- Meu caro, quero H2O.
Susto e surpresa. Anos e anos de serviços ali no restaurante e ninguém, até aquele momento, havia pedido aquilo. Que diabo seria H2O ? Apolônio, solícito :
- Pois não, um instante !
Aflito, correu na direção da única pessoa que, no hotel, poderia adivinhar o pedido do hóspede. Tratava-se de Luiz Edilson Estrela, apelidado de Boréu (por causa dos olhos grandes de caboré), contumaz boêmio, acostumado aos salamaleques da vida.
- Boréu, tem um senhor ali pedindo H2O. Que diabo é isso ?
Desconfiado, pego sem jeito, Boréu coça o queixo, olha pro alto, tenta se lembrar de algo parecido com a fonética. Desanimado, manda ver :
- Apolônio, sei não. Consulte o Freitas.
Freitas era o diretor do Grupo Escolar, o respeitado intelectual da região. Localizado, o professor tirou a dúvida no ato:
- H2O é água, seus imbecis. Quer dizer água.
Apressado, Apolônio levou ao freguês uma jarra do líquido. Depois, no corredor, glosando o feito, gritou em direção a Boréu :
- Ah, ah, ah, esse sujeito achava que nós não sabia ingrês. Lascou-se !
Postado por: Porandubas Políticas
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