Rogaciano Leite
Cego Aderaldo
O poeta-violeiro, jornalista
Rogaciano Leite (Itapetim, Pernambuco, 1920 – Rio de Janeiro, 1969) era filho dos agricultores Manoel Francisco Bezerra e de Maria Rita Serqueira
Leite, iniciou a carreira de poeta-violeiro aos 15 anos de idade quando
desafiou na cidade de Patos, Paraíba, o cantador Amaro Bernadino.
Rogaciano Leite não foi apenas um poeta popular,
não. Escrevia versos eruditos, sonetista da maior grandeza. Conta-se que até mesmo o
soneto, ele improvisava. Foi amigo do poeta recifense Manuel Bandeira, morou no
Rio Grande do Norte, Ceará e Rio de Janeiro.
O músico Silvo Caldas em História da Música Popular Brasileira, 1984 conta que certa feita, Rogaciano cantava com o conhecido e afamado
poeta-violeiro chamado Cego Aderaldo, Aderaldo Ferreira de Araújo (Crato, 1878
— Fortaleza, 1967) numa feira livre da cidade do
Recife. Rogaciano ao ver aquele cantor seresteiro com quem ele tinha o prazer de gozar da sua amizade, abriu o verbo a título de querer debochar com
Aderaldo, dizendo assim: - "Estou cantando com este velho, este velho que
não serve pra mais nada, que já devia está numa rede todo enferrujado...”. - Aderaldo não se fez de rogado, improvisou a seguinte sextilha, conforme adiante:
Andei procurando um besta
Um besta que fosse capaz
E de tanto procurar um besta
Encontrei esse rapaz
Que não serve pra ser besta
Porque é besta demais.
Andei procurando um besta
Um besta que fosse capaz
E de tanto procurar um besta
Encontrei esse rapaz
Que não serve pra ser besta
Porque é besta demais.
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