ECONOMIA
O TEMPO E O VENTO
QUASE 20
ANOS ANTES DO RN VIRAR UM GRANDE PRODUTOR DE ENERGIA EÓLICA, EMPRESÁRIO E
EX-DEPUTADO ESTADUAL MANUCA MONTENEGRO FALA DE COMO DESCOBRIU O
POTENCIAL DO ESTADO E DA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA COM AEROGERADORES NO
MUNICÍPIO DE ASSÚ.
DO NOVO JORNAL
Um
dínamo em uma bicicleta fez ele se interessar pela geração de energia
ainda criança. As torres da Barreira do Inferno o deixaram curioso por
conhecer a energia eólica, também ainda menino. Já adulto, nos anos
1990, a necessidade de energia para abastecer as fazendas no Vale do Açu
fez Manoel Montenegro Neto, o “Manuca” defender ferrenhamente o uso da
energia gerada pelos ventos, que hoje consolidou-se como uma indústria
no Rio Grande do Norte, colocando o estado no topo dos estados em
capacidade instalada das usinas e batendo recorde de geração.
Em um Natal da
infância de Manuca, ele ganhou de presente uma bicicleta Mercswiss azul
(hoje, o modelo é considerado uma raridade e pode ser encontrada na
internet por R$ 700,00). Ele e um colega compraram um pequeno dínamo
para instalarem nos pneus dianteiros de suas respectivas bikes. A ideia
dos dois era “apostar” quem ficava mais tempo com uma lanterna acesa a
partir da geração de energia pelo dínamo. “O dínamo pesava tanto que
quando ele batia no pneu, ‘amarrava’ a roda”, conta o hoje empresário
Manuca, que recebeu a equipe do NOVO JORNAL em sua pequena, organizada e
charmosa propriedade rural, em Parnamirim.
E foram várias
voltas de bicicleta. O ‘pega’ acontecia em uma curta distância, que
parecia bem mais longe na época. Manuca e seu amigo – Zé Grilo – corriam
do Batalhão 16 RI até a AABB. Subiam e desciam a ladeira
indefinidamente. Além de gastar a sua própria energia, o menino ficava
lapidando os pensamentos com aquela luzinha da bicicleta provocada por
um pequeno motor.
Manuca tinha 14
anos quando os militares estavam às voltas com um equipamento chamado
Nike Apache. Tal coisa foi o primeiro foguete a ser lançado pela estação
Barreira do Inferno, prestes a ser inaugurada no dia 15 de dezembro de
1965. Ele foi para a estação acompanhando o seu pai, o então deputado
estadual Olavo Montenegro, que fez pequeno discurso representando a
Assembleia Legislativa.
Somente os
militares e poucos convidados estavam autorizados a acompanhar, de um
pouco mais perto, o Nike Apache, um foguete de baixo custo (em torno de
seis mil dólares, valores nominais da época). “Tudo no entorno da
Barreira do Inferno tava interditado. Nem os carros chegavam perto”, diz
Manuca, em pé, apontando para a própria estação, que fica próxima de
sua casa, dando para a luz de uma das torres.
Na divisão dos
trabalhos na estação, a tecnologia de informática ficava a cargo dos
franceses; a dos foguetes, dos americanos; e as torres eram fabricadas e
instaladas pelos alemães. Ali, pela primeira vez no estado se gerou
energia pela força dos ventos e pequenos cata-ventos girando a mil
sinalizavam a força da natureza aqui da região. Quase trinta anos
depois, outros alemães iriam se encontrar com Manuca.
Matéria completa no Novo Jornal (Domingo, 1º de junho de 2014).
Matéria completa no Novo Jornal (Domingo, 1º de junho de 2014).
Um comentário:
Manuca não tinha mais ouviste falar dele!
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