A crise que quase evitou o embarque de Camarões para a Copa do Mundo é um tabu para a delegação africana. Às vésperas da estreia na Copa do Mundo, o assessor de imprensa da Federação Camaronesa de Futebol, Raphael Nkoa, deu indícios de que o assunto ainda incomoda a todos e disse, logo no início da coletiva oficial desta quinta-feira, que o assunto estava proibido. Essa conferência só será sobre questões essenciais. Vamos falar somente sobre o jogo contra o México - disse, antes das perguntas direcionadas aos jogadores escolhidos (Nicolas N'Koulou e Eyong Enoh). Mesmo assim, o técnico Volker Finke saiu em defesa do seu time e pediu respeito às decisões tomadas pelo grupo, que se prepara para o primeiro jogo do Mundial de 2014 contra o México, nesta sexta-feira, às 13h, na Arena das Dunas, em Natal.
Camarões faz treino de reconhecimento na Arena de Dunas,
em Natal (Foto: Reuters)
O que eu posso dizer é que temos que respeitar as coisas como elas são. Não podemos responder a pessoas que perguntam sem saber o que acontece em Camarões. A Federação e o Governo fazem as coisas à sua maneira. Uma pessoa que vive na França ou na Alemanha tem uma visão diferente. Na Europa há coisas boas, mas também há coisas que faltam e precisam melhorar. Vejo meu grupo como um time que trabalha com seriedade. Por favor, tenham algum afastamento e respeitem as coisas como elas são. Encontramos uma solução e ela deve ser respeitad - pediu Finke. Antes da conferência de imprensa, os jogadores fizeram um treino de reconhecimento na Arena das Dunas. Algumas corridinhas, toques de bola e muito mistério quanto à formação titular. Aos jornalistas, Finke se mostrou incomodado com os questionamentos de que os "Leões" seriam o time mais fraco do grupo A, em comparação a Brasil, Croácia e México. Eu não me preocupo com ideias de que meu time é o mais fraco. Cada equipe que está na Copa tem sua capacidade e sua habilidade. Só me importa a colocação no grupo, e não posso falar sobre nada além isso. Não existe equipe mais forte ou mais fraca. Todas estão aqui por merecimento - retrucou. Quanto ao time titular, Volker Finke adiantou que a formação deve ter a base que enfrentou a Alemanha, em amistoso realizado no último dia 1º, em Mönchengladbach. O treinador garantiu a presença do craque a capitão do time, o atacante Samuel Eto'o, que ainda trabalha a forma física. O estado físico dos jogadores nas últimas três semanas foi muito trabalhado. Havia algumas lesões por conta de competições entre clubes, e muitos vieram de longos campeonatos. É necessário dedicar alguma atenção a isso. M'Biah, Eto'o e outros estão juntos com a equipe há vários dias. Os dois agregam muito para a equipe e podem fazer a diferença. Não temos do que reclamar. Temos dois ou três jogadores que ainda estão em tratamento e podem ficar na reserva amanhã (sexta-feira). Mas estamos tranquilos - revelou. Diferente de Mundiais anteriores, onde os jogadores de Camarões eram conhecidos mais como "velocistas" do que pela habilidade com a bola nos pés, Volker Finke reforçou que a preparação está diferente e que a ida dos atletas para clubes de outros países, principalmente da Europa, deu uma nova característica ao futebol apresentado pelo time. Nós somos vistos como os "alemães da África", por conta da estrutura física dos nosso jogadores e a ideia de que baseamos nosso jogo em força e velocidade. Mas eu acredito que nada disso é verdade. Nós mudamos nos últimos anos e a nossa formação tática está diferente desde 2006. Não é só a força física. Agora temos habilidade. Foram anos muito difíceis, mas agora é diferente. Estamos num caminho melhor, mais unidos e vejo uma equipe pronta para jogar um futebol bonito.
Eto'o: liderança entre os jogadores
Samuel Eto'o é a estrela da seleção de Camarões
na Copa do Mundo do Brasil (Foto: Reuters)
Samuel Eto'o é nosso líder, nosso capitão. Ele vai nos liderar nessa batalha. Esperamos que ele jogue muito bem, faça gols e nos leve à vitória. Tem a experiência para nos guiar. Eu também estou quatro anos mais velho e mais maduro. Treze atletas que estiveram em 2010 estão aqui, como Samuel e Webbo. A união desses jogadores com a geração mais jovem é muito interessante e acho que pode nos ajudar - destacou.Por Marcelo Russio e Jocaff SouzaNatal
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