Um touro. É o título de um soneto universal, de autoria de João Lins Caldas (poeta potiguar),escrito em 1909, no lugar então denominado Sacramento, atual e próspero município de Ipanguaçu/RN, no instante em que ele, o poeta, presenciava aquele animal sendo tangido por certo marchante (negociante de carne), para o abate, cujos versos, a rádio britânica BBC, salvo engano, na década de trinta ou quarenta, irradiou para o mundo! Vejamos a grandeza do poetar daquele grande bardo do Assu/RN.
Vais morrer, vais morrer... O cepo do marchante
Breve te pesará sobre a cabeça rude...
E tu, pobre animal, sem crime e sem virtude,
Nunca mais hás de ver o teu curral distante.
Breve te pesará sobre a cabeça rude...
E tu, pobre animal, sem crime e sem virtude,
Nunca mais hás de ver o teu curral distante.
Jamais hás de provar, num mourejar constante,
Entre vacas e bois, a revelar saúde
Das águas de cristal do mais sereno açude
Ou do verde capim do campo mais fartante.
Entre vacas e bois, a revelar saúde
Das águas de cristal do mais sereno açude
Ou do verde capim do campo mais fartante.
A tua pobre carne há de servir de pasto...
E quando fores nada, quando fores gasto,
Te resta esse consolo, o consolo dos mortos:
E quando fores nada, quando fores gasto,
Te resta esse consolo, o consolo dos mortos:
Morreste por servir, alimentando vidas,
Muito franco pesar, muitas dores compridas,
Muitos cegos que vão pelos caminhos tortos...
Muito franco pesar, muitas dores compridas,
Muitos cegos que vão pelos caminhos tortos...
Postado por Fernando Caldas
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