PEQUENA RECEITA DE CORDEL
Eduardo Olympio
29/07/2014
Quem quiser realizar
Uma peça de cordel,
Pegue lápis e papel,
Notebook ou celular,
Para palavras deitar,
De raiva ou contentamento.
Seguindo o procedimento
Da poética do gênero,
Não restará mais efêmero
O que lhe traz sentimento.
Deixe que o tema se esboce
Pela própria inspiração.
Vezes busque o coração,
Não precisa ser veloce.
Não serve a fruta precoce,
Prefira sempre a madura.
Consulte em fonte segura
O sentido e a referência,
Porque são arte e ciência:
Métrica, rima, estrutura.
Como o bom assentador
De tijolinhos maciços,
Que descarta os quebradiços
E separa, sabedor,
Os firmes, com quase amor,
Das estrofes, engenheiro
E das rimas, garimpeiro,
Tente a palavra escondida,
Que, ao surgir, brilha e dá vida
Ao sublime e ao corriqueiro.
Pode cuidar de Olimpíada
E referir os atletas,
Mencionar os poetas,
Homero, os cantos da Ilíada,
E Camões, grande lusíada.
Mas, quando valer o jogo,
Num átimo, sem afogo,
Tire Grécia e Portugal
Do pensar incidental,
E o pouse em Botafogo.
À padroeira Cecília,
Peça bênção pra seu verso,
Luz no assunto controverso,
Se for briga de família
Ou desfecho de quizília.
Rogue saber analítico,
Para entender o político,
Comentar economia
E ver a diplomacia,
Com discernimento crítico.
No cântico repentino
Do Brasil e mundo afora,
Para sempre, desde agora,
Poupe o texto sibilino,
Carregue o olhar nordestino.
Pois, tudo que quer o vate
É o pensamento em resgate
Ou a indignação em resposta
E que o riso de quem gosta
O seu cordel arremate.
Eduardo Olympio
29/07/2014
Quem quiser realizar
Uma peça de cordel,
Pegue lápis e papel,
Notebook ou celular,
Para palavras deitar,
De raiva ou contentamento.
Seguindo o procedimento
Da poética do gênero,
Não restará mais efêmero
O que lhe traz sentimento.
Deixe que o tema se esboce
Pela própria inspiração.
Vezes busque o coração,
Não precisa ser veloce.
Não serve a fruta precoce,
Prefira sempre a madura.
Consulte em fonte segura
O sentido e a referência,
Porque são arte e ciência:
Métrica, rima, estrutura.
Como o bom assentador
De tijolinhos maciços,
Que descarta os quebradiços
E separa, sabedor,
Os firmes, com quase amor,
Das estrofes, engenheiro
E das rimas, garimpeiro,
Tente a palavra escondida,
Que, ao surgir, brilha e dá vida
Ao sublime e ao corriqueiro.
Pode cuidar de Olimpíada
E referir os atletas,
Mencionar os poetas,
Homero, os cantos da Ilíada,
E Camões, grande lusíada.
Mas, quando valer o jogo,
Num átimo, sem afogo,
Tire Grécia e Portugal
Do pensar incidental,
E o pouse em Botafogo.
À padroeira Cecília,
Peça bênção pra seu verso,
Luz no assunto controverso,
Se for briga de família
Ou desfecho de quizília.
Rogue saber analítico,
Para entender o político,
Comentar economia
E ver a diplomacia,
Com discernimento crítico.
No cântico repentino
Do Brasil e mundo afora,
Para sempre, desde agora,
Poupe o texto sibilino,
Carregue o olhar nordestino.
Pois, tudo que quer o vate
É o pensamento em resgate
Ou a indignação em resposta
E que o riso de quem gosta
O seu cordel arremate.
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