: (Laélio Ferreira de Melo, ob.cit.)
6) Cyrano de Bergerac. Personagem de Edmond Rostand (1869-1918),
poeta e dramaturgo francês, na peça do mesmo nome. A Editora Hachette,
na descrição de uma das suas edições, em francês, comenta: “O valente
espadachim e romântico poeta Cyrano de Bergerac não é fruto da imaginação
criativa de Edmond Rostand: Saviniano Hercule Cyrano de Bergerac
nasceu em Paris em 1619. Aos 19 anos abraça a carreira militar, tornandose
cadete da Guarda de Paris. Participa de várias batalhas, inclusive do
cerco de Arras, onde recebe forte golpe na garganta, o que encerra sua
vida militar. Em 1653, passa a trabalhar na casa do duque de Arpajon,
instalando-se no palácio de Marais, onde é ferido na cabeça devido à queda
de um pedaço de madeira do teto. Em 1655, pressentindo a morte, vai
para a casa de uma prima, a baronesa de Neuvillette, vindo a falecer cinco
dias depois. Cyrano talvez não tenha tido a coragem, o heroísmo e a nobreza
do personagem de Rostand. Mas era um homem polêmico e dedicado
à cultura.”.
7) Pimpinela (Escarlate). Personagem criada, em 1903, pela Baronesa
Emmuska Orkzi (Tarnaörs/Hungria, 1865-Londres/Inglaterra, 1947),
escritora britânica de origem húngara, também conhecida como “Montague
Barstow”, pseudônimo literário. O herói da novela (The Scarlet Pimpernel),
era um espadachim inglês atuando na França, no século XVIII, para livrar
da guilhotina fidalgos franceses durante o chamado Reinado do Terror,
imposto pela revolução francesa.
8) O queridinho; o predileto.
Mimo da corte, airoso poliglota,
tu já foste, Cirano (6) ou Pimpinela, (7)
o ai-jesus (8) de romântica donzela,
branca flor de uma heráldica remota!
Hoje, és um pobre diabo, louro idiota,
repetindo, no canto da janela,
o calão da criada tagarela,
fino, apenas, nas petas da anedota.
Nem pelas cores ricas da plumagem
– verde, amarelo, azul, tons de vermelho -,
levantas as antigas credenciais.
Pobre bobo! Grã-fino é a tua imagem:
belo, nas roupas, dentro do bedelho,
currupaco, papaco... e nada mais!
Othoniel Menezes
(in "Desenho Animado", Obra Reunida, Ed. UNA, 2011)
NOTAS: (Laélio Ferreira de Melo, ob.cit.)
6) Cyrano de Bergerac. Personagem de Edmond Rostand (1869-1918),
poeta e dramaturgo francês, na peça do mesmo nome. A Editora Hachette,
na descrição de uma das suas edições, em francês, comenta: “O valente
espadachim e romântico poeta Cyrano de Bergerac não é fruto da imaginação
criativa de Edmond Rostand: Saviniano Hercule Cyrano de Bergerac
nasceu em Paris em 1619. Aos 19 anos abraça a carreira militar, tornandose
cadete da Guarda de Paris. Participa de várias batalhas, inclusive do
cerco de Arras, onde recebe forte golpe na garganta, o que encerra sua
vida militar. Em 1653, passa a trabalhar na casa do duque de Arpajon,
instalando-se no palácio de Marais, onde é ferido na cabeça devido à queda
de um pedaço de madeira do teto. Em 1655, pressentindo a morte, vai
para a casa de uma prima, a baronesa de Neuvillette, vindo a falecer cinco
dias depois. Cyrano talvez não tenha tido a coragem, o heroísmo e a nobreza
do personagem de Rostand. Mas era um homem polêmico e dedicado
à cultura.”.
7) Pimpinela (Escarlate). Personagem criada, em 1903, pela Baronesa
Emmuska Orkzi (Tarnaörs/Hungria, 1865-Londres/Inglaterra, 1947),
escritora britânica de origem húngara, também conhecida como “Montague
Barstow”, pseudônimo literário. O herói da novela (The Scarlet Pimpernel),
era um espadachim inglês atuando na França, no século XVIII, para livrar
da guilhotina fidalgos franceses durante o chamado Reinado do Terror,
imposto pela revolução francesa.
8) O queridinho; o predileto.
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